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Previous issue date: 2017-03-17 / Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq / Talking about family today means encountering several historically and socially changed
issues regarding this institution. These changes, which are both structural and functional, have
taken place over its existence, which dates from thousands of years ago. In relation to family,
there must be taken into consideration the experiences lived and the affectional bonds formed
by an individual within the familial relationship. In this aspect, familial relationships may be
constructive or destructive or, in some families, both constructive and destructive. These
family patterns must be taken into consideration when discussing and studying families. We
observe that all changes in families are influenced by social, legal and work-related events, in
addition to health and illness factors. Slightly over three decades ago, society learned of a new
disease which is sexually transmissible through the human immunodeficiency virus (HIV).
This disease is the cause of changes, not only to the lives of persons living with HIV, but also
to the lives of their relatives as they learn of the lived experiences of a seropositive family
member. Since an HIV diagnosis is associated with strong prejudice and, in many cases,
reveals a person’s sexual practices and/or betrayal by a spouse or partner, few people disclose
their HIV seropositive status to their families. Among those who do, there are criteria for
telling one family member and not telling another one. Therefore, studies show that an HIV
diagnosis causes changes in family functioning and in the relationships between family
members. At times, these relationships become so deteriorated that what is considered as
family, family experiences and family patterns changes in a different manner for each family
member. With the increase in the number of elderly seropositive persons and considering that
they are the oldest representatives and the depositaries of family traditions, the objective of
our study was to unveil the family structures of elderly people living with HIV. We worked
with both extended and nuclear families. The study was carried out at the Outpatient Clinic
for Infection-Contagious and Parasitic Diseases of the Federal University of Sao Paulo, state
of Sao Paulo. Participants were 37 elderly people (24 men and 13 women) aged between 60
and 82 years, in addition to 19 family members aged between 17 and 79 years. All
participants signed the Free and Informed Consent Form, and individually provided
responses, which were audio-recorded, to questions about familial relationships, sexuality, the
influence of HIV on familial relationships, and secrecy. Finally, family-of-origin and currentfamily
genograms were built. Results show that the family structures of elderly people living
with HIV are the constructive ones, with behaviors of care, shelter and union, whereas
destructive family structures are those of isolation, prejudice and discrimination. In most
cases, gender is represented by unequal gender practices, where the hegemonic roles are those
of caregivers for women and providers for men. For most participants, HIV plays a secondary
role in familial relationships, since other family issues prove to be of greater importance than
living with the virus, and the condition does not interfere with familial relationships. For those
families where HIV is a determining factor, this causes family members to live under constant
alert and limits familial relationships. Secrecy is protective when it safeguards familial
relationships and shields family members against prejudice. It is destructive when it causes
suffering to those family members who know, and when it limits their behaviors. Our
conclusion is that for both groups, i.e. families and participants without family members,
family structures involve constructive patterns with care, shelter and union, where HIV plays
a secondary role in familial relationships and secrecy has a protective function. In turn, also
for both groups, destructive family patterns are formed with isolation, prejudice and
discrimination, where HIV is a determining factor and secrecy plays a destructive role / Falar de família atualmente é se deparar com várias questões modificadas histórica e
socialmente com relação a esta instituição. Tais modificações, tanto estruturais quanto
funcionais, ocorreram ao longo de sua existência, há milhares de anos. Com relação à família,
devem-se levar em consideração as vivências e vínculos protagonizados pelo indivíduo nesta
relação. Neste aspecto, pode haver relações de construtividade, de destrutividade ou ainda
famílias que possuem ambas as características. São padrões familiares que devem ser levados
em consideração ao se falar de família e ao estudá-la. Notamos que todas as mudanças na
família sofrem influência de acontecimentos sociais, jurídicos, profissionais, bem como de
saúde e doença. Há pouco mais de três décadas, a sociedade tomou conhecimento de uma
nova doença sexualmente transmissível por meio do vírus da imunodeficiência humana
(HIV). Esta é causadora de alterações não apenas na vida de quem vive com HIV, mas
também na de familiares que tomam conhecimento da vivência de um familiar soropositivo.
Sendo uma doença que carrega grandes preconceitos e por seu diagnóstico, em muitos casos,
revelar a traição de um dos membros do casal e/ou práticas sexuais, são poucas as pessoas que
falam para a família sobre sua soropositividade do HIV. Dentre as que falam, há critérios para
contar a um familiar e não contar a outro; desta forma, estudos mostram que este diagnóstico
provoca uma mudança no funcionamento familiar, bem como na relação existente entre seus
membros. E estas relações por vezes ficam tão desqualificadas que o que se assume como
família, vivência e padrões familiares se modificam de forma diferenciada para cada um. Com
o aumento do número de idosos soropositivos, e sendo estes os representantes mais antigos da
família, depositários das tradições familiares, objetivamos desvendar as formas constitutivas
de família de pessoas idosas vivendo com HIV. Trabalhamos tanto com a família extensa
quanto com a família nuclear. Este trabalho foi realizado no Ambulatório de Moléstias
Infectocontagiosas e Parasitárias da Universidade Federal de São Paulo/SP. Participaram 37
idosos, sendo 24 homens e 13 mulheres, com idades entre 60 e 82 anos, e 19 familiares, na
faixa etária de 17 a 79 anos. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
e, de forma individual e gravada, responderam a questões sobre relações familiares,
sexualidade, HIV nas relações familiares e segredo. Por fim, foi feito o genograma da família
de origem e da atual. Os resultados mostram que as formas constitutivas de família para a vida
com HIV são as construtivas com comportamentos de cuidado, acolhimento e união, enquanto
as formas destrutivas de família são as isoladas, preconceituosas e discriminatórias. Para a
maioria, a sexualidade é representada por práticas sexuais de desigualdade em que os papéis
hegemônicos são de cuidadora para a mulher e de provedor para o homem. O HIV nas
relações familiares torna-se coadjuvante para a maioria, pois os demais problemas familiares
mostram-se maiores que a vida com o vírus, e este não interfere nas relações familiares. Já
para as famílias em que o HIV é determinante, assim se configura por viver em alerta
constante e por limitar as relações familiares. O segredo se torna protetor quando preserva as
relações familiares e protege do preconceito. E é destruidor quando gera sofrimento aos
familiares que sabem, e quando limita seus comportamentos. Concluímos que as formas
constitutivas de família para ambos os grupos, famílias e participantes sem familiares, foram
os padrões de construtividade com cuidado, acolhimento e união, tendo o HIV nas relações
familiares como coadjuvante e o segredo como protetivo. Enquanto os padrões familiares de
destrutividade, também para ambos os grupos, se configuram com isolamento, preconceito e
discriminação, tendo o HIV nas relações familiares como determinante e o segredo como
destruidor
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/19855 |
Date | 17 March 2017 |
Creators | Lima Neta, Maria Irene Ferreira |
Contributors | Kahhale, Edna Maria Severino Peters |
Publisher | Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia: Psicologia Clínica, PUC-SP, Brasil, Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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