Developing macroeconomics is less about looking for ways to say that economic rules stemming from research in developed countries don\'t apply to emerging-markets, than it is about trying to understand the many stages these economies go through in the natural course of their development. There are, of course, exceptions, but economic phenomena tend to have common sources. These are, after all, generated by the incentives, designed or natural, that people face when dealing with their day to day decisions as they go about their everyday lives. In the two essays that follow, we try to stay true to that fundamental belief. Instead of searching for the proverbial \"jabuticaba\", we strive to understand how countries in different stages of development deal with a fundamental feature of \"growing pains\": crises, be they imported or locally generated. In the first essay, we look at an entirely novel feature of (some) developing economies: the potential to implement certain countercyclical policies when faced with an external shock. During the financial crisis of 2007-2009, to respond to a sudden stop in capital flows, many central banks in emerging market economies relied on credit policies. We build a quantitative small open economy model to study these credit policies. The main innovation of our setup is the presence of two imperfect credit markets, one domestic and the other international, and of two types of firms. The exporter is assumed to have access to both credit markets, while the wholesale firm can only borrow in the domestic market. During a sudden stop, exporters, faced with higher spreads for international credit lines, repay part of their foreign debt, tap the local market for funds and cause spreads to increase in the domestic market. This increases financing costs for all firms, causes a deterioration of the balance of payments and depresses output. Calibrating the model to match Brazilian data, we assess the effects of two policies implemented by the Central Bank of Brazil: (i) lending to exporters using previously accumulated foreign-exchange reserves and (ii) expanding credit in order to reduce spreads in the domestic market. The model suggests that both policies probably raised GDP, but that the latter may well have decreased welfare. Moreover, had the central bank not been able to use foreign reserves as the source of funding, lending to exporters would also have reduced welfare. In the second essay, we look at less promising situations, when countries are faced with default. In this work, we take a broader view, noticing that some of the salient features of the theoretical literature on sovereign debt, including its prediction that almost all defaults should arise in \"Bad Times\", are at odds with the data: over 38% of defaults actually occur in \"Good Times\", as measured by an HP filter. We explore the specific characteristics of both types of default. We first review some definitions of good and bad times, revealing that the resulting classification can differ greatly and have important implications for the overall analysis. Then, we present econometric evidence that failures to repay foreign debt in good times can, usually, be rationalized by three components: (i) changes in the political environment, (ii) hikes in global interest rates and (iii) instances in which good HP times actually take place under quite poor economic conditions. Finally, we present some suggestive indications that the duration of the episodes varies substantially with the type of default that precedes them as well as with the environment in which they occur, drawing some important implications for the understanding of economies\' post-default market access. / Diferentemente do que se imagina, a chamada macroeconomia do desenvolvimento tem menos a ver com a tentativa de encontrar justificativas para afirmar que os fundamentos da pesquisa econômica não se aplicam a mercados emergentes, do que, de fato, com o intuito de entender os diversos estágios pelos quais passam essas economias no curso normal de seu desenvolvimento. Existem, é claro, exceções, mas os fenômenos econômicos, em sua maioria, apresentam fatores comuns. Estes decorrem, afinal, dos incentivos, desenhados ou naturais, encontrados pelos agentes nas decisões do dia a dia. Nos dois artigos que seguem, buscamos respeitar essa concepção dos fatos: nos esforçamos para entender como países em diferentes fases de desenvolvimento enfrentam uma característica fundamental do processo de crescimento, as crises - importadas ou geradas localmente. O primeiro ensaio está centrado em uma característica completamente nova de (certos) países em desenvolvimento: a capacidade de implementar certas políticas contracíclicas quando submetidos a choques externos. Durante a crise de 2007-2009, vários bancos centrais de países emergentes reagiram à parada brusca nos fluxos de capitais através de políticas de crédito. Construímos, no artigo, um modelo quantitativo de uma pequena economia aberta para estudar essas políticas de crédito. A principal inovação em nossa estrutura é a presença de dois mercados imperfeitos de crédito, um doméstico e outro internacional, servindo a pelo menos um de dois tipos de firmas. Assume-se que o exportador tem acesso a ambos os mercados, enquanto o atacdista (wholesale firm) só toma empréstimos no mercado doméstico. Durante uma parada brusca, os exportadores, face a spreads mais elevados para linhas de crédito internacionais, repagam parte da sua dívida externa e usam o mercado doméstico para se financiarem, elevando, dessa forma, os spreads no mercado local. O custo de financiamento, portanto, cresce para todas as firmas, deteriorando o balanço de pagamentos e deprimindo o produto. Calibrando o modelo com base nos dados da economia brasileira, analisamos os efeitos de duas políticas implementadas pelo Banco Central do Brasil: (i) empréstimos a exportadores usando reservas internacionais previamente acumuladas, e (ii) expansão do crédito com vistas a reduzir o spread no mercado doméstico. O modelo sugere que as duas políticas são capazes de elevar o PIB, porém a segunda provavelmente reduz o nível de bem-estar. Ademais, se o banco central não houvesse usado as reservas como forma de financiar os empréstimos aos exportadores, tal política também teria impactos negativos no bem-estar. No segundo artigo, de cunho empírico, estudamos situações menos promissoras, nas quais os países enfrentam a possibilidade do calote em suas dívidas internacionais. Tomamos um ponto de vista mais amplo, notando que algumas das características fundamentais da literatura teórica sobre dívida externa, incluindo a previsão de que quase todos os defaults deveriam ocorrer em \"períodos ruins\", não encontram respaldo nos dados: mais de 38% dos calotes ocorrem em \"períodos bons\", na definição do Filtro HP. Começamos pela revisão de algumas das definições de períodos bons e ruins, mostrando que as classificações podem variar substancialmente, impactando a análise de modo geral. Em seguida, apresentamos algumas evidências econométricas de que calotes na dívida externa durante períodos bons podem ser explicados por três componentes: (i) mudanças no ambiente político, (ii) aumentos nas taxas de juros internacionais, e (iii) instâncias em que o Filtro HP apresenta períodos bons apesar da real situação econômica bastante negativa. Por fim, apresentamos alguns resultados que sugerem que a duração dos episódios de default depende do tipo de default, assim como do ambiente em que o calote ocorre. Tal resultado abre o caminho para novas pesquisas sobre o acesso de economias aos mercados internacionais de crédito após um default.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-26032012-203751 |
Date | 19 January 2012 |
Creators | Salles, João Moreira |
Contributors | Gonçalves, Carlos Eduardo Soares |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | English |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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