Este trabalho tem como objetivo situar a obra cinematográfica de Heinz Emigholz dentro do campo de sobreposições entre o cinema e a arquitetura, tomando como objeto de análise o filme Loos Ornamental (2008). Para isso, traça-se um panorama dos pontos de contato entre as disciplinas, com início na análise do historiador Auguste Choisy sobre o movimento do observador na Acrópole de Atenas para chegar aos conceitos de montagem, de Sergei Eisenstein, e de promenade architecturale, de Le Corbusier. A partir da ideia de movimento proporcionada tanto pelo cinema como pela arquitetura, o trabalho aborda os aspectos hápticos dos dois campos; Walter Benjamin e Juhani Pallasmaa oferecem aporte à discussão, lançando luz sobre a habilidade do cinema de deslocar o observador para dentro do filme, fazendo-o experienciar o espaço fílmico não apenas com seus olhos, mas também com seu corpo. O trabalho segue com uma apresentação da série de filmes de Emigholz dedicada à arquitetura, intitulada Arquitetura como autobiografia, e passa, então, à análise do filme Loos Ornamental a partir das bases teóricas enunciadas no primeiro capítulo e da decupagem de três sequências inteiras do filme através da reconstituição em planta dos posicionamentos de câmera e possíveis percursos nas obras filmadas. Observa-se que a abordagem técnica e estética do cineasta em relação aos edifícios de Adolf Loos foge de um resultado documental e oferece uma transposição poética da arquitetura à linguagem cinematográfica, incorporando duas ideias fundamentais da obra construída e escrita de Loos: o Raumplan e a renúncia ao ornamento e subsequente atenção aos materiais e superfícies. / This research aims to locate Heinz Emigholz\'s film work within a common field for cinema and architecture through the analysis of one of his movies: Loos Ornamental (2008). Firstly, we depict an overview of the contact points between both disciplines, starting from Auguste Choisy\'s investigation into the movement of the observer in Acropolis of Athens to Sergei Eisenstein\'s montage and Le Corbusier\'s promenade architecturale. From the idea of movement provided by both cinema and architecture, this work approaches the haptic aspects of both fields; Walter Benjamin and Juhani Pallasmaa contribute to the discussion, throwing light on cinema\'s ability to bring the observer into the film making him/her experience the filmic space not only with his/her eyes but with his/ hers whole body. We then introduce Emigholz\'s film series dedicated to architecture - titled Architecture as autobiography - and, in the sequence, we analyze Loos Ornamental through the same theoretical basis introduced in the first chapter and through the decoupage of three sequences of the film, taking the cameras\' positioning and the possible paths inside and around each building. We can observe that the director\'s technical and aesthetical approach regarding Adolf Loos\' buildings does not result from a documental film but rather offer a poetic transposition from architecture to the cinematic language embodying two essential ideas from Loos\' built and written work: the Raumplan and the departure from ornament and subsequent attention to material and surface.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-13062017-111942 |
Date | 17 April 2017 |
Creators | Fontenelle, Romullo Baratto |
Contributors | Bogéa, Marta Vieira |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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