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Mitos sobre a origem do ser humano em livros didáticos de História: a escola e a transmissão do conhecimento

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Previous issue date: 2018-05-16 / Nenhuma / O presente estudo tem como objetivo analisar como os mitos sobre a origem do ser humano se fazem presentes em livros didáticos do 6º ano do Ensino Fundamental e que tensionamentos são produzidos entre os interesses de grupos religiosos relacionados a esses mitos e a função da escola na transmissão do conhecimento. Os aportes teóricos que lhe dão sustentação encontram-se, principalmente, nas contribuições de Inés Dussel e Walter Kohan acerca da função da escola, a partir do debate gerado com as ideias de Jan Masschelein e Marteen Simons. O material de pesquisa consiste em: a) documentos, que tratam direta ou indiretamente sobre a origem do ser humano, tais como projetos de lei, leis e decretos sobre o Ensino Religioso e, em alguns casos mais específicos, sobre o ensino do Criacionismo nas escolas; b) matérias jornalísticas e entrevistas que tratam desse tema e de experiências pedagógicas em escolas públicas e privadas, envolvendo o ensino do Criacionismo; c) treze livros de História destinados aos professores referentes ao 6º ano do Ensino Fundamental, que integram o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) de 2017. A discussão desse material possibilitou problematizar a função da escola na transmissão do conhecimento, evidenciando a forte atuação da bancada religiosa do Congresso Brasileiro, da atualidade, no campo político. Essa bancada, de modo organizado, tem criado tensionamentos na instituição escolar, na tentativa de alterar o currículo escolar, para atender a seus interesses. A análise dos textos, imagens, exercícios e orientações destinadas aos professores mostra que os livros examinados privilegiam os conteúdos relacionados ao Evolucionismo, que é considerado como ciência, diferenciando-se das demais explicações, que são identificadas como mitos. O Criacionismo é abordado de modo secundário e é dado pouco (ou nenhum) destaque a outros mitos sobre a origem do ser humano. Os autores que abordam outros mitos, usualmente, os apresentam como curiosidades, ou como sugestões, para que sejam trabalhados pelos professores, demonstrando um encorajamento ao embate entre ciência e religião. A análise do material de pesquisa permitiu a identificação de uma atitude de resistência: a escola busca resistir às pressões externas que atuam principalmente por meio de movimentos religiosos organizados no campo político, visando introduzir conteúdos religiosos dentre aqueles a serem por ela transmitidos, e essa resistência está expressa nos livros didáticos. / The research aims to analyze how the myths about the origin of the human being are present in textbooks of the 6th year of elementary school and that tensions are produced between the interests of religious groups related to these myths and the role of the school in the transmission of knowledge. The theoretical contributions that support it are found mainly in the contributions of Inés Dussel and Walter Kohan on the role of school, from the debate generated with the ideas of Jan Masschelein and Marteen Simons. The research material consists of: a) documents, which deal directly or indirectly with the origin of the human being, such as law projects, laws and decrees on religious teaching, and in some specific cases, on the teaching of creationism in schools; b) journalistic materials and interviews that deal with this subject and pedagogical experiences in public and private schools, involving the teaching of creationism; c) thirteen history books for teachers referring to the 6th year of elementary education, which are part of the National Textbook Program (PNLD) of 2017. The discussion of this material made it possible to problematize the school function in the transmission of knowledge, evidencing the strong performance of the religious bench of the Brazilian congress, nowadays, in the political field. This group, in an organized way, has created tensions in the school institution, in an attempt to change the school curriculum, to serve its interests. The analysis of texts, images, exercises and guidelines for teachers shows that the books examined privilege contents related to evolutionism, which is considered as science, differing from other explanations, which are identified as myths. Creationism is approached in a secondary way and little (or no) emphasis is given to other myths about the origin of the human being. Authors who approach other myths usually present them as curiosities, or as suggestions, to be worked on by teachers, demonstrating an encouragement to the clash between science and religion. The analysis of the research material allowed the identification of an attitude of resistance: the school seeks to resist the external pressures that act mainly through religious movements organized in the political field, aiming to introduce religious contents among those to be transmitted by it, and this resistance is expressed in textbooks.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/7327
Date16 May 2018
CreatorsTorresan, Carla
Contributorshttp://lattes.cnpq.br/8744369266395118, Knijnik, Gelsa
PublisherUniversidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Educação, Unisinos, Brasil, Escola de Humanidades
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNISINOS, instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos, instacron:UNISINOS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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