Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Florianópolis, 2010 / Made available in DSpace on 2012-10-25T10:20:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
276167.pdf: 8668613 bytes, checksum: 3bae411187920f0e4eadbc2a39057abb (MD5) / Na medicina popular brasileira, a casca de banana tem um histórico de uso na cura de lesões por queimadura. Compostos antioxidantes têm sido isolados de diferentes fontes naturais e possuem um papel importante na prevenção e cura de doenças, como o câncer por exemplo. O objetivo deste estudo foi avaliar os extratos provenientes da casca de banana (Musa spp.) (EBAQ: extrato bruto aquoso; EBHE: extrato bruto hidroetanólico; ESC: extrato derivado de extração supercrítica) no processo de cicatrização de lesões, considerando seu potencial antioxidante, e quanto a sua atividade antitumoral in vitro e in vivo. Para avaliar o potencial cicatrizante dos extratos, camundongos isogênicos Balb/C (peso 20 ± 2g, n = 6) foram submetidos ao modelo de excisão e foram divididos em grupo controle negativo (CN), que receberam topicamente água durante 3, 6, 9, 12 e 15 dias, grupo controle positivo (CP), que receberam topicamente solução de alantoína (50 mg/kg/dia) durante 3, 6, 9, 12 e 15 dias e grupos tratados topicamente com os EBAQ e EBHE (50 mg/kg/dia), conforme os grupos controle. O potencial cicatrizante e as defesas antioxidantes foram avaliados. Os resultados foram estatisticamente significativos quando comparados com os grupos CN e CP. Os tratamentos com EBAQ e EBHE foram capazes de diminuir o período de epitelização e a cicatrização das lesões se deu em 9 dias, aumentar o teor de hidroxiprolina, diminuir a
peroxidação lipídica e o conteúdo de proteína carbonilada nos tecidos cicatriciais, aumentar o teor de glutationa reduzida tendendo ao nível básal, diminuir as atividades das enzimas catalase, glutationa peroxidase e glutationa S-transferase e diminuir a atividade da superóxido dismutase demonstrando uma tendência ao nível basal. O estudo histológico da lesão foi realizado com o emprego do EBAQ para o tratamento das lesões, o qual foi o mais eficaz na análise de atividade cicatrizante, quando comparado ao tratamento com EBHE. Os resultados do estudo histológico da lesão confirmaram o potencial cicatrizante do EBAQ, uma vez que mostraram proliferação de fibroblastos e indução do processo de reepitelização. EBAQ, EBHE e ESC foram analisados em relação a atividade antitumoral in vitro.
Apenas o EBAQ apresentou citotoxicidade in vitro contra as células d
tumor ascítico de Ehrlich (TAE), com CI50 correspondente a 152,83 mg/mL. O EBHE não apresentou atividade no ensaio de citotoxicidade in vitro e não foi analisado no modelo in vivo para avaliar a atividade antitumoral. O ESC também não apresentou atividade no ensaio de citotoxicidade in vitro contra as células do TAE. Porém, apresentou elevada toxicidade quando aplicado no modelo de excisão em camundongo para avaliação do potencial cicatrizante. Por isso, foi aplicado aos ensaios de atividade antitumoral in vivo. Avaliações morfológicas em camundongos isogênicos Balb/C portadores de TAE (peso de 20 ± 2g, n = 6) mostraram que os animais tratados com o EBAQ e o ESC apresentaram diminuição significativa do peso corporal (~ 67 % e ~ 79 %, respectivamente) e no crescimento do TAE (~ 57 % e ~ 49 %, respectivamente), quando comparados ao grupo CN. EBAQ e ESC foram capazes de aumentar o número de células inviáveis (4 vezes e 2 vezes, respectivamente) e a porcentagem média de sobrevivência dos animais (~ 23 % e ~ 22 %, respectivamente), quando comparados ao grupo CN. Esses achados indicam que os EBQA e EBHE têm potencial cicatrizante que pode estar associado às suas propriedades antioxidantes. Além disso, os resultados dos testes de citotoxicidade in vitro e de atividade antitumoral in vivo são importantes indícios de uma possível aplicação de extratos da casca de Musa spp. casca (EBAQ e ESC) no tratamento do câncer. / In Brazilian popular medicine banana peel has a history of utility in burn healing. Antioxidant compounds have been isolated from different natural sources and play an important role in disease prevention and cure, such as cancer. The aim of this study was to evaluate Musa spp. peel extracts (ACE: aquous crude extract; HCE: hydroethanol crude extract; SCE: supercritical extract) in wound healing process, considering its antioxidant potential, and its antitumoral activity in vitro and in vivo. To evaluate wound healing potential, Balb/C mice (weight 20±2g, n=6) were cutaneous by injured and were divided in negative control group (NC), which received topically water during 3, 6 ,9, 12 and 15 days, positive control group (PC), which received topically allantoin solution (50 mg/kg/day) during 3, 6 ,9, 12 and 15 days, and treated groups which, received topically ACE and HCE (50 mg/kg/day), as in the control groups. Results were statistically
significant when compared with NC and PC groups. ACE and HCE
treatments were able to decrease the epithelization period and healing the lesions in 9 days, to increase the hydroxyproline content, to decrease lipid peroxidation and carbonyl protein contents in healing tissues, to increase reduced gluthatione content with a basal level tendency, to decrease catalase activity, decrease superoxide dismutase activity showing a tendency to basal level and to decrease gluthatione peroxidase and gluthatione S-transferase activities during all treatment period. Lesion histological study was performed with ACE treatment which was the most effective in wound healing evaluation when compared to HCE treatment. The results of lesion histological study confirmed the ACE healing potencial, since it showed fibroblast proliferation and induction of reepithelialization process. ACE, HCE and SCE were analyzed in respect to in vitro antitumoral activity. Only ACE showed in vitro cytotoxicity to Ehrlich ascites tumor (EAT) with IC50 corresponding to 152.83 mg/mL. HCE did not show in vitro
cytotoxicity to EAT and it was not applied to the in vivo model to evaluate antitumoral activity. SCE did not show in vitro cytotoxicity to EAT, however, it showed high toxicity when applied in wound healing model. Because of this, SCE was applied to in vivo antitumoral assays. Morphological evaluations in EAT-bearing Balb/C mice (weight 20±2g, n=6) showed that animals treated with ACE and SCE presented significant reduction in the body weight (~ 67 % and ~ 79 %, respectively), and in EAT growth (~57 % and 49 %, respectively) when compared to the NC group. ACE and SCE were able to increase the inviable cell number (~ 4 times and ~ 2 times, respectively), the average percentage of survival of animals (~ 23 % and ~22 %, respectively) when compared to the NC group. These findings indicate that ACE andf HCE have a wound healing potential that may be associated to their antioxidant activity. They also indicate that in vitro cytotoxicity and in vivo antitumoral activity are important indications of a possible application of extracts of Musa spp. peel (ACE and SCE) in cancer
treatment.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/94456 |
Date | 25 October 2012 |
Creators | Pereira, Aline |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Pedrosa, Rozangela Curi, Ferreira, Sandra Regina Salvador |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 156 p.| il., grafs., tabs. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0022 seconds