Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-graduação em Geografia, Florianópolis, 2009 / Made available in DSpace on 2012-10-24T08:19:15Z (GMT). No. of bitstreams: 1
274224.pdf: 2038577 bytes, checksum: 162a4d687df614a61e75362b9833972a (MD5) / A pesquisa tem por objetivo analisar os fatores que foram determinantes na estruturação e consolidação do espaço urbano de Guarapuava. O privilégio dado às evidências empíricas e ao cruzamento dos indicadores qualitativos e quantitativos, analisados conjuntamente, permitiram a interpretação da dinâmica intraurbana. Caminhos diversos foram percorridos e incorporados à análise, tendo como preocupação o conjunto de características socioespaciais, as estratégias dos agentes produtores, a produção habitacional e o movimento dos grupos sociais. Observamos que as estratégias do poder público local direcionaram ações que se basearam no reforço para sustentar o acúmulo do capital gerado em nível local, como meio de garantir a hegemonia política e promover uma importância ampliada da identidade territorial de Guarapuava. Ao longo dos anos, a política urbana ordenou a manutenção e o controle dos setores de bairros mais bem valorizados, garantindo a seletiva ocupação do espaço, ora favorecidos pelos financiamentos do governo federal e estadual, ora direcionados pelos ideais políticos que fortalecem os valores comuns da sociedade tradicional. A legitimação, portanto, do cumprimento do poder local esteve associado a distintas modalidades de poder e de culturas políticas que passaram pela gestão municipal. Nesse caso, o clientelismo se constituiu como concepção principal de poder. As estratégias do poder público e a centralização na tomada de decisão tiveram dois impactos: a manutenção dos grupos de baixa renda longe da área central, restringindo a ocupação pelos mecanismos de uso e ocupação do solo, e uma forte intervenção nos bairros com população de maior renda, alvos do mercado imobiliário local. A dimensão física e social atingida pelas intervenções do poder público influenciou na fragmentação socioespacial, motivada pelas propriedades distintas dos grupos sociais que se tornaram efetivas no espaço diferentemente apropriado. O atual pensamento urbanístico do poder público tem um enfoque estético e modernizador, expressando interesses sociais distintos e interferindo na construção de territórios dos grupos de alta e de baixa renda. A comunicação com os grupos sociais segregados figura como um diálogo surdo, ou seja, o poder público atua silenciosamente no discurso, mas torna-se alarmante para grupos de baixa renda, de modo a corrigir ou mesmo produzir habitações nos núcleos habitacionais populares, longe dos territórios dos grupos de alta renda. A segregação socioespacial, portanto, surge das relações entre os agentes produtores do espaço e do movimento combinado dos grupos sociais, compreendendo um conjunto de valores construídos e produzidos juntamente com a sociedade, com atribuições imaginadas e determinadas pelo poder dominante e pelos múltiplos interesses dos agentes produtores.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92378 |
Date | 24 October 2012 |
Creators | Schmidt, Lisandro Pezzi |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Pereira, Elson Manoel |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 281 f.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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