Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-Graduação Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde, 2009. / Submitted by Kathryn Cardim Araujo (kathryn.cardim@gmail.com) on 2009-09-10T12:47:17Z
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Previous issue date: 2009-04 / O tabagismo, antes visto como comportamento elegante e charmoso, foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como dependência química no ano de 1997, e como um dos principais agentes de morte e adoecimento passível de ser evitado. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, totalizando um bilhão e duzentos milhões de pessoas, seja fumante e, embora cerca de 80% delas manifestem a intenção de parar de fumar, menos de 3% conseguem mudar esse comportamento, sem ajuda formal, a
cada ano. No Brasil, desde 1989, o Programa Nacional de Controle do Tabagismo tem capacitado profissionais da saúde para utilizar as abordagens mínima (individual) e intensiva (grupal) junto ao fumante em unidades do Sistema Único de Saúde, tendo por aportes teóricos a abordagem cognitivo-comportamental e o Modelo Transteórico da Mudança de Comportamento. A presente pesquisa foi desenvolvida em quatro unidades públicas de saúde do Distrito Federal e buscou identificar características da conduta tabagista e investigar fatores que pudessem se relacionar à mudança do comportamento de fumar em pessoas que articiparam dos grupos. Trata-se de um estudo descritivo com delineamento transversal, retrospectivo e complementarmente documental, que se caracterizou pelo uso de técnicas quantitativas e qualitativas de coleta e análise dos dados. A amostra de conveniência foi composta de 22 homens e 41 mulheres, com idades entre 30
e 73 anos (M=49,63; DP=10,24), egressos dos grupos há no mínimo seis e no máximo doze meses. A coleta de dados valeu-se dos instrumentos: roteiro de entrevista semiestruturado; Inventário Beck de Ansiedade; Inventário Beck de Depressão; URICA-24 para Tabaco, escala que avalia a prontidão para mudança por meio de estágios motivacionais; Ficha Clínica do Ambulatório de Tabagismo e Questionário de Dependência Nicotínica de Fargerström. Foram utilizadas técnicas estatísticas para o tratamento dos dados quantitativos e análise de conteúdo categorial para os relatos obtidos nas entrevistas. Os resultados indicaram que 64% da amostra apresentaram níveis elevado ou muito elevado
de dependência à nicotina ao início do tratamento. À época da coleta de dados, 36 pessoas não estavam fumando (57,1%) e 27 tinham voltado a fumar (42,9%). A categoria influência de pares/colegas foi o principal motivo relatado para o início do tabagismo; para a decisão de mudar o comportamento de fumar foram referidas questões relacionadas à própria saúde. Os aspectos que mais freqüentemente levaram à recaída foram os problemas em família ou no trabalho, segundo relatos dos participantes. Quanto ao enfrentamento da fissura, houve um predomínio do uso de estratégias comportamentais em detrimento de estratégias cognitivas. Foram identificadas dificuldades de ordem semântica em relação à
URICA-24, o que prejudicou a conclusão sobre os seus resultados. Os escores de
ansiedade e depressão apontaram predomínio de níveis mínimo e leve, e essas variáveis apresentaram correlação positiva e moderada (r=0.41; p<0,001). A família foi mencionada como a principal fonte de suporte social, seguida do grupo de tratamento. A condição em que os participantes se encontravam à época da coleta de dados, fumando ou não fumando,não se diferenciou significativamente segundo o gênero, faixa etária, escolaridade, renda familiar ou situação conjugal, nem quanto às demais variáveis analisadas. Ansiedade, depressão (p=0,078 para ambas) e tempo de uso do tabaco na vida (p=0,095) foram as variáveis que mais se aproximaram da significância estatística, atingindo valores limítrofes. Como uma das implicações práticas do estudo, foi sugerida o envolvimento da família do fumante na dinâmica do atendimento intensivo. Espera-se, enfim, que os resultados contribuam com as políticas públicas de saúde no controle do tabagismo. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / Smoking, priorly considered elegant and charming, was recognized by the World Health
Organization (WHO) as a chemical dependency in 1997 and as one of the main death and
sickening cause that could be avoided. The WHO estimates that one third of the world
adult population smokes – about a billion and two hundred million people – and although
80% of them intend to quit smoking, less than 3% do so, without formal assistance, every year. In Brazil, since 1989, the National Tobacco Control Program has trained health professionals to use minimum (individual) and intensive (group) approaches to smokers in
unities of the Brazilian Public Health System, using theoretical contribution of the
cognitive-behavioral therapy and the Transtheoretical Model for Behavior Changes. This research took place in four public health units of Distrito Federal. The objective was to identify characteristics of the smoking behavior and investigate factors that could be related to changes in the smoking behavior on people that participated in the groups. It is a descriptive and cross-sectional research, retrospective and complementary documental outlining that was characterized by the use of quantitative and qualitative techniques of
data collection and analysis. The convenience sample was formed by 22 men and 41 women, aged between 30 and 73 years (M=49.63; SD=10.24), that left the groups from six to 12 months before. The instruments used for the data collection were: semi-structure interview scripts; Beck Anxiety Inventory; Beck Depression Inventory; URICA-24 for Tobacco, a scale that evaluates the change readiness by motivational stages; Clinical Chart
of the Tobacco Ambulatory; and the Fargerström Test for Nicotine Dependence. Statistical techniques were used to analyze quantitative data and content analysis to the reports obtained with the interviews. The results pointed out that 64% of the sample presented high or very high dependence level to nicotine in the beginning of the treatment. By the
time of the data collection, 36 of them were not smoking (57.1%) and 27 had gone back
smoking (42.9%). The category colleagues/partners influence was the main reason to start smoking; the decision to change smoking habits were based on health issues. The aspects that most frequently led to relapses were family or work problems, according to the participants’ reports. On coping strategies to craving, there was a predominance of the use of behavioral strategies rather than cognitive strategies.. Semantic difficulties related to the URICA-24 were detected, what affected the analysis and conclusion of its results. The anxiety and depression scores showed predominance of minimum and light levels and
these variables presented a positive and moderate correlation (r=0.41; p<0,001). Family was mentioned as the main source of social support, followed by the treatment group. The condition of the participants by the time of the data collection, smoking or not smoking, had no significant differences according to gender, age group, educational status, family income or marital status, nor to the other variable analyzed. Anxiety, depression (p=0.078 for both) and duration of tobacco use in life (p=0.095) were the variables most nearly of statistical significance, reaching borderline values. As one of the practical implications of
this study, the smoker’s family participation on the intensive care dynamic was suggested. The expectation, after all, is that the results contribute to public health policies on tobacco control.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/1662 |
Date | 04 1900 |
Creators | Martins, Karla Cristina |
Contributors | Seidl, Eliane Maria Fleury |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | http://repositorio.unb.br/handle/10482/20371 |
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