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Ensaios sobre macroeconomia e mercado de trabalho / Essays on macroeconomics and labor market

Os três artigos que compõem esta Tese possuem em comum a discussão da macroeconomia e o mercado de trabalho, para a investigação de problemas específicos. Desta forma, esta Tese busca preencher importantes lacunas presentes na literatura nacional e internacional. O primeiro artigo analisa os ciclos do desemprego brasileiro a partir de dados de fluxo de trabalhadores obtidos a partir da Pesquisa Mensal de Emprego (PME-IBGE). Usamos a abordagem proposta por Shimer (2007), que tenta controlar para eventual viés decorrente da agregação temporal nos dados do mercado de trabalho. Os dados brasileiros sugerem que a margem de ingresso para o desemprego (margem de separação) tem grande relevância para explicar os ciclos da taxa de desemprego no Brasil no período de março de 2002 a dezembro de 2010. Tais resultados indicam que o Brasil, relativamente a alguns países desenvolvidos, apresenta um mercado de trabalho com características mais próximas de um contexto com baixa regulamentação, ou seja, que o ingresso (e não a saída) no desemprego seria o principal responsável por sua flutuação. Além disso, a dinâmica da margem de separação, em relação a indicadores de atividade (PIB e Taxa de Desemprego), tem um comportamento claro (anticíclico e pró-cíclico, respectivamente), respondendo com um trimestre de antecedência com relação à taxa de desemprego. O segundo artigo analisa o papel da heterogeneidade no mercado de trabalho ao longo dos ciclos de negócio no Brasil. O comportamento cíclico da mão de obra dá sinais de mudanças em sua composição qualitativa. Tais indícios, encontrados na PME, se basearam no comportamento cíclico relativo de emprego e salário real/hora a partir de diferentes coortes: grau de escolaridade, tempo de trabalho e idade. Usando um arcabouço de busca de emprego com destruição endógena, nos moldes de Mortensen e Pissarides (1994), ilustramos que quanto maior a heterogeneidade na economia menor será a correlação entre salário real e desemprego. Por fim, o último artigo utiliza o modelo de DSGE proposto por Galí et al. (2011) - que faz o uso da taxa de desemprego e, assim, evita a Crítica de Lucas - a fim de (i) identificar quais fricções são importantes para captar as flutuações das séries macroeconômicas no Brasil, em especial da taxa de desemprego; (ii) averiguar se a série de desemprego traz informações úteis ao modelo; e (iii) discutir como choques de produtividade se manifestam sobre a taxa de desemprego. Os resultados sugerem, em relação aos dados da economia brasileira, melhor acurácia do modelo com todas as fricções (exceção às indexações salariais). Além disso, a presença da taxa de desemprego muda a ordem de importância das fricções, dando maior importância às fricções reais. As decomposições de variância realizadas indicam que choques de markup salarial perdem importância à custa, principalmente, dos choques de prêmio de risco. O uso da taxa de desemprego permite que choques de preferência sejam identificados e passem a explicar os ciclos. Por fim, funções de resposta ao impulso bayesianas sugerem que o desemprego é negativamente afetado por choque de produtividade, resultado decorrente de reduções da demanda de trabalho. / The three articles that compose this thesis have in common the discussion of macroeconomics and the labor market, for the investigation of specific problems. Thus, this thesis seeks to fill important gaps in the national and international literature. The first article analyzes the cycles of Brazilian unemployment from workers flow data obtained in Pesquisa Mensal de Emprego (PME-IBGE). We use the approach proposed by Shimer (2007) that attempts to control for possible bias due to temporal aggregation in labor market data. Brazilian data suggest that the margin of entry into unemployment (separation margin) has great relevance to explain the cycles of unemployment rate in Brazil from March 2002 to December 2010. These results indicate that Brazil, relatively to some developed countries, has a labor market with characteristics much closer to a context with low regulation, that is, entering (not leaving) unemployment would be primarily responsible for its fluctuation. Moreover, the dynamics of the separation margin, in relation to activity indicators (GDP and Unemployment Rate), has a clear behavior (anti-cyclical and procyclical, respectively), responding with a quarter in advance regarding the unemployment rate. The second article examines the role of heterogeneity in the labor market over the business cycle in Brazil. The cyclical behavior of the labor-work gives signs of qualitative changes in its composition. Such indications, found in the PME, were based on the cyclical behavior of employment and real wage/hour from different cohorts: level of education, tenure and age. Using a framework of job search with endogenous destruction, along the lines of Mortensen and Pissarides (1994), we illustrate that the greater heterogeneity in the economy, the lower the correlation between real wages and unemployment. Finally, the last article uses the DSGE model proposed by Galí et al. (2011) - which makes use of the unemployment rate and thus avoid the Lucas Critique - in order to (i) identify which frictions are important to capture the fluctuations of the series of macroeconomic fluctuations in Brazil, especially in the unemployment rate; (ii) determine whether the series of unemployment brings useful information to the model, and (iii) discuss how productivity shocks manifest themselves on the unemployment rate. The results suggest, in relation to the data of the Brazilian economy, the better accuracy of the model with all frictions (except for wage indexation). Moreover, the presence of unemployment rate changes the order of importance of frictions, giving greater weight to real frictions. The variance decompositions performed indicate that wage markup shocks become less important at the expense mainly of the risk premium shocks. The use of the unemployment rate allows preference shocks to become identified and to explain the cycles. Finally, impulse response functions Bayesian suggest that unemployment is negatively affected by productivity shock, a result due to reductions in labor demand.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-01102012-181919
Date17 August 2012
CreatorsAttuy, Guilherme de Moraes
ContributorsKanczuk, Fabio, Rodrigues Junior, Mauro
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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