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Marília de Dirceu: Mimese e alteridade em diálogo na poesia lírica brasileira do século XVIII

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Previous issue date: 2007-05-29 / Secretaria da Educação do Estado de São Paulo / This monograph deals with the limits between the literary entity named lyrical self , created by an author, and the real world entity that created the text who is the poet himself. For such a task we chose as an object for this research one of the most popular texts from Brazilian Poetry: Marília de Dirceu written by Tomas Antonio Gonzaga in the late XVIII century.
The choice of this work was motivated not only for its popularity among poetry readers, but especially because we believe that in this text the limits or boundaries between the lyrical self and the poet are so fragile that even the autobiographical features of the author are now projected on to the lyrical self in a kind of narcissistic mirror. However, one of the most essential characteristics of Arcadian Poetry (Arcadismo) is the pastoral convention where the poet pretends to be a "shepherd" that gives voice to this fictional entity instead of his true self and his personal biography. That is one of the reason why Gonzaga's text represents a breakthrough from the traditional thinking of Arcadian Poetry. From a methodology of theoretical investigation into the concepts of language, discourse and literature, we try to understand the construction of the poem, its lyricism and how through the literary mimesis the alterities of the poetical text are established. All these are fundamental to the understanding of Arcadian Poetry.
With these theoretical considerations and a brief research into the origins of Arcadian Poetry and its manifestations in Portugal and Brazil we tried to verify our hypothesis in the lyric poems created by Gonzaga. The result made us realize that the Arcadian canons were in fact followed in part of the work especially when the lyrical self as the character called Dirceu idealizes a happy world with his beloved Marília. Nevertheless, when Gonzaga is arrested suspected of taking part in Inconfidência Mineira and he has to write in prison, both the poet and the "shepherd" are now intermingled with each other reflecting the mutual dependency that both have and thus making the boundaries between fiction and reality even more delicate / A dissertação que ora apresentamos preocupou-se em averiguar como se estabelecem os limites fronteiriços entre a entidade literária que é o eu lírico , criação de um autor, e a entidade do mundo real, criadora do texto, que é o poeta. Para tanto, escolhemos como objeto de pesquisa um dos textos mais populares da poética brasileira: o livro de poemas líricos Marília de Dirceu, escrito por Tomás Antonio Gonzaga, em finais do século XVIII.
A escolha de tal obra foi-nos motivada não só por sua popularidade entre os leitores de poesia, mas também porque acreditamos que nela o limite entre o eu lírico e o poeta se torne bastante tênue, a ponto de traços autobiográficos do autor se projetarem na figura do eu lírico , num espelhamento narcísico. Uma vez que no Arcadismo um dos traços marcantes é a convenção pastoril e o poeta, fingindo-se de pastor , concede voz a uma entidade ficcional em que se apagam a sua identidade e sua biografia pessoal, o texto de Gonzaga representaria uma ruptura aos cânones do período.
A partir de uma metodologia de investigação teórica sobre conceitos relativos à linguagem, ao discurso e à literatura, procuramos entender melhor a construção da poesia, do seu lirismo e de como, através da mimese literária, se estabelecem as alteridades no texto poético, conhecimentos fundamentais para trabalharmos com a poesia árcade.
Com tais levantamentos teóricos e uma breve pesquisa sobre a formação do Arcadismo e suas manifestações em Portugal e no Brasil, partimos para a verificação de nossas hipóteses nas liras de Gonzaga. O resultado deste trajeto acadêmico, aqui apresentado, nos levou a perceber que os cânones árcades se cumprem em parte na obra, quando o eu lírico , na figura do pastor Dirceu, idealiza um mundo feliz com sua amada Marília. No entanto, quando Gonzaga é preso, como suspeito de participação na Inconfidência Mineira, ao escrever suas liras na masmorra, poeta e pastor se imbricam numa única entidade que passa a refletir relações de mútua dependência, tornando a fronteira entre a literatura e a realidade cada vez mais imprecisa

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/14819
Date29 May 2007
CreatorsSimões, Luís Carlos
ContributorsSá, Olga de
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, PUC-SP, BR, Literatura
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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