Introdução: O copo vem sendo utilizado e recomendado como método alternativo de alimentação de bebês quando, por algum motivo, estes ainda não podem ser amamentados, sendo importante conhecer melhor a técnica aplicada pelos profissionais para alimentar os recém-nascidos pré-termo (RNPT) nas unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatais. Objetivos: Investigar a opinião de profissionais que atuam na UTI neonatal sobre o uso do copo na alimentação do recém-nascido pré-termo, avaliar o uso do copo pelos profissionais que atuam na UTI neonatal, e verificar a segurança e a eficiência da deglutição durante o uso do copo nessa população. Materiais e método: Os dados foram coletados em UTIs neonatais de seis hospitais de diferentes regiões do Brasil. Foi aplicado um questionário sobre a técnica do copo a 58 profissionais e realizada filmagem de 32 RNPT durante a alimentação com o copo. Os questionários foram submetidos à análise de conteúdo. As filmagens foram analisadas quanto à aplicação da técnica, eficiência e segurança da deglutição. Os dados passaram por análise descritiva e estatística (p<0,05). Utilizou-se os testes Correlação de Spearman, Teste de Mann-Whitney, Teste de Kruskal-Wallis e Teste Qui-Quadrado. Resultados: O questionário foi respondido por sete fonoaudiólogos, dez enfermeiros, 12 médicos e 29 auxiliares/técnicos de enfermagem. A maioria dos profissionais relatou usar a técnica para evitar confusão de bicos (58,62%), não ter recebido treinamento (62,07%), não ter dificuldade para executá-la (69,94%), porém, usar estratégias/recursos quando necessário (60,34%); consideraram a técnica segura (62,06%), mas não o melhor método de alimentação (56,90%) porque os bebês apresentam dificuldades para alimentar-se com ela (75,86%). Na avaliação da técnica, a maioria não aceitou todo o volume prescrito (75%), utilizou-se copo plástico (80%), posicionado acima da língua do RN (96,87%) e todos ofereceram pausas aos RNs. Os RNPT encontravam-se em estado de alerta e posição inclinada. Quanto à eficiência, houve predominância de RNPT que não apresentaram movimento de sorver (84,37%), com pouco escape (56,25%). Quanto à segurança, não houve alteração no nível de saturação de oxigênio, a maioria não alterou o padrão respiratório (59,37%), nem foi observado engasgo (71,87%) e tosse (75%). Observou-se correlação positiva entre tempo de oferta e volume aceito. O volume aceito por bebês que apresentaram movimento de sorver foi significativamente menor aos que não apresentaram. Bebês com muito escape tiveram tempo de via oral significativamente menor aos que apresentaram pouco ou ausência de escape. Conclusão: A maioria dos profissionais investigados não receberam treinamento, não referiram dificuldades na execução, mas afirmaram que os bebês apresentam dificuldade em alimentar-se com copo, consideram o uso do copo seguro, mas não o melhor método de alimentação. A avaliação do uso do copo permitiu concluir que a oferta de alimento foi realizada por auxiliares/técnicos de enfermagem, em copo plástico, com os bebês em estado de consciência e posição corporal adequados, porém, com incorreta execução. Além disso, a técnica se mostrou segura, porém, ineficiente, pois sua execução não proporcionou ingestão do volume adequado prescrito devido a administração inadequada, por profissionais sem treinamento adequado. / Introduction: Cup-feeding is an alternative method of feeding infant breastmilk when the baby is reluctant or refuses to latch. In order to promote protection and support for the infants, its important to ensure that the cup feeding technic is done safely by heath care providers in the neonatal intensive care unit (NICU). Objectives: The aims of this study were to verify and assess the feeding cup practices and techniques currently being used by healthcare NICU professionals, and to explore the opinions and beliefs of health professionals with regard this method. Subjects and methods: Neonatal intensive care units of six Brazilian hospitals agreed to participate in this study. A cup-feeding technic questionnaire was administered to 58 healthcare professionals and 32 NICU healthcare professionals were filmed while cup feeding premature infants. The questionnaires and the efficacy and efficiency cup-feeding method used by the healthcare professionals were analyzed. Descriptive and inferential statistics was used to analysis the data on this study (P<0,05). This study was also analyzed using spearman rank correlation test, Mann-Whitney test, Kruskal-Wallis test, and Qui-Quadrado test. Results: The questionnaire was answered by seven speech-therapists, ten nurses, 12 physicians, and 29 certified nursing assistants. Most of the healthcare professionals stated to use the cup-feeding method to avoid nipple confusion (58,62%). Over half of healthcare professionals were not trained on how to use cup-feeding method (62,06%). However, most of the professionals stated to not have difficulties using the method (62,07%). Nevertheless, not all of the professionals use the method when it is appropriated (60,34%). Most of the healthcare professionals consider cup-feeding a safe method (62,06%); but not the best method to feed the infant (59,90%) due to swallowing issues (75,86%). The majority of premature infants were not able to intake the full amount of volume prescribed to them (75%). A plastic cup was used to feed the infants (80%). The cup was placed on top of the infants tongue (96,87%) and pauses were given to let the infant rest between swallow (100%). All infants were alert and correctly positioned during feeds. However, most of the infants were not able to slurp the milk (84,37%) and milk loss was noted (56,25%). As for safety, there was no change in oxygen saturation level, most did not alter the respiratory pattern (59,37%), nor was choking (71,87%) and cough (75%) observed. The pause breaks offered during cup feeding were positive. The oral intake of the infants able to slurp was less compared to the infants that could not slurp. It was also noted that the longer ingestion time, the lower would be the milk loss. Conclusion: Most of the healthcare professionals evaluated in this study did not receive proper cup-feeding training; however, they denied difficulties performing the method. The healthcare professionals stated that even though cup-feeding is a safe method, it is not the best method to feed infants. The analysis of the films showed that all infants were alert and correctly positioned during cup-feeding and a plastic cup was used to feed them. However, the infants intake was less than recommended for them. Cup-feeding method is safe method. However, it can put infants at risk when practiced by untrained healthcare professionals; leading to questionable efficacy and efficiency of the method when not properly performed.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30082018-182514 |
Date | 11 April 2018 |
Creators | Burgemeister, Amanda |
Contributors | Berretin, Giédre |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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