INTRODUÇÃO: A recuperação motora é o principal foco dos estudos sobre reabilitação de indivíduos com acidente vascular cerebral (AVC), já que a hemiparesia ocorre em 75% dos casos. No intuito de diminuir o impacto da paresia do membro superior na funcionalidade, diversas modalidades de tratamento têm sido estudadas. O interesse pelo uso de técnicas de neuroestimulação não invasivas, como a estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr), cresceu de forma acelerada nas últimas décadas. Apesar de cerca de dois terços dos AVCs ocorrerem em países de baixa ou média renda e em desenvolvimento, a maior parte dos estudos sobre o emprego da EMTr na reabilitação após AVC tem sido realizada em países desenvolvidos. Dificuldades de recrutamento são comuns em ensaios clínicos ou estudos de comprovação de conceitos ligados a reabilitação em geral, ou ao uso da EMTr em pacientes com AVC em particular, mesmo em países desenvolvidos. Este trabalho teve como objetivo descrever as barreiras para a inclusão de participantes em um protocolo de reabilitação do membro superior utilizando EMTr em pacientes com AVC, realizado em nosso meio. CASUÍSTICA E MÉTODO: Este estudo foi realizado como parte de um ensaio clínico aleatorizado, controlado e duplo-cego conduzido no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Foi realizada uma avaliação prospectiva da frequência dos motivos de não inclusão de pacientes para um protocolo de tratamento com EMTr de baixa frequência do hemisfério não afetado, em pacientes com paresia da mão após AVC. RESULTADOS: A mediana da idade dos indivíduos triados foi de 63 anos (intervalo, 14-102 anos). Houve leve predomínio do sexo masculino (57%), e 78% dos indivíduos foram considerados brancos. Dos 673 indivíduos triados, foram coletadas informações completas de 571 pacientes. Destes, apenas 32 (5,6%) foram incluídos. O critério de não inclusão mais frequente foi lesão afetando mais que 50% do território da artéria carótida interna (53,4%). As principais razões para exclusão foram AVC recorrente (45,4%), condições clínicas não controladas (17,2%) e presença de contraindicações para a EMT (11,7%). CONCLUSÕES: Considerando que 85% dos AVCs ocorrem nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos onde a taxa de recorrência é alta, protocolos de reabilitação com critérios de exclusão menos restritivos são necessários para torná-los mais adequados para a população estudada / INTRODUCTION: Considering that hemiparesis occurs in 75% of patients with stroke, motor recovery is the main goal of rehabilitation research protocols. Different modalities of treatment have been developed to minimize the burden of upper limb paresis. The number of studies concerning the use of transcranial magnetic stimulation (TMS) as a potential tool for stroke rehabilitation has grown in the last decades. In spite of the fact that two-thirds of the strokes worldwide occur in low- or middle-income countries, most of TMS stroke rehabilitation studies have been performed in high-income countries. Recruitment barriers are a common issue in clinical trials or proof-of-principle studies related to rehabilitation in patients with stroke, even in developed countries. The main goal of this study was to describe the barriers to participant inclusion in an upper limb rehabilitation protocol with TMS in patients with stroke in Brazil. METHODS: This study was developed as part of a randomized clinical trial conducted at Hospital das Clínicas of the University of São Paulo, Brazil. We analyzed the frequency of reasons for participant non-inclusion in a proof-of-principle rehabilitation trial that applied low-frequency TMS to the non-affected hemisphere of patients that presented hand paresis after stroke. RESULTS: The median age of patients screened for the protocol was 63 years (interval, 14-102 years). Seventy-eight percent of them were White and 57% were male. From the 673 screened patients, complete data were collected from 571 participants but only 32 (5.6%) of them were included. The inclusion criterion that was fulfilled less frequently was a lesion affecting more than 50% of the internal carotid artery territory (53.4%). The three most frequent exclusion criteria were multiple strokes (45.4%), uncontrolled clinical conditions (17.2%) and contraindications to TMS (11.7%). CONCLUSION: Considering that 85% of strokes occur in low- and middle-income countries, where the incidence of recurrent stroke is high, rehabilitation protocols with less stringent exclusion criteria are suggested, in order to make them applicable to more patients
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-26102015-144243 |
Date | 10 August 2015 |
Creators | Anjos, Sarah Monteiro dos |
Contributors | Conforto, Adriana Bastos |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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