O conceito de humanização é muito amplo e abrange um conjunto de conhecimentos, práticas, atitudes e relações. Envolve a efetiva participação de profissionais, gestores, usuários e movimentos sociais para que as experiências compartilhadas possam proporcionar melhorias na qualidade do atendimento na área da saúde. O objetivo foi analisar, à luz da bioética e políticas de humanização, a percepção de médicos e enfermeiros sobre humanização nos serviços de saúde. Optamos pela pesquisa qualitativa, de corte transversal, realizada mediante entrevistas com questões abertas, iniciada após prévia aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. O critério de representatividade da amostra para o encerramento da coleta de dados foi o da saturação do discurso. A interpretação do material coletado seguiu os preceitos da análise de conteúdo. Os sujeitos foram médicos e enfermeiros de unidades com Estratégia Saúde da Família (ESF) e Assistência Médica Ambulatorial (AMA) da região da Capela do Socorro, município de São Paulo. De acordo com os resultados encontrados, os entrevistados apreendem a humanização em aspectos comuns como integralidade, direito dos usuários, dificuldades nas relações, valorização profissional e ambiência. Demonstram, porém, que essa percepção sofre influência quando considerado o serviço onde prestam atendimento, surgindo então novas categorias particulares a cada serviço. Alteridade, trabalho em equipe, acesso ininterrupto, avaliação de risco e respeito à autonomia na AMA e prevenção e promoção à saúde, cuidado, vínculo e respeito à privacidade na ESF. Concluímos que a percepção sobre humanização dos profissionais tem distintos sentidos e significados variados. Situações comuns e particulares a cada tipo de serviço são vividas no cotidiano, influenciando a percepção sobre humanização. Essas ocorrências podem afetar a preservação dos direitos de usuários e profissionais, tornando-se fundamental a efetiva participação de todos para a consolidação de políticas públicas que busquem melhorias na área da saúde e amplo respeito aos direitos / The concept of humanization is very wide and comprehends a group of knowledge, practices, attitudes and relationships. It involves the effective participation of professionals, managers, users and social movements so that the shared experiences are able to offer improvements to the quality of reception on the healthcare area. The objective was to analyze, in light of bioethics and policies of humanization, the perception of doctors and nurses on humanization in healthcare services. We decided to apply a qualitative research, cross-sectional, carried out through interviews with open questions, started after prior approval of the Research Ethics Committee. The representativeness criterion of the sample for the closure of data collection was the saturation of the discourse. The interpretation of collected material was based on the precepts of content analysis. The subjects were doctors and nurses of units with Family Health Strategy (ESF) and Outpatient Medical Care Units (AMA) in the region of Capela do Socorro, municipality of São Paulo. According to the results found, the respondents perceive the humanization in common aspects such as integrality, right from the users, difficulties in relationships, professional value and ambience. They demonstrate, however, that this perception is influenced when the service is considered according to the place they are done, emerging, then, new particular categories to each service. Alterity, team work, uninterrupted access, risk analysis and respect to the AMA autonomy and prevention and health promotion, care, bond, and respect for privacy in the ESF. We conclude that the perception of the humanization of professionals have different senses and varying meanings. Common and particular situations to each type of service are experienced in daily life, influencing the perception of the humanization. These occurrences can affect the preservation of the rights of users and professionals, becoming essential to the effective participation of all for the consolidation of public policies that seek improvements in the area of health and broad respect for the rights.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-06112012-103201 |
Date | 29 October 2012 |
Creators | Antonio Ferreira Seoane |
Contributors | Paulo Antonio de Carvalho Fortes, Cleide Lavieri Martins, Simone Ribeiro Spinetti, Ricardo Rodrigues Teixeira, Elma Lourdes Campos Pavone Zoboli |
Publisher | Universidade de São Paulo, Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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