Este estudo analisa como mudanças institucionais no mercado da soja brasileiro proporcionam as condições para negociação de um sistema de governança ambiental para a produção na Amazônia. Em junho de 2006, as principais agroindústrias anunciaram um acordo inédito parao setor agrícola do país: Elas se comprometeram a não comercializa a colheita produzidas em novas áreas desmatadas da floresta amazônica. Esse acordo ficou conhecido como a Moratória da Sója e deu origem a um sistema de segurança multistakeholders para conter o avanço da produção sobre a floresta. O comportamento dos atores ligados à agroindústria da soja é a face mais visível de um fenômeno social que também tem seus componetes econômicos, culturais e políticos. O arranjo que surgiu no campo da soja faz parte de um movimento que se espalha por vários mercados contemporâneos, onde cada vez mais as organizações, em vez de esperar pelo Estado antecipam-se criando sistemas voluntários de gestão ambiental, por meio de protocolos e acordos voltados a reduzir os impactos ambientais negativos daquilo que fazem. A decisão de decretar a moratória e a consequente criação de um comitê de governança ambiental é analisada sob uma perspectiva histórica, na qual grupos dominantes e desafientes constantemente disputam nos campos sociais a definição das instituições que dão estabilidade aos mercados. A partir de novas vertentes teóricas da nova sociologia econômica e da teoria das organizações, as ações tomadas pela agroindústria são vistas não apenas como escolha racional a partir dos recursos internos das empresas e dos sinais do mercado, mas como resposta a pressão externa por legitimidade. / This study focus on how institutional changes in the soybean market generated conditions to setting an environmental governance system for production in the Amazon region. On June 2006, the main soybean and trading companies working in Brazil reached an unprecedented agreement on not to trade soy grown in newly deforested area in the Amazon. The agreement was named Soybean Moratorium in the Amazon and led to the creation of the Soya Working Group, a multistakeholder arrangement to curb production from spreading throughout the forest. The soybean industry actors behavior is part of a broader complex social phenomenon, which also includes economic, cultural and political components. The new institutional arrangement in the soybean organizational field is connected to a broader move spreading on several contemporary markets, in which organizations, instead of waiting for State regulations, adopt initiatives, such as voluntary systems of environmental management through alliances, agreements and certifications systems, to control the negative impacts of their activities. The new attitudes are explained from a historical perspective, in which dominant groups and their challengers dispute, within social arenas, the definition of institutions that stabilize the organizational field. Using the theoretical approaches of economic sociology and sociology of organizations, the action of the soybean industry is seen not only as rational choices based on the company resources and market signals, but as answers to external pressures for legitimacy
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-24052010-160154 |
Date | 13 October 2008 |
Creators | Fatima Cristina Cardoso |
Contributors | Ricardo Abramovay, Marie Gabrielle Catherine Piketty, John Wilkinson |
Publisher | Universidade de São Paulo, Ciência Ambiental, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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