[pt] A presente dissertação toma como campo uma escola estadual localizada em um bairro no estado do Rio de Janeiro que vem sofrendo mudanças relacionadas aos conflitos urbanos nos últimos anos. Sendo essa escola frequentada por alunos e professores locais, a pesquisa buscou investigar e compreender por meio de construções narrativas e de posicionamentos (Bamberg, 1997; 2002) de seus professores/moradores, como estes constroem suas identidades como professores de escola pública em uma periferia, lidam com os desafios da violência e se posicionam em relação a Discursos circulantes sobre educação e violência. O
estudo é, portanto, de base qualitativa e interpretativista (Denzin e Lincoln, 2006), e propõe uma análise de viés autoetnográfico, dado que sua autora é também parte do corpo docente da escola. Os dados apresentados nesta pesquisa foram gerados nas interações em entrevistas qualitativas semi-estruturadas e gravadas em áudio (Mishler, 1986; De Fina, 2009). Além disso, todas as entrevistas deste estudo são
analisadas tendo como apoio a perspectiva teórica na Análise de Narrativa (Labov e Waletzky, 1967; Labov, 1972; Riessman, 2008; Bastos e Biar, 2015), mais precisamente na concepção de narrativas não-canônicas, micronarrativas (Bamberg e Georgakopoulou, 2008) e histórias de vida (Linde, 1993), focando nas experiências de vida e em posicionamentos de ordem micro que dialogam com macrodiscursos. A pesquisa também apresenta como suporte analítico as reflexões e noções de Bamberg (2015), Bamberg e Georgakopoulou (2008) e Freeman (2010) sobre construção de identidade, de Goffman (1963) sobre estigma social e de Ewick e Silbey (2003) sobre resistência. As análises apontam que: i) na interação, os
narradores se apresentam como professores resistentes às dificuldades atuais impostas pela violência no entorno da escola por já terem passado por desafios antes e durante o ingresso acadêmico, sendo estes profissionais marcados por histórias de vida de resistência e superação; ii) os narradores apresentam posicionamentos de identificação que estão relacionados aos seus alunos e aos professores com quem estudaram e que são retomados como inspiração; iii) os professores encaram a sua profissão como um papel social e a violência no bairro como um descaso das políticas públicas; iv) os professores posicionam se de forma reflexiva sobre suas opções profissionais e de vida, sendo agentes muito atuantes na comunidade escolar e no combate, de modo pedagógico, à violência e ao tráfico que tenta corromper os alunos diariamente. / [en] The present dissertation takes as field a state school located in a neighborhood in Rio de Janeiro, that has undergone changes related to the urban conflicts in recent years. As the school is attended by local students and teachers, the research aimed at investigation and understanding through narrative and positioning constructions (Bamberg, 1997; 2002) of teachers / residents, how they construct their identities as public school teachers in a periphery and how they deal with the challenges of violence and position themselves in relation to circulating discourses on education and violence. The study is therefore qualitative and interpretative (Denzin e Lincoln, 2006), and proposes an analysis of autoethnographic bias, since its author is also part of the school faculty. The data presented in this research were generated in the interactions in semi-structured qualitative interviews and audio recorded (Mishler, 1986; De Fina, 2009). In
addition, all interviews in this study are analyzed with theoretical perspective support in Narrative Analysis (Labov e Waletzky, 1967; Labov, 1972; Riessman, 2008; Bastos e Biar, 2015), more specifically in the conception of non-canonical, micronarratives (Bamberg e Georgakopoulou, 2008) and life stories (Linde, 1993), focusing on life experiences and micropositioning interface with macrodiscourses. The research also presents as an analytical support the reflections and notions of Bamberg (2015), Bamberg and Georgakopoulou (2008) and Freeman (2010) on identity construction, Goffman (1963) on social stigma and Ewick and Silbey (2003) on resistance. The analysis show that: i) in the interaction, the narrators
present themselves as teachers who are resistant to the current difficulties imposed by the violence in the school environment, because they have already undergone challenges before and during the academic admission, as these professionals are marked by life stories of resistance and overcoming; ii) the narrators present identificational positionings that are related to their students and the teachers, with whom they have studied and who are taken back as inspiration; iii) teachers face their profession as a social role and violence in the neighborhood as a neglect of public policies; iv) teachers are reflective about their professional and life choices, as very active agents in the school community, while they oppose pedagogically violence and drug trafficking, that attempts to corrupt students on a daily basis.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:46065 |
Date | 28 November 2019 |
Creators | VIVIANE DOS SANTOS CAVALCANTI |
Contributors | LIANA DE ANDRADE BIAR, LIANA DE ANDRADE BIAR, LIANA DE ANDRADE BIAR |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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