Return to search

Neuropatia autonÃmica cardiovascular precoce em pacientes com lipodistrofia generalizada congÃnita

As anormalidades metabÃlicas da lipodistrofia generalizada congÃnita (LGC) podem cursar com dislipidemia grave, diabetes mellitus (DM) de difÃcil controle e complicaÃÃes microvasculares, dentre as quais a neuropatia diabÃtica. Apesar disso, a avaliaÃÃo das diferentes formas de neuropatia, incluindo o estudo da modulaÃÃo autonÃmica cardiovascular, nesses doentes, à escassa. Acredita-se que a hiperglicemia isoladamente nÃo explique toda a fisiopatologia da lesÃo neural e, dentre os fatores potencialmente envolvidos ao seu desenvolvimento destacam-se a resistÃncia à insulina (RI) e o metabolismo anormal dos lipÃdios. Observa-se ainda associaÃÃo entre neuropatia autonÃmica cardiovascular (NAC), inflamaÃÃo, nefropatia e hipertrofia ventricular esquerda (HVE). Essas observaÃÃes fazem da LGC um interessante modelo biolÃgico para o estudo dos mecanismos provavelmente associados a essas complicaÃÃes. Os objetivos desse estudo foram determinar a prevalÃncia de NAC atravÃs dos testes de avaliaÃÃo da variabilidade da frequÃncia cardÃaca (VFC) e analisar a associaÃÃo entre os marcadores clÃnicos e metabÃlicos, os testes autonÃmicos e os parÃmetros cardiovasculares nos pacientes com LGC. Tratou-se de estudo transversal realizado no AmbulatÃrio de Endocrinologia PediÃtrica do Hospital UniversitÃrio Walter CantÃdio, no perÃodo de outubro de 2013 a dezembro de 2015. Foram incluÃdos 10 pacientes com LGC, 20 indivÃduos com de DM1 e 20 participantes saudÃveis que foram submetidos à avaliaÃÃo clÃnica, coleta de exames laboratoriais e de imagem, estudo molecular, mensuraÃÃo do Ãndice de massa de VE (IMVE), do intervalo QTc e da espessura mÃdia intimal carotÃdea (cEMI). Para diagnÃstico da NAC foram realizados os testes reflexos autonÃmicos cardiovasculares â coeficientes de valsalva (VAL), respiratÃrio (E/I), ortostÃtico (30/15) e teste da hipotensÃo postural (THP) â e a anÃlise espectral da VFC â componentes de frequÃncia muito baixa (FMB), baixa (FB) e alta (FA). O diagnÃstico de NAC clÃnica foi definido pela presenÃa de pelo menos dois testes reflexos alterados. Os resultados foram expressos em mediana (mÃn; mÃx) e em frequÃncia absoluta e percentual. Foram utilizados o teste exato de Fisher, Mann-Whitney, correlaÃÃo de Spearman e a tÃcnica de reamostragem Bootstrap, Programa: stata 13. Significante p<0,05. No grupo LGC, seis (60%) eram do sexo feminino, a idade foi 12 anos (7; 30), sendo 1 (10%) prÃ-pÃbere, 7 (70%) pÃberes e dois 2 adultos. NÃo se observou diferenÃa de idade, sexo, estadiamento puberal e IMC entre os grupos. Todos os pacientes com LGC tinham dislipidemia, 70% DM, 60% nefropatia e 30% neuropatia sensitivomotora. Observou-se maior prevalÃncia de NAC clÃnica entre os pacientes com LGC (40%) em comparaÃÃo aos grupos DM1 (5%) e saudÃveis (0%); p<0,05. Observou-se reduÃÃo significativa do coeficiente E/I e dos componentes de FMB, FB e FA no grupo LGC vs DM1 e saudÃveis e menores valores dos coeficientes 30/15 e VAL no grupo LGC vs saudÃveis (p<0,05). Os pacientes com LGC apresentaram elevada prevalÃncia de HVE (40% vs 0%; p=0,008). Nos pacientes com LGC, os testes autonÃmicos cardiovasculares se associaram com HbA1c, HOMA-IR, triglicerÃdeos, PCRus, albuminÃria, IMVE e espessura do septo interventricular (p<0,05). Ao se avaliar os grupos LGC e saudÃveis, os nÃveis de leptina de associaram com o coeficiente 30/15 mesmo apÃs ajuste para triglicerÃdeos e resistÃncia à insulina (r=0,396; p=0,036). Em conclusÃo, demonstrou-se uma elevada prevalÃncia de NAC em pacientes jovens com LGC, mesmo em comparaÃÃo a um grupo de DM1. Esses achados sugerem que a RI e a hipertrigliceridemia podem estar envolvidas no desenvolvimento precoce da NAC. Observou-se ainda associaÃÃo entre a leptinemia e a modulaÃÃo autonÃmica cardiovascular; ressalta-se, no entanto, que estudos adicionais sÃo necessÃrios para se avaliar o papel da hipoleptinemia nesse contexto. A associaÃÃo entre HVE e os parÃmetros de avaliaÃÃo da modulaÃÃo autonÃmica cardÃaca permite especular que a NAC pode estar envolvida na fisiopatogÃnese dessa complicaÃÃo nesses pacientes.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:11590
Date30 September 2016
CreatorsClarisse MourÃo Melo Pontes
ContributorsRenan MagalhÃes Montenegro JÃnior, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, Ana Karina de Melo Bezerra SodrÃ, Eduardo Arrais Rocha, RAFAELA VIEIRA CORREA
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em CiÃncias MÃdicas, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0023 seconds