Este trabalho filosófico tem por escopo explicitar a influência do autor renascentista Leão Hebreu, com base na obra Dialoghi d\'amore, sobre o pensador seiscentista Espinosa, mais particularmente o conceito de amor e sua relação com o conhecimento no Breve Tratado, obra espinosana que esboça, ainda que minimamente, a estrutura que se solidificará posteriormente na Ética. A relação entre estes dois autores, além do problema sobre a natureza do amor como paixão da beatitude, implica também reconhecer a mudança entre dois ethos filosóficos distintos: Renascimento e Modernidade. Se um pensador renascentista influencia um moderno, a negação dos seus antecessores feita pelos modernos pode não ser, pois, uma crítica aniquiladora, capaz de apagar todos os resquícios de um modo de pensar supostamente ultrapassado. Daí se indagar: o que há de moderno na renascença e o que há de renascentista na modernidade? Na resolução desta indagação de dupla dimensão, justifica-se o breve excurso pelo pensamento cartesiano e a proposição da concepção filosófica de leitor como um dos traços distintivos de fundação da filosofia moderna. O pensador moderno parece ser, antes de tudo, um leitor, o bom leitor, ou nos termos de Espinosa: o leitor-filósofo. / This philosophical work has as a scope to make explicit the influence of the renaissance author Leo the Hebrew, based on the work Dialoghi d\'amore, upon the 17th century thinker Spinoza, particularly the concept of love and its relation with knowledge in the Short Treatise, Spinozian work that outlines, even if minimally, the structure that will be later solidified in the Ethics. The relation between these two authors, besides the problem of the nature of love as passion and beatitude, implicates also to recognize the change between two distinct philosophical ethoses: Renaissance and Modernity. If a renaissance thinker influences a modern one, the negation of its predecessor by moderns cannot be, though, an annihilating critique, able to delete all the remnants of a supposedly outdated way of thinking. Therefore the inquiry: what is there of modern in Renaissance and what is there of renaissance in Modernity? The resolution of this bi-dimensional question justifies the short passage through the Cartesian thought and the proposition of the philosophical concept of reader as one of the distinctive features of the foundation of modern philosophy. The modern thinker seems to be, first of all, a reader, a good one, or in terms of Spinoza: the philosopher-reader.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-29102018-140548 |
Date | 07 March 2018 |
Creators | Alavina, Fran de Oliveira |
Contributors | Oliva, Luís César Guimarães |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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