O municÃpio de Fortaleza, capital do estado do CearÃ, apresenta-se como municÃpio prioritÃrio para o combate à hansenÃase no Brasil. Este estudo objetivou caracterizar os padrÃes epidemiolÃgicos e clÃnico-operacionais da hansenÃase, bem como a tendÃncia temporal e distribuiÃÃo espacial em cortes temporais dos seus principais indicadores, no municÃpio de Fortaleza, de 2001 a 2012. O municÃpio de Fortaleza à subdivido em 114 bairros (IBGE, 2000) e seis Secretarias Executivas Regionais (SER). A anÃlise se deu atravÃs da caracterizaÃÃo de indicadores epidemiolÃgicos e operacionais da hansenÃase, alÃm de sua tendÃncia, atravÃs do mÃtodo de pontos de inflexÃo, e estimativa de prevalÃncia oculta. Foram utilizadas trÃs tÃcnicas de anÃlises espaciais (Abordagem Descritiva, Bayesiana Local e EstatÃstica Scan Espacial) dos indicadores: detecÃÃo geral, detecÃÃo em menores de 15 anos e detecÃÃo em casos com grau 2 de incapacidades fÃsicas (incapacidades visÃveis), visando encontrar agregados de bairros de alto risco para a presenÃa, transmissÃo e diagnÃstico tardio da endemia. No perÃodo de estudo, foram registrados 9.658 casos novos da doenÃa, sendo 677 (7,0%) em menores de 15 anos. Foi estimada a ocorrÃncia de 197,7 casos ocultos de hansenÃase por 100 mil habitantes no municÃpio nos Ãltimos cinco anos (mÃdia de 39,5 casos por 100 mil ao ano). O coeficiente de detecÃÃo apresentou reduÃÃo no perÃodo, variando de 40,07 (2001) a 23,39 (2012) casos por 100 mil habitantes (Average Annual Percent Change - AAPC: -4,0; IC95%: -5,6 a -2,3). Apesar de diminuiÃÃes nos valores dos indicadores do outros dois coeficientes estudados, os mesmos permaneceram estÃveis. O coeficiente de detecÃÃo em menores de 15 anos de idade reduziu de 8,56/100 mil hab. em 2001 a 5,49/100 mil hab. em 2012, (AAPC: -1,4; IC95%: -5,4 a 2,8), e o coeficiente de grau 2, com 2,28/100 mil hab. em 2001 a 1,95/100 mil hab. em 2012, (AAPC: -0,8; IC95%: -4,5 a 3,1). Foram identificados na anÃlise espaÃo-temporal agregados espaciais com risco elevado para transmissÃo da doenÃa, principalmente, em bairros localizados nas SER 3 e 5 que estÃo a oeste da cidade, com o principal agregado envolvendo 22 bairros. AlÃm disso, verificou-se a existÃncia de transmissÃo ativa pelos altos valores para o coeficiente de detecÃÃo em menores de 15 anos, principalmente nas SER 3 e 5. A anÃlise espaÃo-temporal identificou, para este indicador, como principal cluster, trÃs bairros, todos localizados na SER 5. Foi constatado, tambÃm, diagnÃstico tardio nessas mesmas SERâs (3 e 5), assim como a existÃncia de indÃcios em SERâs que nÃo haviam apresentado risco significativo para detecÃÃo, como alguns bairros das SERâs 4 e 6, que estÃo mais a leste do municÃpio. Identificou-se que as SERâs que mais se destacaram como risco para ocorrÃncia da hansenÃase sÃo constituÃdas de grandes desigualdades sociais, alÃm de altos nÃveis de pobreza e aglomerados populacionais. Essas caracterÃsticas reafirmam a Ãntima relaÃÃo que a hansenÃase tem com a pobreza, assim como sua desigual distribuiÃÃo no municÃpio de Fortaleza.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:10025 |
Date | 26 February 2015 |
Creators | Aline Lima Brito |
Contributors | Carlos Henrique Morais de Alencar, Jorg Heukelbach, Emerson Soares dos Santos, Leila Posenato Garcia |
Publisher | Universidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em SaÃde PÃblica, UFC, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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