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Previous issue date: 2017-01-09 / Although mourning is widely recognized as a universal human experience, a normal and expected response to loss, its approach in mental health research is increasing. The medicalization of life expanded in order to reach the experience of loss. The specialized literature points out normal and pathological characteristics (symptoms) of mourning, duration, intensity, course, prognosis and treatment. There is even a scientific "movement" to include mourning or pathological mourning as clinical categories in diagnostic manuals, a process that is in rapid expansion. The main objective of this thesis is to understand the mourning in the contemporaneity, in the light of the existential phenomenology of Jean-Paul Sartre. In pursuit of this purpose, we are moving towards: 1) delineating the conditions of possibility of death and mourning in contemporary society, in terms of history, culture, market and etiquette; 2) discuss the process of pathologization of mourning; 3) to analyze, from the history of the DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), the insertion of mourning as a mental disorder; 4) to examine the most current scientific perspective regarding grief, that is, its neurobiologization; and, 5) articulate Sartre´s existential phenomenology with the phenomenon of death and mourning. Thus, the understanding of the phenomenon of mourning in contemporaneity can not be given only through a theoretical study, but must glimpse the individual significance of the elements of the world. In this way, the present research took place in the (progressive-regressive) shuttle of singular history and the general determination of the subject's life conditions, which allowed us to progressively reconstitute the subject's material existence and achieve the "logic of freedom" (Sartre, 1960, p. 69) of his mourning. In this way, we use as method the dialectic freedom / situation. We could understand that there is no such thing as a pathological mourning, but that every mourning fits into the design-of-being of every mourner, in a given culture, and in a specific historical time. What contemporaneity offers is the mercantilization of rites, the denial of suffering and the medicalization of mourning, which does not follow its rigid rules of etiquette and health. The conditions of possibility of swindling in our society are strategies of bad faith. The funeral etiquette is another daily version: crying and sadness do not suit; it is important that the loss be felt as little as possible and that the community should be aware of it in a very superficial and rapid way: 1) the corpse must be an improved simulacrum of the living body and, upon its disappearance, the moral and the social obligation to avoid pain in public; 2) the resumption of a productive, functional life and; finally, 3) the commitment to look happy as soon as possible. Choosing to be sick is a path of bad faith that is possible and, increasingly, elected, since it reflects the expectation of the community and reproduces medical knowledge. The subject of our case was the "against", rejecting the diagnosis, the medication, lived (and still lives) his mourning in his own way.
Keywords: 1) Mourning; 2) Existentialism; 3) DSM; 4) Diagnosis; 5) Jean-Paul Sartre. / Ainda que o luto seja amplamente reconhecido como uma experiência humana universal, uma resposta normal e esperada à perda, sua abordagem em pesquisas em saúde mental é crescente. A medicalização da vida se expandiu de modo a alcançar também a vivência da perda. A literatura especializada aponta características (sintomas) normais e patológicas do luto, o tempo de duração, a intensidade, o curso, o prognóstico e o seu tratamento. Há mesmo um ¿movimento¿ científico para inclusão do luto ou do luto patológico como categorias clínicas nos manuais diagnósticos, processo que se encontra em franca expansão. O principal objetivo desta tese é compreender o luto na contemporaneidade, à luz da fenomenologia existencial de Jean-Paul Sartre. Na persecução deste propósito, caminhamos no sentido de: 1) delinear as condições de possibilidade da morte e do luto na sociedade contemporânea, em termos de história, cultura, mercado e etiqueta; 2) discutir o processo de patologização do luto; 3) analisar, a partir do histórico das edições do DSM (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), a inserção do luto como transtorno mental; 4) examinar a perspectiva científica mais atual em relação ao luto, qual seja, sua neurobiologização; e, 5) articular a fenomenologia existencial sartreana com os fenômeno da morte e do luto. Assim, a compreensão do fenômeno do luto na contemporaneidade não pode se dar apenas por meio de um estudo teórico, mas deve entrever a significação individual dos elementos do mundo. Desta forma, a presente pesquisa se produziu no vaivém (progressivo-regressivo) da história singular e da determinação geral das condições de vida do sujeito, o que nos permitiu reconstituir progressivamente a existência material do sujeito e alcançar a ¿lógica da liberdade¿ (Sartre, 1960/2004, p. 69) do seu luto. Desta forma, utilizamos como método a dialética liberdade/situação. Pudemos compreender que não há algo como um luto patológico, mas que cada luto se insere no projeto-de-ser de cada enlutado, em uma dada cultura e num tempo histórico específico. O que a contemporaneidade oferece é a mercantilização dos ritos, a negação do sofrimento e a medicalização do luto, que não siga suas rígidas regras de etiqueta e de saúde. As condições de possibilidade de enlutamento na nossa sociedade são estratégias de má-fé. A etiqueta fúnebre é outra versão cotidiana: o choro e a tristeza não convêm; é importante que a perda seja sentida o mínimo possível e que a comunidade se aperceba dela de modo muito superficial e rápido: 1) o cadáver deve ser um simulacro aprimorado do corpo vivo e, ante a sua desaparição, prontamente se apresentam o dever moral e a obrigação social de evitar a dor em público; 2) a retomada de uma vida produtiva, funcional e; enfim, 3) o compromisso de parecer feliz o mais rápido possível. Escolher-se doente é um caminho de má-fé possível e, cada vez mais, eleito, uma vez que traduz a expectativa da coletividade e reproduz o saber médico. O sujeito do nosso caso foi do ¿contra¿, rejeitando o diagnóstico, a medicação, viveu (e ainda vive) seu luto à sua maneira.
Palavras-chave: 1) Luto; 2) Existencialismo; 3) DSM; 4) Diagnóstico; 5) Jean-Paul Sartre.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.unifor.br:tede/101922 |
Date | 09 January 2017 |
Creators | Carneiro, Sarah Vieira |
Contributors | Boris, Georges Daniel Janja Bloc, Boris, Georges Daniel Janja Bloc, Frota, Ana Maria Monte Coelho, Severiano, Maria de Fátima Vieira, Melo, Anna Karynne da Silva, Souza, Luana Elayne Cunha de |
Publisher | Universidade de Fortaleza, Doutorado Em Psicologia, UNIFOR, Brasil, Centro de Ciências da Saúde |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UNIFOR, instname:Universidade de Fortaleza, instacron:UNIFOR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Relation | 7339877236798283952, 500, 500, 292441653440865123 |
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