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Alguns aspectos da interação Médico-Paciente em Domingo à Tarde, de Fernando Namora

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Previous issue date: 2006-11-27 / The present work aims to reflect on the doctor-patient interaction based on the
analysis of the fictional text Domingo a Tarde, a novel by Fernando Namora, written
from October 1959 and October 1960. Its action is passed at a public hospital of
Lisbon. The purpose of this study is to verify how the utterances multivocal character
is esthetically constituted through the narrator's verbal communication with himself,
with his friends and with a specific patient, in situations that happen in several spaces
and in different times, in the narrative context of the romance. The research is
justified because the analyzed work, presenting a graphic literary reconstitution of the
doctor-patient interaction, makes available some of the main aspects of this
interaction, one to which we can only have access as doctor and/or patient, for the
contract implied there in is a private one which no researcher can violate, neither
directly nor by means of questionaries interviews and so on. The methodology
consisted on the chapters' organization from the perspective of the relation between
text and context, from the point of view of dialogical relations: the narrator's memory,
the comment that reviews his past, the self-criticism, the metaspeech, from the one
hand, and the plot itself, the history, from the other. As analytical category, the work
uses reported speech, according to Bakhtin and his Circle: trought the narrator's
voice, other voices are recovered through direct, indirect and free indirect speechs.
One can perceive that the literary text that constitutes the corpus of the research can
be understood as an esthetic representation of social dissymmetries in the doctorpatient
interaction (in the social-cultural context and in the historical moment of
Domingo à Tarde). Besides, in the literary language of this novel one sees
represented the transformation of the professional's posture that humanizes herself -
and suffers due to her incapacity of saving and/or to cure incurable sick people -,
when evaluating the "other" be the "other" the doctor-narrator himself, that
recognizes and identifies in and by the "others" glance, or the other doctors, the
patient, the friends, or patients in general / Este trabalho tem o objetivo de refletir sobre a interação médico-paciente, a partir da
análise do texto ficcional Domingo à tarde, romance de Fernando Namora, escrito
entre outubro de 1959 e outubro de 1960, e ambientado em um hospital público de
Lisboa. A finalidade deste estudo é verificar como vai se constituindo, esteticamente,
o caráter multivocal dos enunciados, por meio da comunicação linguageira do
narrador consigo mesmo, com seus colegas, e com uma paciente específica, em
situações que ocorrem em vários espaços e em diferentes tempos, no contexto
narrativo daquele romance. A pesquisa se justifica, porque a obra examinada, ao
apresentar uma vívida reconstituição literária da complexidade da interação médicopaciente,
torna acessíveis alguns importantes aspectos dessa interação a que não
se pode ter acesso direto exceto na condição de paciente e/ou médico - dada a
natureza sigilosa do contrato entre os participantes, que exclui a presença de um
pesquisador, seja diretamente ou na forma de, por exemplo, questionários,
entrevistas, etc. A metodologia consistiu na leitura do livro e para a análise
mantivemos a sub-divisão em capítulos, utilizada por Namora, de modo a se
estabelecer a relação texto/contexto, sob a perspectiva de relações dialógicas: a
memória do narrador, o comentário que retoma o seu passado, a autocrítica, o metadiscurso,
de um lado, e a própria trama, a história, de outro. Como categoria de
análise, foi usado o conceito teórico de discurso relatado, segundo Bakhtin e seu
Círculo: pela voz do narrador, outras vozes são recuperadas por meio de discurso
direto, discurso indireto e discurso indireto livre. O comentário final é que o texto
literário - corpus desta pesquisa, pode ser entendido como representação estética
de dessimetrias sociais na interação médico-paciente (no contexto sócio-cultural e
no momento histórico de Domingo à tarde). Além disso, na linguagem literária deste
romance está representada a transformação de postura do profissional que se
humaniza - e sofre por sua incapacidade de salvar e/ou curar, doentes incuráveis -,
ao valorizar o outro (seja o outro o próprio médico-narrador, que se reconhece e
se identifica no e pelo olhar do outro ; sejam os outros os médicos, a paciente, a
colega, ou os doentes)

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/13866
Date27 November 2006
CreatorsKuninari, Ana Maria Rodrigues Alves
ContributorsBrait, Elisabeth
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, PUC-SP, BR, Lingüística
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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