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Urbanismo da alteridadeSTORCH, Andrea Melo Lins 13 March 2017 (has links)
GONÇALVES, Norma Lacerda, também é conhecida em citações bibliográficas por: LACERDA, Norma / Submitted by Fernanda Rodrigues de Lima (fernanda.rlima@ufpe.br) on 2018-08-06T21:40:52Z
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Previous issue date: 2017-03-13 / CAPES / A identificação de relações entre o modo de as pessoas, das classes média e alta, habitarem as cidades brasileiras, geralmente em condomínios verticalizados sem contato com o exterior, e o lado sombrio do individualismo (TAYLOR, 2011) que explica a necessidade de viver entre os supostamente iguais, conduziu esta tese a construir um alinhamento teórico entre o urbanismo e a filosofia. A indiferença quanto ao Outro, ou seja, o desconhecido habitante do espaço público, decorre de ele ser compreendido, prioritariamente, como hostil (DERRIDA, 1974; LEITÃO, 2009) posto que ele, reduzido ao mundo do sujeito (morador), é, assim, identificado. Tal posicionamento diante do Outro reflete uma ética que nasce do sujeito (Eu) e que tem a Ontologia como seu substrato (fatores como os de ordem socioculturais e econômicos são consequentes dessa condição). Esta tese apresenta outro fundamento, aquele desenvolvido pelo filósofo lituano Emmanuel Lévinas (1906-1995), que propõe uma inversão e traz a ética para a condição primeira da filosofia, ao postular a ética da alteridade. A noção é que se deve coexistir e responder à interpelação do Outro independentemente de quem ele seja, uma vez que ele não é objeto de apreensão do sujeito. Deriva daí o questionamento que impulsionou o desenvolvimento desta tese: existem propriedades arquitetônicas urbanas embasadas na ética da alteridade? A hipótese é de que existem, mas elas aindanão foram identificadas. Configura-se, assim, o seu objetivo: identificar os princípios da ética da alteridade que possam relacionar-se às propriedades arquitetônicas urbanas para propor predicados espaciais da alteridade. Os objetos de análise selecionados foram duas correntes do pensamento do urbanismo: (i) a funcionalista, por meio do Documento elaborado no IV Congresso de Arquitetura e Urbanismo (CIAM): a Carta de Atenas, e (ii) a humanista, por meio dos Documentos elaborados pelo grupo de arquitetos urbanistas Team 10 nos dois últimos Congressos de Arquitetura e Urbanismo – IX e X CIAMs: a Carta do Habitat e o Documento de Doorn.Ainda foi objeto da vertente humanista a contribuição crítica de Jane Jacobs contida no seu livro Morte e Vida nas Grandes Cidades Americanas (1961). Utilizou-se o método de análise de conteúdo (BARDIN, 1977) sobre as propriedades arquitetônicas urbanas do recorte espacial referente à relação entre as edificações (o espaço do sujeito), os espaços de limiar (a ética) e os espaços públicos (o espaço do Outro). Os resultados foram relacionados às bases filosóficas da ética da alteridade. Finalmente, demonstra-se que seus fundamentos integram as duas correntes distintas do urbanismo expressas em diferentes predicados espaciais da alteridade. A sombra acolhedora das edificações que se suspendempara as diferentes pessoas e a aproximação solidária daquelas edificações que se dobram para todos, dentre outros, fazem face ao recebimento do Outro,de modo a favorecer a coexistência ética. / The identification of relationships between the way people from middle and upper classes inhabit Brazilian cities, generally in vertical condominiums without contact with the outside, and the dark side of individualism (Taylor, 2011) that explains the need to live among the supposedly equal, led this thesis to build a theoretical alignment between urbanism and philosophy. The indifference to the Other, that is, the unknown inhabitant of the public space, derives from it is being understood, as a priority, as hostile (DERRIDA, 1974 and LEITÃO, 2009) since it, reduced to the world of the subject (inhabitant) thus it is identified. Such positioning in relation to the Other reflects an ethics that is born from the subject (I) and that has Ontology as its substrate (factors such as socio-cultural and economic factors are consequent of this condition). This thesis presents another foundation, that was developed by the Lithuanian philosopher Emmanuel Lévinas (1906-1995), who proposes an inversion and brings the ethics to the first condition of philosophy, when it postulates the ethics of alterity. The notion is that one must coexist and respond to the interpellation of the Other regardless of who he is, since he is not subject to apprehension of the subject. It follows from the questioning that propelled the development of this thesis: are there urban architectural properties based on the ethics of alterity The hypothesis is that they exist, but they have not yet been identified. Its aim is to identify the principles of the ethics of alterity that can be related to the urban architectural properties to propose spatial predicates of otherness. The selected objects of analysis were two streams of urbanism thinking: (i) the functionalist, through the Document elaborated at the Fourth Congress of Architecture and Urbanism (CIAM): the Athens Charter, and (ii) the humanist, through the Documents prepared by the group of urbanistic architects Team 10 in the last two Architecture and Urbanism Congresses - IX and X CIAMs: the Habitat Charter and the Doorn Document. The critical contribution of Jane Jacobs contained in her book Death and Life in the Great American Cities (1961) was also the subject of humanism. We used the content analysis method (BARDIN, 1977) on the urban architectural properties of the spatial clipping referring to the relationship between the buildings (the space of the subject), the threshold spaces (ethics) and public spaces from the other). The results were related to the philosophical bases of the ethics of alterity. Finally, it is shown that its foundations integrate the two distinct currents of urbanism expressed in different spatial predicates of otherness. The welcoming shade of the buildings that are suspended for the different people and the solidarity approach of those buildings that bend for all, among others, face the reception of the Other, in order to favor ethical coexistence.
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A saÃda do ser: a Ãtica de Emmanuel Levinas como crÃtica à ontologia clÃssicaHegildo Holanda GonÃalves 01 July 2010 (has links)
FundaÃÃo de Amparo à Pesquisa do Estado do Cearà / Cette recherche a pour sujet dâinvestigation lâÃthique de lâaltÃrità dans la philosophie
dâEmmanuel LÃvinas (1905-1995). Dâabord ce travail a lâintention de prÃsenter la pensÃe du
philosophe franco-lituanien autour de la problÃmatique de lâÃtre qui va depuis De
LâÃvasion(1935), passant par lâÃlucidation de la dynamique du verbe Ãtre comme existence et
sÃs possibilites de substantialisation dans des existances concrÃtes (existantes) et lâanalyse de
ce processus jusquâà la prÃsentation de la naissance de lâexistant concret comme gÃnese de la
subjectività qui se produit dans la sÃparation de lâexistence indÃterminÃe et anonyme ( Il y a);
ensuite, ce travail prÃsente le dÃsir mÃtaphysique comme possibilità dâirruption de lâAutre qui
ouvrira de lâespace pour penser à un sujet crÃe à service de lâAutre. Pour cela, deux concept
clÃs qui servent de base pour la comprÃhension de lâÃthique lÃvinasienne sont traitÃs: la
Totalità et lâidÃe dâInfini; enfin une rÃflexion est faite, à partir de lâoeuvre Ãthique comme
philosophie premiÃre (1982). LÃvinas souligne, dans sa pensÃe philosophique, lâAutre rÃvÃlÃ
comme aspect et qui demande irrÃductiblement une responsabilitÃ. Alors, câest lâÃthique
comme philosophie premiÃre qui donnera au sujet la possibilità de sortir de la prÃsence
obsessive de lâÃtre en tant que position, câest-Ã-dire, de lâÃtre en tant que celui qui existe, qui
consiste à la dÃcouverte de lâAutre en tant que lâAutre et qui arrache le Soi de la monotonie et
du Il y a sens signification. / A presente pesquisa tem como objeto de investigaÃÃo a Ãtica da alteridade na filosofia de Emmanuel
Levinas (1905-1995). Em primeiro lugar, este trabalho se propÃe apresentar o pensamento do filÃsofo
franco-lituano em torno da problemÃtica do Ser, que vai desde De LâÃvasion(1935), passando pela
elucidaÃÃo da dinÃmica do verbo ser como existÃncia e suas possibilidades de substancializaÃÃo em
existÃncias concretas (existentes) e a anÃlise desse processo atà a apresentaÃÃo do nascimento do
existente concreto como gÃnese da subjetividade, que se produz na separaÃÃo da existÃncia
indeterminada e anÃnima ( Il y a); em segundo lugar, Ã apresentado o desejo metafÃsico como
possibilidade de irrupÃÃo do Outro, desejo que abrirà espaÃo para se pensar um sujeito constituÃdo a
serviÃo do Outro. Para tanto, sÃo abordados dois conceitos-chave que servem de base para a
compreensÃo da Ãtica levinasiana, a saber: a Totalidade e a Ideia de Infinito; no terceiro momento Ã
feita uma reflexÃo, a partir de Ãthique comme philosophie premiÃre (1982). Nesta obra, Levinas traz Ã
tona, em seu pensar filosÃfico, o Outro manifesto como rosto e que convoca, irredutivelmente, a uma
responsabilidade. à a Ãtica como filosofia primeira, portanto, que darà ao sujeito a possibilidade de
sair da obsessiva presenÃa do ser enquanto posiÃÃo, isto Ã, do ser enquanto aquilo que hÃ, que consiste
no descobrimento do Outro enquanto Outro e que arranca o Eu da monotonia e do sem sentido do Il y a.
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A tradução do eu e do outro : identidades alteradas pela língua-cultura brasileira / The translation of the self and the other : identities modified by the brazilian language-cultureFerreira, Daniel Freitas 22 March 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-05-05T18:18:09Z
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2016_DanielFreitasFerreira.pdf: 1401290 bytes, checksum: 1e4de3d16ab3554e7f4f32ad5e42a961 (MD5) / Parto do princípio que nosso discurso não é nosso, é parte de um discurso que é definido por outros. Somos sujeitos historicamente situados e, por isso, temos discursos diferentes inclusive dentro da nossa própria língua, dependendo da situação. E isso se intensifica na língua estrangeira. As formas de construção das frases não nos remetem às mesmas heranças culturais; assim como as conotações e denotações da língua materna flutuam, de certo modo, entre os signos, as frases e as sequências. Destaco que quando falamos em tradução vamos muito além do conhecimento linguístico ou de uma transferência de um texto em uma língua A para uma língua B, pois devemos pensar em ressignificação do sujeito em uma nova língua-cultura e, dessa forma, atentar-nos para fatores históricos, geográficos, políticos, interesses geopolíticos, questões éticas, respeito à alteridade. Além disso, os Estudos da Tradução também abordam as formações de identidades que atravessam as fronteiras naturais e têm que negociar com as novas culturas em que vivem, sem simplesmente serem aceitas completamente ou sem perderem completamente suas características de origem, elas carregam os traços das culturas, das tradições, das linguagens e das histórias particulares. A diferença é que elas não são e nunca serão unificadas, pois são o produto de várias histórias e culturas interconectadas, pois estão traduzidas. Dessa forma, o presente trabalho busca discutir a tradução como prática discursiva e social, e seu papel na formação da identidade do sujeito em contexto de aprendizagem de português como segunda língua, buscando apontar que o discurso não é espelhado entre as línguas, e a partir do discurso dos Estudos da Tradução, pretendo romper com a ideia de que a tradução é apenas uma atividade mecânica de passagem de conteúdos de uma língua para outra e apresento-a como uma complexa prática discursiva e social. E dentro do par linguístico que trabalho, questiono a ideia corrente de proximidade entre português e espanhol como uma facilidade tradutória. _________________________________________________________________________________________________ ABSTRACT / I start from the premise that our speech is not ours; it is part of a speech which is defined by others. We are historically located individuals; therefore, we have different speeches even in our own language depending on the situation.This is intensified in a foreign language. Sentence construction does not allude to the same cultural heritage. In a certain way, connotations and denotations in the mother tongue flow among signs, sentences and sequences. I emphasize that when we talk about translation we go beyond the linguistic knowledge or a text transfer of language A to language B, for we should think about the re-signification of the individual in a new language-culture; thus be attentive to historical, geographical, and political factors, geopolitical interests, ethical issues, for they point out to otherness. Furthermore,Translation Studies also approach identity formations of individuals crossing natural bordersthat have tobargain with the new cultures they live in — without simply being completely accepted or without completely losing their original characteristics. They carry their own cultural features, traditions, languages and stories. The difference is that they are not and will never be unified since they are the product of several interwoven stories and cultures: they are translated individuals. Thereby, this present study seeks to discuss translation as a discursive and social practice, its role in identity formation of individuals within the Portuguese as a second language learning environment, highlight that speech is not reflected between languages; and from the Translation Studies perspective, I intend to break from the idea that translation is only a mechanical activity of transferring content from one language into another. I present it as a complex discursive and social practice. Also, from the standpoint of the language pair I work with, I question the current idea of proximity between Portuguese and Spanish as being a translational facility.
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A configuração da alteridade no processo grupalJacoby, Márcia January 2006 (has links)
Esta dissertação investiga o tema da configuração da alteridade no processo grupal. A revisão teórica toma como base as argumentações de Jean-Paul Sartre e Enrique Pichon-Rivière e de autores que se inscrevem neste mesmo tema. Estas argumentações propiciaram a compreensão da relação Eu-Outro com o terceiro e em conexão com o entorno, pela experiência do corpo na temporalidade que marca o estabelecimento do vínculo entre os sujeitos. Este vínculo se materializa na escolha intencional da experiência compartilhada na execução do projeto da totalidade humana. Nos procedimentos metodológicos está delimitado o universo desta investigação — grupo de sujeitos vinculados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) do Centro Regional Eixo-Baltazar de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre — e descreve-se o instrumental de operacionalização desta pesquisa com o relato da inserção da pesquisadora neste universo e o registro da devolução analítica das questões temáticas para os sujeitos. A sistematização dos conteúdos dos registros, oriundos dos encontros grupais, está estruturada por três questões norteadoras e suas respectivas temáticas, referentes à alteridade no processo grupal. Com isso, o pertencimento dos sujeitos a um grupo viabiliza o entendimento dos pressupostos que designam o Eu e o Outro no cotidiano da humanidade. Esse entendimento reafirma os propósitos da condição do homem na sua liberdade de protagonismo para constituir a sua existência.
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Imagens da alteridade no trabalho docente: enunciação e produção de subjetividade / Images de l'altérité dans le travail enseignant: énociation et production de subjectivitéBruno Rêgo Deusdará Rodrigues 11 December 2006 (has links)
Ce travail a pour objectif de mettre en question dun point de vue énonciatif les processus de production dimages discursives du travail enseignant à partir des discours qui circulent dans la salle des enseignants, et mettre en analyse le tableau mural comme dispositif de production de disciplinarisation du travail enseignant. Pour capter la relative complexité du travail enseignant, nous avons fait le choix de déplacer les images classiquement identifiées à ce métier (linteraction enseignant-apprenant en classe) et, comme terrain, nous avons accordé une place centrale à la salle des enseignants dun lycée du réseau public denseignement de létat de Rio de Janeiro, Brésil. Envisageant le tableau mural comme un élément important de la communication entre ladministration de lécole et les professionnels, et aussi parmi les professionnels, nous lavons choisi comme dispositif privilégié daccès aux interactions qui y ont lieu. Notre corpus danalyse est formé de textes qui ont été affichés au mural. Pour étayer notre approche théorique, nous avons adopté le principe dialogique du langage (Bakhtin, 1992; 2000), selon lequel les pratiques langagières se constituent par le primat de linteraction. En plus, nous avons eu recours au concept de pratique discursive (Maingueneau, 1997; 2001), qui articule, dans un mouvement dinterlégitimation, une double production: la production de textes et la production dune communauté discursive qui soutient ces textes. Nous avons encore adopté comme cadre théorique les notions de pouvoir comme relation de forces, celle de savoir, comme formations (Foucault, 2002; 2004a), et aussi la notion de production de subjectivité, comme processus machiniques (Guattari & Rolnik, 2005). Dans lanalyse de notre corpus, nous avons soutenu lidée que le mural peut être compris comme un dispositif de disciplinarisation du travail enseignant, permettant lappréhension de différents niveaux daffrontement à travers lapproche des genres de discours (Bakhtin, 2000) et de la scénographie discursive qui sy actualisent (Maingueneau, 1997; 2001). Finalement nous nous sommes tourné vers le discours rapporté comme notion opératoire, laccent étant mis sur sa forme narrativisée (SantAnna, 2004), choix qui nous a permis didentifier dans la matérialité discursive des stratégies deffacement de savoirs et activités constitutifs du travail de lenseignant. Nous avons conclu sur laffrontement de subjectivités individualisées ou pas à linterieur dagencements collectifs et sur la mise en place dun espace discursif dans lequel le travail enseignant serait destitué de sa dimension éthico-politique. / Esta dissertação tem como objetivo, de um ponto de vista enunciativo, discutir os processos de produção de imagens discursivas do trabalho docente, a partir de discursos que circulam na sala de professores, e analisar o mural como dispositivo de produção de disciplinamento do trabalho docente. Como percurso para a apreensão da complexidade relativa ao trabalho docente, optamos pelo deslocamento de imagens classicamente identificadas com esse métier (a interação professor-aluno em sala de aula), procedendo à pesquisa de campo com base em coordenadas de espaço e tempo que privilegiam a sala de professores de uma escola da rede pública estadual do Rio de Janeiro. Identificando o quadro-mural como elemento importante da comunicação entre a administração da escola e os profissionais, bem como entre eles próprios, o elegemos como dispositivo privilegiado de acesso às interações ocorridas em tal espaço. Nosso córpus de análise, portanto, é constituído por textos que foram afixados no mural. Para fundamentar nossa abordagem teórica, partimos do princípio dialógico da linguagem (Bakhtin, 1992; 2000), segundo o qual as práticas linguageiras se constituem pelo primado da interação. Aliada a esse princípio, encontra-se a concepção de prática discursiva de Maingueneau (1997; 2001), que articula, em um movimento de interlegitimação, uma dupla produção: a produção de textos e a produção de uma comunidade discursiva de sustentação desses textos. Valemo-nos ainda das noções de poder, como relação de forças, de saber, como formações (Foucault, 2002; 2004a), e de produção de subjetividade, como processos maquínicos (Guattari & Rolnik, 2005). Em nossas análises, sustentamos a idéia de que o mural pode ser compreendido como um dispositivo de disciplinamento do trabalho docente, explicitando, a partir das noções de gêneros do discurso (Bakhtin, 2000) e cenografia (Maingueneau, 1997; 2001), diferentes níveis de embates em seu funcionamento. Adotando ainda o discurso relatado (Authier-Revuz, 1990) como noção operatória, com ênfase para a forma de discurso narrativizado (SantAnna, 2004), identificamos, na materialidade discursiva, estratégias de apagamento de saberes / atividades inerentes ao trabalho docente. Como resultados, observamos na produção de imagens discursivas o confronto entre subjetividades individualizadas ou não no interior de agenciamentos coletivos e também a constituição de um espaço discursivo para o trabalho docente destituído de atuação ético-política.
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A configuração da alteridade no processo grupalJacoby, Márcia January 2006 (has links)
Esta dissertação investiga o tema da configuração da alteridade no processo grupal. A revisão teórica toma como base as argumentações de Jean-Paul Sartre e Enrique Pichon-Rivière e de autores que se inscrevem neste mesmo tema. Estas argumentações propiciaram a compreensão da relação Eu-Outro com o terceiro e em conexão com o entorno, pela experiência do corpo na temporalidade que marca o estabelecimento do vínculo entre os sujeitos. Este vínculo se materializa na escolha intencional da experiência compartilhada na execução do projeto da totalidade humana. Nos procedimentos metodológicos está delimitado o universo desta investigação — grupo de sujeitos vinculados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) do Centro Regional Eixo-Baltazar de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre — e descreve-se o instrumental de operacionalização desta pesquisa com o relato da inserção da pesquisadora neste universo e o registro da devolução analítica das questões temáticas para os sujeitos. A sistematização dos conteúdos dos registros, oriundos dos encontros grupais, está estruturada por três questões norteadoras e suas respectivas temáticas, referentes à alteridade no processo grupal. Com isso, o pertencimento dos sujeitos a um grupo viabiliza o entendimento dos pressupostos que designam o Eu e o Outro no cotidiano da humanidade. Esse entendimento reafirma os propósitos da condição do homem na sua liberdade de protagonismo para constituir a sua existência.
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Imagens da alteridade no trabalho docente: enunciação e produção de subjetividade / Images de l'altérité dans le travail enseignant: énociation et production de subjectivitéBruno Rêgo Deusdará Rodrigues 11 December 2006 (has links)
Ce travail a pour objectif de mettre en question dun point de vue énonciatif les processus de production dimages discursives du travail enseignant à partir des discours qui circulent dans la salle des enseignants, et mettre en analyse le tableau mural comme dispositif de production de disciplinarisation du travail enseignant. Pour capter la relative complexité du travail enseignant, nous avons fait le choix de déplacer les images classiquement identifiées à ce métier (linteraction enseignant-apprenant en classe) et, comme terrain, nous avons accordé une place centrale à la salle des enseignants dun lycée du réseau public denseignement de létat de Rio de Janeiro, Brésil. Envisageant le tableau mural comme un élément important de la communication entre ladministration de lécole et les professionnels, et aussi parmi les professionnels, nous lavons choisi comme dispositif privilégié daccès aux interactions qui y ont lieu. Notre corpus danalyse est formé de textes qui ont été affichés au mural. Pour étayer notre approche théorique, nous avons adopté le principe dialogique du langage (Bakhtin, 1992; 2000), selon lequel les pratiques langagières se constituent par le primat de linteraction. En plus, nous avons eu recours au concept de pratique discursive (Maingueneau, 1997; 2001), qui articule, dans un mouvement dinterlégitimation, une double production: la production de textes et la production dune communauté discursive qui soutient ces textes. Nous avons encore adopté comme cadre théorique les notions de pouvoir comme relation de forces, celle de savoir, comme formations (Foucault, 2002; 2004a), et aussi la notion de production de subjectivité, comme processus machiniques (Guattari & Rolnik, 2005). Dans lanalyse de notre corpus, nous avons soutenu lidée que le mural peut être compris comme un dispositif de disciplinarisation du travail enseignant, permettant lappréhension de différents niveaux daffrontement à travers lapproche des genres de discours (Bakhtin, 2000) et de la scénographie discursive qui sy actualisent (Maingueneau, 1997; 2001). Finalement nous nous sommes tourné vers le discours rapporté comme notion opératoire, laccent étant mis sur sa forme narrativisée (SantAnna, 2004), choix qui nous a permis didentifier dans la matérialité discursive des stratégies deffacement de savoirs et activités constitutifs du travail de lenseignant. Nous avons conclu sur laffrontement de subjectivités individualisées ou pas à linterieur dagencements collectifs et sur la mise en place dun espace discursif dans lequel le travail enseignant serait destitué de sa dimension éthico-politique. / Esta dissertação tem como objetivo, de um ponto de vista enunciativo, discutir os processos de produção de imagens discursivas do trabalho docente, a partir de discursos que circulam na sala de professores, e analisar o mural como dispositivo de produção de disciplinamento do trabalho docente. Como percurso para a apreensão da complexidade relativa ao trabalho docente, optamos pelo deslocamento de imagens classicamente identificadas com esse métier (a interação professor-aluno em sala de aula), procedendo à pesquisa de campo com base em coordenadas de espaço e tempo que privilegiam a sala de professores de uma escola da rede pública estadual do Rio de Janeiro. Identificando o quadro-mural como elemento importante da comunicação entre a administração da escola e os profissionais, bem como entre eles próprios, o elegemos como dispositivo privilegiado de acesso às interações ocorridas em tal espaço. Nosso córpus de análise, portanto, é constituído por textos que foram afixados no mural. Para fundamentar nossa abordagem teórica, partimos do princípio dialógico da linguagem (Bakhtin, 1992; 2000), segundo o qual as práticas linguageiras se constituem pelo primado da interação. Aliada a esse princípio, encontra-se a concepção de prática discursiva de Maingueneau (1997; 2001), que articula, em um movimento de interlegitimação, uma dupla produção: a produção de textos e a produção de uma comunidade discursiva de sustentação desses textos. Valemo-nos ainda das noções de poder, como relação de forças, de saber, como formações (Foucault, 2002; 2004a), e de produção de subjetividade, como processos maquínicos (Guattari & Rolnik, 2005). Em nossas análises, sustentamos a idéia de que o mural pode ser compreendido como um dispositivo de disciplinamento do trabalho docente, explicitando, a partir das noções de gêneros do discurso (Bakhtin, 2000) e cenografia (Maingueneau, 1997; 2001), diferentes níveis de embates em seu funcionamento. Adotando ainda o discurso relatado (Authier-Revuz, 1990) como noção operatória, com ênfase para a forma de discurso narrativizado (SantAnna, 2004), identificamos, na materialidade discursiva, estratégias de apagamento de saberes / atividades inerentes ao trabalho docente. Como resultados, observamos na produção de imagens discursivas o confronto entre subjetividades individualizadas ou não no interior de agenciamentos coletivos e também a constituição de um espaço discursivo para o trabalho docente destituído de atuação ético-política.
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A configuração da alteridade no processo grupalJacoby, Márcia January 2006 (has links)
Esta dissertação investiga o tema da configuração da alteridade no processo grupal. A revisão teórica toma como base as argumentações de Jean-Paul Sartre e Enrique Pichon-Rivière e de autores que se inscrevem neste mesmo tema. Estas argumentações propiciaram a compreensão da relação Eu-Outro com o terceiro e em conexão com o entorno, pela experiência do corpo na temporalidade que marca o estabelecimento do vínculo entre os sujeitos. Este vínculo se materializa na escolha intencional da experiência compartilhada na execução do projeto da totalidade humana. Nos procedimentos metodológicos está delimitado o universo desta investigação — grupo de sujeitos vinculados ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) do Centro Regional Eixo-Baltazar de Assistência Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre — e descreve-se o instrumental de operacionalização desta pesquisa com o relato da inserção da pesquisadora neste universo e o registro da devolução analítica das questões temáticas para os sujeitos. A sistematização dos conteúdos dos registros, oriundos dos encontros grupais, está estruturada por três questões norteadoras e suas respectivas temáticas, referentes à alteridade no processo grupal. Com isso, o pertencimento dos sujeitos a um grupo viabiliza o entendimento dos pressupostos que designam o Eu e o Outro no cotidiano da humanidade. Esse entendimento reafirma os propósitos da condição do homem na sua liberdade de protagonismo para constituir a sua existência.
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Diálogos sobre direito e diferença: o retorno a pergunta pelo sentido humano do direito que acontece na era da técnicaPimentel Fischer Pacheco, Mariana 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Este trabalho pretende investigar o direito tal como acontece na modernidade, à luz da hermenêutica de matriz heideggeriana e gadameriana. A técnica está no centro do
questionamento e atravessa a configuração atual do fenômeno jurídico, marcada pelo procedimentalismo, bem como projetos políticos de mudança ainda alicerçados em pressupostos racionalistas. A hermenêutica convida a uma compreensão historicamente enraizada do direito e a
um pensamento radicalmente responsável por suas escolhas. O excesso de confiança no método ou em procedimentos se mostram, n esse cenário, como motivo de desencargo. O ameaça da era da técnica é que a estrutura que funciona a partir do pensamento calculador continue a avançar e
o pensamento autônomo, desnecessário para tal conformação, seja cada vez menos praticado. Contra o impulso de domínio que surge da técnica, a hermenêutica procura fortalecer outras formas de lidar com as coisas , um modo mais solícito e participativo de se colocar nas relações,
capaz de salvaguardar a diferença. Educação e estética (a poesia, por exemplo, resiste a literalizações da tradição racionalista.) estão entrelaçadas e carregam potencial para mudanças. A primeira será pensada como aprendizado pela experiência que atinge, esteticamente, e é capaz de
tornar presente a finitude. A busca é por um direito enraizado, que se dá por uma prática que assume o peso e a responsabilidade de decisões calcadas em um modo de vida comum
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A via crucis do outro. Aspectos da identidade e da alteridade na obra de Clarice Lispector. / Aspects of identity and otherness in Clarice LispectorKahn, Daniela Mercedes 23 August 2000 (has links)
A principal idéia exposta nesta dissertação é que tanto a forma como o conteúdo do texto de Clarice Lispector obedecem a uma configuração em que os limites entre mesmo e outro não estão claramente definidos. O primeiro capítulo, que analisa o conto "A Quinta História", enfoca a questão da plasticidade da forma do texto clariciano, mostrando como este oscila entre o rigor formal e o rechaço das convenções de gênero. O segundo capítulo tenta rastrear, analisando uma série de textos curtos, os modos de representação do outro, desde as identificações mais primitivas do mesmo passando pelo reconhecimento da diferença do outro, até a representação do outro excluído pela sociedade. Finalmente é enfocada a questão do espaço social do outro através do estudo das relações entre "autor(a)", "narrador", "personagens" e "leitor" no romance A Hora da Estrela. O objetivo é mostrar como a própria forma do romance tematiza a questão da falta de espaço social proposta pelo mesmo. / The main idea exposed in this dissertation is that structure and content of Clarice Lispetors fiction follow a pattern, where the limits between the "Self" and the "Other" are not clearly defined. The first chapter, which analyses the short story "A Quinta História" ("The Fifth Story") focuses on the plasticity of Lispectors text, showing how it wawers between accepting and rejecting the conventions of genre. The second chapter tries to cover the different ways of figuring the other through the analysis of several short texts, moving from the most primitive forms of identification of self towards the recognition of the difference of "the other" up to the representation of the other as an outcast. Finally, the last chapter focuses on the matter of the social space of "the other" through "author", "narrator", "character" and "reader" relationships in the novel A Hora da Estrela (The Hour of the Star). The aim is to show how the very structure of the novel mirrors the lack of social space proposed as the theme of the story.
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