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Representações de doença mental elaboradas por profissionais atuantes na estratégia saúde da família / Representations of mental illnesses drawn by professionals who work with the Family Health Strategy.

A Estratégia Saúde da Família se apresenta como um modelo de assistência em saúde que pode viabilizar a Reforma Psiquiátrica ao propor o tratamento do doente mental em serviço comunitário a partir das Unidades de Saúde da Família (USF) presentes em territórios de abrangência pré-definidos. Várias ações governamentais propiciam a criação de uma rede de assistência em saúde mental: equipes de matriciamento para a atenção primária em saúde, serviços secundários como os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), leitos psiquiátricos em hospitais gerais. O presente estudo busca identificar as representações de doença mental elaboradas por profissionais de saúde que atuam numa USF. Este trabalho é descritivo, de natureza qualitativa, no qual foi utilizado o estudo de caso. Para a coleta de dados foi utilizado o Procedimento Apresentativo-Expressivo com Tema (PAET) a partir de entrevistas com dezenove sujeitos de variadas formações e atribuições: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, dentista, auxiliar de consultório dentário, agentes comunitários de saúde, auxiliar administrativo e auxiliar de serviços gerais. Para a análise do material obtido foi utilizada a Análise Temática. Das elaborações produzidas surgiram os temas: doença mental ligada ao cuidado em saúde; doença mental ligada a visão médico-centrada; doença mental ligada ao binômio exclusão/inclusão; e doença mental ligada ao meio ambiente. A análise evidencia que as representações elaboradas acerca da doença mental estão ligadas ao paradigma biologicista, com reprodução de preconceitos. Por outro lado, foi destacado o acolhimento como fator importante no processo da assistência. De acordo com os sujeitos ouvidos a família tem dificuldade de integrar-se ao tratamento, pois não vislumbra que é parte importante do projeto terapêutico. Por sua vez, o serviço de saúde não consegue perceber-se como parte da comunidade. Desta maneira, o trabalho aponta a necessidade da desconstrução da atitude manicomial ainda intrinsecamente presente nos profissionais de saúde, no sentido da mudança paradigmática pautada pela Reforma Psiquiátrica e que, em municípios que historicamente possuem hospital psiquiátrico, há maior dificuldade de acontecer. Nesta perspectiva, a assistência em saúde mental passa também pela formação profissional, numa tentativa da transformação dos conteúdos ideoafetivos apresentados pelo imaginário da equipe de saúde, pois a ela cabe o cuidado a pessoa acometida pela doença mental residente em seu território. / Family Health Strategy is a model of health assistance that can make Psychiatric Reform viable by treating the mental disordered patients in a communital service offered by Family Health Units (FHU), which are found in previously defined regions. Several government actions favor a network for mental health assistance: specialist orientation for primary health care; secondary services, such as PCCs (Psychosocial Care Centers); psychiatric beds in general hospitals. This study intends to identify the representations of mental illnesses draw by health professionals who work in a FHU. This is a descriptive and qualitative project, where a case study method was used. Data were collected by Thematic Presentative-Expressive Procedure (TPEP) in interviews with nineteen subjects with varied background: doctor, nurse, nurse assistant, dentist, dentist assistant, health communital agents, administrative assistant and general assistant. The data were analysed by Thematic Analysis. The themes obtained were: mental illness related to health care; mental illness related to medical-centered view; mental illness related to the binomial exclusion/inclusion; mental illness related to environment. The analysis emphasizes that the representations of mental illnesses are related to the biologicist paradigm, which reproduces prejudice. On the other hand, attachment was pointed as an important factor on the patient care process. According to the interviewees, family members hardly take part in the treatment because they do not see themselves as an important part of the therapeutic project. In the same manner, the health service cannot see itself as part of the community. Thus, this work points out the necessity of a deconstruction on the pro-asylum attitude that is still intrinsically present among the health professionals, following the paradigmatic change proposed by the Psychiatric Reform, which is mostly difficult to achieve in places historically known as homes of asylums. Under this perspective, mental health care is also affected by professional formation, in an attempt to transform ideoaffective contents presented by the health team imaginary, which is the team caring for the mental disorder patients who live within their attended region.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08012010-131341
Date04 December 2009
CreatorsMárcio Pinheiro Machado
ContributorsMaria Alice Ornellas Pereira, Marciana Gonçalves Farinha, Renata Curi Labate
PublisherUniversidade de São Paulo, Enfermagem Psiquiática, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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