O Brasil, à semelhança de outros países, está envelhecendo rapidamente. Os indivíduos com mais de 60 anos compõem hoje o segmento que mais cresce em termos proporcionais, mostrando um incremento da ordem de 500%, em 40 anos. A estimativa para o ano de 2020 é de que o Brasil tenha em torno de 32 milhões de indivíduos idosos, e desta população, uma parcela significativa será parcial ou totalmente desdentada, necessitando de aparelhos protéticos. Apesar da Odontologia apresentar avanços científicos notáveis na reabilitação da saúde bucal, muitos ainda usarão estes aparelhos. Sabe-se que o uso contínuo de próteses pode propiciar o desenvolvimento da estomatite protética, cuja etiologia é multifatorial, destacando-se principalmente a má higiene bucal e da prótese, e geralmente associada à presença de Candida albicans. Desta forma, há necessidade de se propor um método de desinfecção, que se mostre eficaz, que seja seguro quanto à toxicidade, que represente baixo risco ocupacional, que seja de fácil manuseio e que não interfira nas propriedades dos materiais utilizados na confecção destes aparelhos. Portanto, a proposição deste trabalho foi avaliar a influência de dois métodos de desinfecção, nas propriedades das resinas acrílicas empregadas na confecção das próteses.As propriedades avaliadas foram: resistência e módulo de flexão, resistência ao impacto Izod, microdureza Knoop, rugosidade, massa específica e grau de inchamento, grau de conversão do monômero, temperatura de transição vítrea, sorção e solubilidade. Os corpos de prova foram confeccionados de acordo com os requisitos de cada ensaio, tanto para os grupos controle (sem tratamento), quanto para os tratados (submetidos a um dos processos de desinfecção). Os tratamentos de desinfecção consistiram de: a) irradiação com energia de microondas na potência de 840 W, durante 1 minuto; b) imersão em ácido peracético durante 5 minutos. A eficácia da desinfecção foi avaliada através de ensaios microbiológicos que consistiram em verificar o crescimento no meio de cultura e na superfície do corpo de prova de Candida albicans, após a desinfecção dos corpos de prova, previamente contaminados com uma cepa conhecida do fungo (ATCC 10231). Como as resinas acrílicas são materiais muito utilizados em todas as áreas de atuação da Odontologia, o conhecimento das suas propriedades é de interesse do cirurgião-dentista. As resinas acrílicas tipo 1 (de termopolimerização), tipo 2 (quimicamente ativada) e tipo 5 (ativada por microondas) foram avaliadas neste trabalho. Os resultados mostraram que as resinas acrílicas tipo 1 e tipo 5 apresentam valores semelhantes em todas as propriedades analisadas. A resina acrílica tipo 2 apresentou valores inferiores àqueles encontrados nas tipo 1 e 5. O ciclo de polimerização com melhores resultados foi aquele proposto pelo respectivo fabricante daresina acrílica. A presença de fibras de nylon e de corante não influenciou as propriedades da resina acrílica tipo 5. Das técnicas de desinfecção, a imersão em ácido peracético apresentou os melhores resultados para todas as propriedades avaliadas ao longo do tempo de 20 meses. Por outro lado a irradiação de microondas, a longo prazo, apresentou os piores resultados para todas as propriedades avaliadas. Ambas as técnicas de desinfecção foram eficazes do ponto de vista microbiológico. Mas, para o uso prolongado, a técnica de desinfecção com ácido peracético pode ser recomendada com toda a segurança, no que diz respeito às propriedades avaliadas neste trabalho. / Brazil, similar to other countries, is aging quickly. The individuals with more than 60 years old compose today the segment that more grows in proportional terms, showing an increment of about 500% in 40 years. The estimate for 2020 is that Brazil has around 32 million elderly and a significant parcel of them will be partial or totally toothless, needing prosthetic equipments. In spite of notable scientific advance in the rehabilitation of the oral health, many people still will use these equipments. The continuous use of the prosthesis can propitiate the development of denture stomatitis, whose etiology is multifactorial, being generally, associated to the presence of fungus Candida albicans. Bad oral hygiene and prosthesis is still distinguished as factor of risk. Therefore, it very necessary for the elderly a efficient, safe and easy handling method of disinfection with low occupational risk and that doesn’t intervene with the properties of the materials used in the confection of these prosthetic equipments. The aim of this work is to evaluate the influence of two disinfection methods on the properties of acrylic resin used in the confection of dental prosthesis. Samples had been confectioned in accordance with the requirements of each test for the control groups (without treatment), as for the treated (submitted to one of the disinfection process). The evaluated properties had been resistance and module of flexure, Izod impact, Knoop microhardness, rugosity, specific mass and degree of swelling, degree of conversion of monomer, glass transition temperature, sorption and solubility. The treatments of disinfection had consisted of: a) irradiation with energy of microwaves, in the power of 840 W, during 1 min, or b) immersion in peracetic acid during 5 min. The effectiveness of the disinfection was evaluated by means of microbiological tests, in which was verified the occurrence of growth of Candida albicans through of culture and sample surface. For that, the samples were previously contaminated with one type of fungus (known as ATCC 10231) and, after, submitted to one of the two considered processes of disinfection. The work was studied the behavior of three commercial acrylic resins of dental use: acrylic resins of thermal polymerization, self-polymerization and polymerization for energy of microwaves (type 1, 2 and 5 respectively) from two different suppliers The results had shown that the acrylic resins of type 1 and type 5 presented similar values in all the analyzed properties. The acrylic resins of type 2 had also similar values in all the properties, but statistically lower than ones of type 1 and 5. The best polymerization cycle, which did not modify the resin properties, was that one considered by the respective manufacturer of the acrylic resin. The nylon fiber presence and colouring did not influence the properties of the acrylic resin of type 5. The first irradiation with microwaves significantlyincreased the evaluated properties and the first immersion in peracetic acid did not modify these properties, in comparison to the control groups. After 20 months, the immersion in peracetic acid did not modify the properties of the material, while the microwave irradiation showed alterations in some properties. Both disinfection techniques had been efficient of the microbiological point of view. On the basis of these results, can be concluded that the microwave irradiation after the polymerization of the material (first cycle), can be recommended, since it increased all the values of the evaluated properties, specially to the conversion degree monomer/polymer. Nevertheless, for prolonged use, the disinfection by means of the immersion in peracetic acid must be recommended, it is efficient for elimination of fungal microorganism and security, characterized for the maintenance of the properties of the acrylic resin evaluated in this work.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/11014 |
Date | January 2007 |
Creators | Fortes, Carmen Beatriz Borges |
Contributors | Stefani, Valter, Petzhold, Cesar Liberato |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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