Return to search

A interface entre o desenvolvimento na amazônia e as comunidades indígenas: uma análise dos diferentes processos vivenciados pelos suruí / The interface between the amazon development and the indigenous communities: an analysis of the different processes experienced by the suruí

Made available in DSpace on 2015-03-26T13:33:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1
texto completo.pdf: 4615127 bytes, checksum: a2c1b11f4d20ffc516661b39d34b203e (MD5)
Previous issue date: 2012-06-15 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This study aimed to analyze the scenario of indigenous communities, verifying the interaction between the mechanisms of stability and change trigerred in the current development process. The main empirical basis of the Surui indigenous community is located between the Brazilian states of Rondônia and Mato Grosso. This group stands out in the current scenario for its ability to articulate with various groups in society, such as their engagement in new environmental projects , and in partnerships with several NGOs, including foreign, large organizations and universities. Having a past marked by the wood exploration and by the intrusion of settlers installed near their territory, Terra Indígena Sete de Setembro, due to the Integrated Program for Colonization, the current indigenous reality of the Suruí conjugates trajectories and temporalities that combine and descombine from increased relationship with non-Indians. The methodology chosen was the case study, and the following data collection instruments were used: (a) Notes taking during the course "Economic Activities in Indigenous Lands" and on the reality in the villages of Suruí and (b) interviews with participants of the course, with the Surui, with political actors as well as academics involved in the issue of Rondônia development. The results indicate that there is a polarization between the political actors, the role of academia and the role of Indians in relation to the development process in Rondônia, so that the Suruí emerge as subjects of political action. It was possible to map different ethnic groups which are the Tenharim and the Jiahui of Amazon, the Acre Yawanauá, the Cinta Larga, the Tupari and Suruí of Rondônia, which provided a kind of mapping of indigenous issues in the Amazon, emphasizing the economic processes. This paper also discusses the different forms of economic integration experienced by the indigenous group the Paiter Suruí of Rondônia; points to the current process in which the monetization of social life is engaging, but, above all, it indicates that the rationality of the market is not unidirectional. The rationality of the market, besides living with traditional activities such as crafts, interacts with the indigenous logic, whose basis is the cultural fair where the mixing occurs between the sociability of the Paiter and reproduction of markets within the Indian villages .This paper points out the Suruí preexisting experience of reciprocity through the practice of donation, prior to contact of the indigenous with non-indigenous. Finally, this work joins an argumentative perspective that considers identity as dynamic and susceptible to transformation through relationships, interests or contexts. From the social dramas experienced by Suruí, we identified the transition between structure and anti-structure in its path. The structure is related to the social organization predetermined with the contact or before the beginning of it. The anti-structure was caused by internal conflicts in relation to wood exploration and its consequences in the daily life in the villages, which do not constitute a lack of structure, but an alternative model of social organization that emerges in the cracks of society, which are expressed by the projects and the enhancement of environmental education in indigenous communities. / Este estudo teve como objetivo analisar o cenário das comunidades indígenas, sobretudo verificando a interação entre os mecanismos de estabilidade e mudança acionados diante do atual processo de desenvolvimento. A principal base empírica se constitui na comunidade indígena Suruí cujo território se localiza entre os estados de Rondônia e Mato Grosso. Este grupo se destaca no atual cenário pela sua capacidade de articulação com diversos grupos da sociedade, refletida pelos novos projetos de cunho ambiental e pelas parcerias com diversas ONGs, inclusive estrangeiras, grandes organizações e universidades. Tendo um passado marcado pela exploração madeireira e invasões dos colonos instalados no entorno da Terra Indígena Sete de Setembro em decorrência do Programa Integrado de Colonização, a realidade hodierna dos Suruí conjuga trajetórias e temporalidades que se combinam e se descombinam a partir da intensificação relacional com os não índios. A metodologia escolhida foi o estudo de caso, e foram utilizados os seguintes instrumentos de coleta: (a) Observação do curso Atividades Econômicas em Terras Indígenas e da realidade das aldeias dos Suruí e (b) entrevistas realizadas com participantes do curso, com os Suruí, com os atores políticos e também acadêmicos envolvidos na questão do desenvolvimento em Rondônia. Os resultados indicam que existe uma polarização entre os atores políticos, o papel da academia e a atuação dos índios no que tange ao processo de desenvolvimento em Rondônia, de modo que os Suruí emergem como sujeitos da ação política. No que se refere às atividades econômicas em terras indígenas, foi possível realizar entrevistas com atores sociais de diferentes etnias quais sejam Tenharim e Jiahui do Amazonas, Yawanauá do Acre, Cinta Larga, Tupari e Suruí de Rondônia, o que propiciou uma espécie de mapeamento da questão indígena na Amazônia, destacando os processos econômicos. Este trabalho também discute as diferentes formas de integração econômica vivenciadas pelo grupo indígena Paiter Suruí de Rondônia. Aponta para o atual processo no qual a monetarização da vida social é envolvente, mas, sobretudo indica que a racionalidade do mercado não é unidirecional. A racionalidade do mercado, além de conviver com atividades tradicionais, como a do artesanato, interage com a lógica indígena, cujo bojo é a feira cultural, local onde se dá a mescla entre a sociabilidade dos Paiter e a reprodução dos mercados no interior das aldeias indígenas. Evidencia na realidade Suruí a preexistência da vivência da reciprocidade por meio da prática da dádiva, anterior ao contato dos indígenas com os não indígenas. Finalmente, este trabalho se filia a uma perspectiva argumentativa que considera a identidade como dinâmica e passível de transformações através de relações, interesses ou contextos. A partir dos dramas sociais vivenciados pelos Suruí, foi identificada a transição entre estrutura e antiestrutura na sua trajetória. A estrutura se relaciona com a organização social pré-estabelecida antes do contato ou no início dele. A antiestrutura foi propiciada pelos conflitos internos em relação à exploração madeireira e suas consequências na vida cotidiana das aldeias, o que não configura necessariamente a ausência de estrutura, mas um modelo alternativo de organização social que emerge nas fendas da sociedade, que se expressam pelos projetos ambientais e a valorização da educação nas comunidades indígenas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:123456789/4162
Date15 June 2012
CreatorsSilva, Nathália Thaís Cosmo da
ContributorsFerreira Neto, José Ambrosio, Mafra, Rennan Lanna Martins, Ott, Ari Miguel Teixeira
PublisherUniversidade Federal de Viçosa, Mestrado em Extensão Rural, UFV, BR, Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFV, instname:Universidade Federal de Viçosa, instacron:UFV
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0046 seconds