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As construções das identidades de jovens rurais na relação com o meio urbano em um pequeno município

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Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Esta tese tem como objetivo compreender os processos de construção da identidade dos jovens
rurais na relação com o meio urbano, tendo como lócus de pesquisa um pequeno município do
Nordeste do Brasil, Orobó, situado no Agreste Setentrional de Pernambuco. A juventude é
compreendida aqui como uma condição específica vivida, a partir de um momento do ciclo da
vida socialmente construído com suas peculiaridades implicadas por questões como gênero,
classe social, etnia e lugar de vida, que irão constituir situações juvenis específicas. Assim, os
jovens rurais, aqui estudados, foram entendidos como agentes (GIDDENS, 1989) que, por
pertencerem a famílias de agricultores camponeses, vivem uma situação juvenil (ABRAMO,
2005, SPOSITO, 2003), demarcada pelo lugar de vida rural que é caracterizado pela vivência de
um modo de vida que se particulariza pela relação entre seus membros, com o trabalho e com a
terra (MENDRAS, 1978, WANDERLEY, 1999, TEDESCO, 1999, WOORTMANN E
WOORTMANN, 1990). Como método, utilizei a entrevista, observação participante (GEERTZ,
1978), grupo focal e análise situacional, além de redações elaboradas pelos jovens, alunos de
duas escolas de ensino médio. Como eixos teóricos de análise, parti da concepção de juventude
como curso da vida (PAIS, 2003) e de identidade como um processo construído com base em
fluxos de interações e conhecimentos que se constituem na construção da diferença (HALL,
2005, WOODWARD, 2007). Com estas, algumas importantes constatações foram feitas:
primeiro, os critérios de delimitação do campo e da cidade são relativos e dependem de aspectos
como acesso a serviços, relação do jovem com o trabalho, valores morais e modo de vida, não
sendo possível delimitar o urbano e o rural de forma definitiva e fixa, antes, os compreendendo
como espaços que estão em relação e a partir dos quais se constroem as identidades e diferenças.
Segundo, a juventude rural é heterogênea, marcando as diferenças por aspectos como gênero,
participação no trabalho no interior da família, acesso aos estudos, situação civil e distância da
residência em relação à cidade. Terceiro, os jovens rurais, quando estão em interação com os
urbanos, negociam suas identidades, ora como inferior, quando sentem vergonha da sua condição
de agricultor e vivenciam o estigma de matutos , ora superior, quando atribuem a essas
condições a positividade relacionada a uma moral tradicional camponesa, constantemente
reinventada (GIDDENS, 1991, 2007), construindo, a partir dela, o urbano como diferente, de
comportamento mais moderno e reprovável. As diferenças entre esses jovens foram percebidas
também nos significados que atribuem aos usos de espaços urbanos como a escola e as festas e
em manifestações de práticas comuns à juventude em geral, como o consumo e a sexualidade.
Consideramos, então, que os jovens rurais, apesar de viverem uma intensa relação com o meio
urbano, constroem suas identidades, colocando este como o lugar do outro , atestando assim,
que apesar da relação dialética entre o rural e o urbano (WANDERLEY, 2007), é preciso
considerar as diferenças que marcam esses dois espaços e a importância de estudá-los

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9589
Date31 January 2010
Creatorsde Assunção Lima de Paulo, Maria
Contributorsde Nazareth Baudel Wanderley, Maria
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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