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Previous issue date: 2018-03-14 / This work is a historical study about the way in which power relations allowed the projection of
the Psychiatric Hospital Prof. Adauto Botelho. It is, therefore, a study whose aim is to try to
show the movements that make possible the conception, design and construction of this
institution, which make Adauto an event within the national and regional culture. Built in
Goiânia and inaugurated in 1954, this institution is part of a pretentious process of
modernization, civilization and breed improvement, present in Brazil, since at least the mid-
19th century. In this sense, the first chapter of this work tries to show that there are alignments
between the theoretical matrices of psychiatry that develop in the nineteenth century in Europe,
until arriving in Brazil. These knowledges will reorient degenerationist theory through eugenic
principles, influencing psychiatric theories in Brazil. In this period, especially after the
emergence of eugenics as a theory that would organize the medical knowledge, it takes force
in Brazil, mainly aligned with the ideals of sanitarism and hygiene, in the context of the First
Republic, a psychiatric knowledge with medical pretensions and will to organize the social
relations. Guided by this scientific perspective, the fight against the considered evils that
permeate the country becomes national politics, whose main front of combat is the interior of
the Brazilian State. The rumors of civilization also lurked in Goiás, at the end of the 19th century
we were already talking about moving the capital to a more centralized location. It is from this
perspective that the second chapter of this research discusses how medical knowledge will
influence the transformations that occurred in Goiás, driven by the civilizational and
modernizing figures. The sources indicate that it was necessary to put Goiás on the route of
progress, to improve its population, to modernize the state. To this end, even in this chapter
the sources showed that the voices of power shouted for the creation of institutions that would
discipline the city through the disciplining of deviant bodies. With this in view, in the second
chapter, the various types of deviants were appearing: from generalist representations such
as silly, idiotic, weak, alienated, described in the 1930s by Pedro Ludovico Teixeira, going on
with André Louco, figure presented by Bernardo Elis, even to iconic figures like Maragã,
described by Cora Coralina, the madness in Goiás showed itself as an image of daily life. But
this scenario should be changed with the construction of the new capital, idealized place and
dreamed to be the best place of civilization and modernity. Given this scenario, despite the
conflicts surrounding the construction of Goiânia, in the third chapter, we analyze the narrative
for the construction of breeding institutions. Among the evils to fight was madness. We also
show that it is only after 1946, with the advancement of the policies of the National Mental
Health Service, in line with the pretension to combat individuals who caused social disorder,
that discussions about a public psychiatric institution effectively enter the agenda of Goiás . In
observing the national context, the third chapter develops the analysis according to which the
Adauto de Goiás (1954) is part of a national policy of expansion of asylum institutions, with at
least four more Adautos built in Brazil during the decade of 1950: in Paraná (1954), in Espírito
Santo (1954), in Sergipe, in Mato Grosso (1957). Also in this chapter, we present the thesis of
an eugenicist ideology in Goiás and Brazil, since, as the inaugural speeches show, this hospital
should be one of the places to the breed improvement engendered in the interior of Brazil.
Rather than combating the abnormal, Adauto will be represented as that institution responsible
for creating a rupture in the very manner in which the history of the State would be narrated.
From the perspective of the idealizers of the hospital and society, after Adauto, what would be
narrated would be a history that was intended to be civilized and organized, a history of a State
moving towards progress, a part of Brazil that would be represented as civilized and improved. / Esta dissertação é um estudo histórico acerca do modo como as relações de poder
possibilitaram a projeção do Hospital Psiquiátrico Prof. Adauto Botelho. Trata-se, portanto, de
um estudo cujo objetivo é tentar mostrar os movimentos que possibilitam a concepção, o
projeto e a construção dessa instituição, que fazem do Adauto um acontecimento no interior
da cultura nacional e regional. Construída em Goiânia e inaugurada em 1954, essa instituição
faz parte de um processo pretensioso de modernização, civilização e melhoramento da raça,
presente no Brasil, desde pelo menos meados do século XIX. Nesse sentido, o primeiro
capítulo desta dissertação tenta mostrar que há alinhamentos entre às matrizes teóricas da
psiquiatria que se desenvolvem já no século XIX na Europa, até chegar ao Brasil. Esses
saberes reorientarão a teoria degenerascionista por meio dos princípios eugênicos,
influenciando as teorias psiquiátricas no Brasil. Nesse período, especialmente após a
emergência da eugenia como teoria que organizaria os saberes médicos, toma força no Brasil,
principalmente alinhado com os ideais de sanitarismo e higienismo, no contexto da Primeira
República, um saber psiquiátrico com pretensões médicas e vontade de organizar as relações
sociais. Orientados por essa perspectiva científica, o combate aos considerados males que
permeiam o país se torna política nacional, cuja principal frente de combate é o interior do
Estado brasileiro. Os rumores da civilização também espreitavam Goiás, no final do século
XIX já se falava em mudar a capital para um local mais centralizado. É nessa perspectiva que
o segundo capítulo desta pesquisa discute o modo como o saber médico influenciará as
transformações ocorridas em Goiás, impulsionadas pelos vultos civilizatórios e
modernizantes. As fontes indicam que era preciso colocar Goiás na rota do progresso,
melhorar sua população, modernizar o Estado. Para isso, ainda nesse capítulo as fontes
mostraram que as vozes do poder bradavam em prol da criação de instituições que
disciplinassem a cidade, por meio do disciplinamento dos corpos desviantes. Tendo isso em
vista, ainda no segundo capítulo, os vários tipos de desviantes foram aparecendo: desde
representações generalistas como bobo, idiota, débil, alienado, descrita na década de 1930,
por Pedro Ludovico Teixeira, passando por André Louco, figura apresentada por Bernardo
Élis, até figuras icônicas como Maragã, descrita por Cora Coralina, a loucura em Goiás
mostrou-se como uma imagem do cotidiano. Mas esse cenário deveria ser mudado com a
construção da nova capital, local idealizado e sonhado para ser o lugar por excelência da
civilização e da modernidade. Diante desse cenário, não obstante os conflitos envolvendo a
construção de Goiânia, no terceiro capítulo, analisamos a narrativa em prol da construção das
instituições de melhoramento. Entre os males a se combater estava a loucura. Mostramos
ainda que é somente a partir de 1946, com o avanço das políticas do Serviço Nacional de
Doença Mental, alinhado à pretensão em se combater os indivíduos que causavam a
desordem social, que as discussões sobre uma instituição psiquiátrica pública entram
efetivamente na agenda de Goiás. Ao observar o contexto nacional, no terceiro capítulo
desenvolve-se a análise segundo a qual o Adauto de Goiás (1954) faz parte de uma política
nacional de expansão das instituições asilares, com pelo menos, mais quatro Adautos
construídos no Brasil durante a década de 1950: no Paraná (1954), no Espírito Santos (1954),
em Sergipe, em Mato Grosso (1957). Ainda nesse capítulo, apresentamos a tese da existência
de um ideário eugenista em Goiás e no Brasil, uma vez que, como mostram os discursos de
inauguração, esse hospital deveria ser um dos lugares de melhoramento da raça engendrado
no interior do Brasil. Mais do que combater os anormais, o Adauto será representado como
aquela instituição responsável por criar uma ruptura no próprio modo como se narraria a
história do Estado. Na perspectiva dos idealizadores do hospital e da sociedade, depois do
Adauto, o que se narraria seria uma história que se pretendia civilizada e organizada, uma
história de um Estado caminhando para o progresso, uma parte do Brasil que se representaria
como civilizada e melhorada.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:ambar:tede/3923 |
Date | 14 March 2018 |
Creators | Santos, Ronivaldo de Oliveira Rego |
Contributors | Sugizaki, Eduardo, Magalhães, Sônia Maria de, Silva, Leicy Francisca da |
Publisher | Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Programa de Pós-Graduação STRICTO SENSU em História, PUC Goiás, Brasil, Escola de Formação de Professores e Humanidade::Curso de História |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_GOAIS, instname:Pontifícia Universidade Católica de Goiás, instacron:PUC_GO |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | -1461180386846979075, 500, 500, 600, 6957070094483315094, -3840921936332040591 |
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