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Controle da antracnose (Colletotrichum gloeosporioides) pós-colheita do maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa) por aplicações de fosfitos, água quente e 1-metilciclopropeno

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Fitopatologia, 2008. / Submitted by Priscilla Brito Oliveira (priscilla.b.oliveira@gmail.com) on 2009-09-14T19:58:52Z
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Previous issue date: 2008-12 / Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá-amarelo (Passiflora
edulis Sims f. flavicarpa Deg.). As podridões pós-colheita, principalmente a antracnose
[Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Sacc.], têm causado grandes perdas na
produção desta cultura. Na maioria das vezes o controle dessa doença é realizado com
fungicidas. Visando a redução do uso de agroquímicos no controle da antracnose em
maracujazeiro, objetivou-se neste estudo avaliar o efeito da aplicação de fosfitos,
hidrotermia e 1-metilciclopropeno (1-MCP), além da combinação destes métodos sobre
a doença e qualidade dos frutos (perda de massa fresca, pH, sólidos solúveis totais e
acidez titulável). O patógeno foi isolado de frutos com sintomas típicos de antracnose
oriundos da Ceasa-DF, de onde também foram obtidos os frutos para a realização dos
experimentos. Antes da aplicação dos tratamentos, em todos os experimentos, os frutos
(estágio de 0% de desidratação e com a casca totalmente amarela) foram
descontaminados em álcool 10% / 1 min, hipoclorito de sódio 10% / 2 min e água
destilada esterilizada / 1 minuto. Os frutos foram marcados em quatro pontos
eqüidistantes na região mediana e no centro de cada marcação realizou-se um ferimento
(2mm). Posteriormente, os frutos foram inoculados (50μl de suspensão 106 conídios/ml)
e mantidos em câmara úmida (incubador com iluminação diária de 12h; 25ºC / 72h).
Em seguida, os tratamentos foram aplicados e os frutos mantidos em incubador
(iluminação diária de 12h; 25ºC) durante cinco dias, avaliando-se diariamente o
diâmetro das lesões. Ao final das avaliações, realizou-se análise físico-química dos
frutos. Nos experimentos realizados com fosfitos utilizou-se inicialmente dez fosfitos
nas doses recomendadas pelos fabricantes Fosfito Cu (25% P2O5 + 5% Cu – ‘Fitofós
Cu’) - 2,5mL/L; Fosfito Zn (40% P2O5 + 10% Zn – ‘Phytogard Zn’) - 2,5mL/L; Fosfito
K1 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Phytogard K’) 2,50mL/L; Fosfito Mg1 (30% P2O5 + 4%
Mg – ‘Phytogard Mg’) 3,0mL/L; Fosfito Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) -
3,0mL/L; Fosfito Ca2 (10% P2O5 + 6% Ca – ‘Fitofós Ca’) - 4,0mL/L; Fosfito K2 (40%
P2O5 + 20% K2O – ‘Fitofós K Plus’) 1,50mL/L; Fosfito Mg2 (40% P2O5 + 6% Mg –
‘Fitofós Mg’) - 1,5mL/L, Fosfito K3 (20% P2O5 + 20% K2O – ‘Nutex Premium 00-20-
20’) – 1,75mL/L; Fosfito K4 (30% P2O5 + 20% K2O – ‘Nutex Preminum 00-30-20’) –
1,75mL/L] e Carbendazim (‘Derosal’ - 1,0mL/L) imergindo-se os frutos em soluções
com estes produtos (20 min). Frutos utilizados como testemunha receberam água
destilada esterilizada por igual período. Quatro fosfitos [Mg2 (40% P2O5 + 6% Mg –
‘Fitofós Mg’), Zn (40% P2O5 + 10% Zn – ‘Phytogard Zn’), Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca –
‘Phytogard Ca’) e K1 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Phytogard K’)] foram utilizados em
experimentos em frutos combinados com CaCl2 (2%) e em experimentos in vitro em
diferentes doses (25, 50, 100 e 200%) do recomendado pelo fabricante (1,5, 2,5, 3,0 e
2,5mL/L, respectivamente). Finalizando os experimentos com fosfitos, dois dos mais
comumente utilizados [fosfito de K (K2 - 40% P2O5 + 20% K2O – ‘Fitofós K Plus’) e
Ca (Ca1 - 30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’] foram testados em frutos, em quatro
doses diferentes (25, 50, 100 e 200%) do recomendado pelo fabricante (1,5 e 3,0mL/L,
respectivamente). Nos experimentos com 1-MCP foram utilizadas diferentes doses (0,
50, 100, 200 e 300 nL/L) do gás por dois períodos de exposição (12 e 24h). Com
tratamento hidrotérmico foram realizados experimentos variando-se a temperatura (43,
45, 47, 49, 51 e 53ºC por 5 min) e o tempo de exposição dos frutos (2, 3, 4, 5 e 6 min a
47ºC). Os resultados obtidos foram os seguintes: nos experimentos realizados com dez
fosfitos diferentes em frutos, três deles reduziram a severidade da doença [Fosfito K1
(40% P2O5 + 20% K2O – ‘Phytogard K’), Fosfito K2 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Fitofós
K Plus’) e Fosfito Zn (40% P2O5 + 10% Zn – ‘Phytogard Zn’)] . In vitro, todos os
fosfitos em todas as doses testadas foram eficientes na redução do crescimento micelial
e da produção de conídios de C. gloeosporioides, embora em frutos, associados ao
CaCl2, os tratamentos com esses mesmos fosfitos não tenham sido estatisticamente
diferentes da testemunha e do tratamento com fungicida no 1º experimento. No 2º
experimento, os fosfitos Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) e K1 (40% P2O5 +
20% K2O – ‘Phytogard K’), em associação ao CaCl2, foram eficientes na redução da
severidade da doença. O 1-MCP, nas doses e tempos de exposições testadas, não
reduziu a antracnose em frutos de maracujazeiro. Nos experimentos com tratamento
hidrotérmico, os melhores resultados foram alcançados pelos tratamentos com
temperatura de 47 e 49ºC e com tempo de exposição dos frutos de 4 e 5 min. Em função
desses resultados, os experimentos combinados foram realizados aplicando-se
inicialmente o tratamento hidrotérmico (47 e 49ºC/ 4 e 5 min) e em seguida imergindose
os frutos por 20 min em soluções com os fosfitos K2 (FK2) e Zn (FZn). No primeiro
experimento, as combinações FK2 ou FZn/47ºC/5min e FZn/47º/4min reduziram
significativamente a severidade da doença em relação à testemunha e ao tratamento com
o fungicida. No segundo experimento, as combinações FK2/47ºC/4 ou 5 min,
FZn/47ºC/4 ou 5 min e FZn/49ºC/5min reduziram significativamente a severidade da
doença em relação à testemunha e ao tratamento com o fungicida, sendo essa redução
mais acentuada nas combinações FZn/47ºC/4 ou 5 min. Nenhum dos tratamentos
aplicados alterou significativamente as propriedades físico-químicas analisadas. _____________________________________________________________________________________ ABSTRACT / Currently, Brazil is the world's largest producer of passion fruit (Passiflora edulis Sims
f. flavicarpa Deg.). The postharvest rots, mainly anthracnose [Colletotrichum
gloeosporioides (Penz.) Sacc.] cause losses of this culture. In most cases the control of
the disease is accomplished through the use of fungicides, therefore is important to
reduce the use of chemicals in the control of anthracnose in passion fruits by alternative
methods. The objective of this study was to evaluate the effect of the application of
phosphites, hot water treatment and 1-methylcyclopropene (1-MCP), and combinations
of these methods on the disease intensity and on fruit quality (% of mass loss, pH,
soluble solids and titratable acidity). The pathogen was isolated from a fruit with typical
symptoms of anthracnose collected at CEASA-DF, where the fruits were also obtained
to carry out the experiments. Before the implementation of treatments in all
experiments, the fruit (stage of 0% of dehydration and the rind completely yellow) were
decontaminated in 10% alcohol / 1 min, 10% sodium hypochlorite / 2 min and sterile
distilled water / 1 min. The fruits were marked on four equidistant points in the median
region and in the center of each mark an injury was made (2mm). Then, the fruits were
inoculated (50μl of suspension 106 conidia / ml) and placed in humid chamber
(incubators with lighting daily of 12h; 25ºC / 72h). The treatments were applied and the
fruit stored in incubator (lighting daily of 12h; 25ºC) for five days, evaluating every day
the diameter of lesions. At the end of the evaluations, it was carried out a chemical and
physical analysis of the fruits. In experiments performed with phosphites was used
initially ten phosphites at doses recommended by the manufacturers [Phosphite Cu
(25% P2O5 + 5% Cu – ‘Fitofós Cu’) - 2,5mL/L; Phosphite Zn (40% P2O5 + 10% Zn –
‘Phytogard Zn’) - 2,5mL/L; Phosphite K1 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Phytogard K’)
2,5mL/L; Phosphite Mg1 (30% P2O5 + 4% Mg – ‘Phytogard Mg’) 3,0mL/L; Phosphite
Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) - 3,0mL/L; Phosphite Ca2 (10% P2O5 + 6%
Ca – ‘Fitofós Ca’) - 4,0mL/L; Phosphite K2 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Fitofós K Plus’)
1,5mL/L; Phosphite Mg2 (40% P2O5 + 6% Mg – ‘Fitofós Mg’) - 1,5mL/L, Phosphite
K3 (20% P2O5 + 20% K2O – ‘Nutex Premium 00-20-20’) – 1,75mL/L; Phosphite K4
(30% P2O5 + 20% K2O – ‘Nutex Preminum 00-30-20’) – 1,75mL/L] and Carbendazim
(‘Derosal’ - 1,0mL/L), immersing the fruits in solutions with these products (20
minutes). Fruit used as control received sterile distilled water for an equal period. Four
phosphites [Mg2 (40% P2O5 + 6% Mg – ‘Fitofós Mg’), Zn (40% P2O5 + 10% Zn –
‘Phytogard Zn’), Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) e K1 (40% P2O5 + 20%
K2O – ‘Phytogard K’)]were used in experiments in fruit combined with CaCl2 (2%) and
in experiments in vitro at different doses (25, 50, 100 and 200%) of recommended by
the manufacturer (1,5, 2,5, 3,0 e 2,5mL/L, respectively) . Finally the experiments with
phosphites, two of the most commonly used (phosphite of K (K2 - 40% P2O5 + 20%
K2O – ‘Fitofós K Plus’) and Ca (Ca1 - 30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) were
tested on fruits, in four different doses (25, 50, 100 and 200%) of recommended by the
manufacturer (1,5 e 3,0mL/L, respectively). In experiments with 1-MCP was used
different doses (0, 50, 100, 200 and 300nL/L) of the gas through two periods of
exposure (12 and 24h). With hydrothermal treatment experiments were carried out to
varying temperature (43, 45, 47, 49, 51 and 53ºC for 5 min) and time of exposure of
fruits (2, 3, 4, 5 and 6 min at 47ºC).The results obtained were as follows: in experiments
conducted with 10 different phosphites in fruits, three of them reduced the severity of
the disease [Phosphite K1 (40% P2O5 + 20% K2O – ‘Phytogard K’), Phosphite K2
(40% P2O5 + 20% K2O – ‘Fitofós K Plus’) e Phosphite Zn (40% P2O5 + 10% Zn –
‘Phytogard Zn’)]. In vitro, all phosphites at all doses tested were effective in reducing
the mycelial growth and production of conidia of C.gloeosporioides, although in fruits,
associated with CaCl2, the treatments with those phosphites were not statistically
different from control and treatment with fungicide in the first experiment. In the second
experiment, the phosphites Ca1 (30% P2O5 + 7% Ca – ‘Phytogard Ca’) e K1 (40% P2O5
+ 20% K2O – ‘Phytogard K’), in combination with CaCl2, were effective in reducing the
severity of the disease. The 1-MCP, in the doses and times of exhibitions tested, did not
reduce anthracnose in the fruits of passion. In experiments with hydrothermal treatment,
the best results were achieved by treatments with temperatures of 47 and 49ºC and with
time the exposure of fruits of 4 and 5 minutes. Due to these results, the combined
experiments were performed applying initially the hydrothermal treatment (47 and 49ºC
/ 4 and 5 min) and then immersing the fruits for 20 min in solutions with the phosphites
K2 (FK2) and Zn (FZn). In the first experiment, the combinations FK2 or
FZn/47ºC/5min and FZn/47ºC/4min reduced significantly the severity of the disease
compared to the control and the treatment with a fungicide. In the second experiment,
the combinations FK2/47ºC/4 or 5 minutes, FZn/47ºC/4 or 5 min and FZn/49ºC/5min
reduced significantly the severity of the disease compared to the control and treatment
with a fungicide, and this reduction was more accentuated in the combinations
FZn/47ºC/4 or 5 minutes. None of the treatments changed significantly the fruit
physical and chemical properties analyzed.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/2689
Date12 1900
CreatorsDutra, Jaqueline Barbosa
ContributorsBlum, Luiz Eduardo Bassay
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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