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A semantica das relações anaforicas entre eventos / The semantics of anaphoric relations between events

Orientador: Edson Françozo / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-14T10:07:06Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2009 / Resumo: Nesta tese, avaliamos a afirmação de Davidson (1967) de que a anáfora de eventos e a anáfora de objetos ordinários lançam mão dos mesmos recursos linguísticos. Davidson usa a evidência da anáfora não apenas para postular eventos na ontologia, mas também como um argumento a favor de considerá-los como objetos ordinários (como particulares). No entanto, ao investigarmos os mecanismos linguísticos mobilizados na anáfora de eventos, encontramos grandes diferenças em comparação com o que encontramos na anáfora de objetos (em geral, linguisticamente veiculados através de nomes ou de descrições), levando-nos a colocar a afirmação de Davidson sob suspeita. Na primeira parte da tese, apresentamos e defendemos uma versão da teoria de eventos postulada por Davidson que os trata como objetos ordinários (particulares). Analisamos também as teorias que tomam eventos como propriedades de momentos de tempo e teorias que tomam eventos como entidades proposicionais. Cada uma dessas teorias tem seus méritos e problemas, mas o intuito é nos mantermos o mais próximo à formulação de Davidson para avaliarmos suas afirmações quanto à anáfora de eventos. Ainda na primeira parte, investigamos as relações entre dêixis e anáfora, um tema que envolve quaisquer discussões sobre termos usados anaforicamente. Na segunda parte da tese, nosso olhar volta-se para a anáfora de eventos cujos antecedentes são expressões sentenciais (i.e., que não são DPs). Diante de tais antecedentes, os termos anafóricos preferenciais são demonstrativos, e investigamos o pronome demonstrativo 'isso' e descrições demonstrativas da forma 'esse/essa/aquele/aquela N'. Apresentamos o estado-da-arte dos estudos sobre demonstrativos, salientando que eles podem ser tratados como termos referenciais ou como termos quantificacionais. Dado que o debate é bastante complexo e ainda incipiente, apresentamos duas análises de retomadas de eventos com demonstrativos: uma que os toma como termos referenciais, e outra que os toma como termos quantificacionais. Contudo, apesar dessa diferença nas análises, o resultado a que chegamos é semelhante, e mostra que os mecanismos por trás da anáfora de eventos são mais próximos da anáfora de entidades proposicionais do que da anáfora de objetos ordinários, contrariando a tese davidsoniana. Na terceira parte, analisamos a retomada de eventos em que o antecedente é uma estrutura nominal (i.e., DPs) e cujos termos anafóricos preferenciais são descrições definidas e demonstrativas. Nesta parte, investigamos a semântica das nominalizações e sua relação com eventos veiculados por verbos de ação flexionados. Assumimos, como é comum na literatura sobre eventos, que uma sentença com verbo de ação flexionado e sua contraparte com nominalização têm a mesma forma lógica. Mostramos que tal assunção leva a resultados indesejados quando consideramos a anáfora de eventos, que se situam, também nessa configuração, mais próxima da anáfora de entidades proposicionais. Na conclusão, apontamos que adotar a noção de evento como um objeto a partir do fenômeno da anáfora não se sustenta, já que a anáfora de eventos se assemelha em muito à anáfora de entidades abstratas, como as proposições, e não à anáfora de objetos. Tal conclusão tem consequências para as teorias semânticas contemporâneas que ingenuamente equiparam eventos a objetos. / Abstract: In this thesis, we evaluated Davidson's (1967) statement according to which event anaphora and (ordinary) object anaphora use the same linguistic resources. Davidson uses the evidence of anaphora not only to postulate events in the ontology but also as an argument for considering them as ordinary objects (as individuals). However, as we investigate the linguistic mechanisms mobilized in event anaphora and the ones mobilized in (ordinary) object anaphora we found significant differences, a conclusion which compromises Davidson's assumptions about the metaphysics of events. In the first part of this thesis, we present and defend a version of the theory of events postulated by Davidson that treats them as individuals in the same way as other objects. We look briefly at other theories that take events as properties of moments of time and theories that take events as propositional entities. Each of these theories has their merits and problems, but our intention is to follow Davidson's formulation closely, in order to evaluate his claims about anaphora event. We investigate the differences between deixis and anaphora, a theme that involves any discussion of the terms used in anaphora. In the second part, our attention goes to event anaphora when the antecedents are sentential expressions (i.e., that are not DPs). With this kind of antecedent, the preferred anaphoric terms are demonstratives, and we investigate the demonstrative pronoun 'isso' and demonstrative descriptions ('esse / essa / aquele / aquela N'). We present the state-of-the art of the studies of demonstrative, noting that they can be treated as referring or as quantificational expressions. Since the debate is very complex and still in its beginning, we present two analysis of event anaphora with sentential antecedents: one that takes the anaphoric terms as referential, and one that takes them as quantificational. However, despite this difference in the analysis, the result we reached is similar, and it shows that the mechanisms behind the anaphora of events are closer to the anaphora of propositional entities than to the anaphora of ordinary objects, against the Davidsonian thesis. In the third part, we analyze the anaphora of events in which the antecedent is a nominal structure (i.e., DPs); with this kind of antecedent the preferred anaphoric terms are definite and demonstrative descriptions. We also investigate the semantics of nominalizations and their relationship to events conveyed by inflected action verbs. We assume, as is common practice in the literature on events, that sentences with an inflected action verb and their nominalized counterparts have the same logical form. We show that this assumption leads to undesired results when we consider event anaphora. In the conclusion, we point out that adopting the concept of event as an object can not be sustained from the point of view of anaphoric phenomenona, since event anaphora resembles the anaphora of abstract entities such as propositions, and not object anaphora. This conclusion has implications for contemporary semantic theories which naively equate events and objects. / Universidade Estadual de Campi / Linguistica / Doutor em Linguística

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270558
Date14 August 2018
CreatorsBasso, Renato Miguel
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Françozo, Edson, 1951-, Ilari, Rodolfo, Borges Neto, Jose, Muller, Ana Lucia de Paula, Menuzzi, Sérgio de Moura
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Linguística
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format238 p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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