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Flexibilizar, vulnerabilizar e precarizar : efeitos da desestruturação da vida dos trabalhadores brasileiros, sob as ordens do "mercado"

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2008. / Submitted by Raquel Viana (tempestade_b@hotmail.com) on 2011-06-09T12:33:32Z
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2008_MariaIsabelPojoRego.pdf: 1967965 bytes, checksum: fd62849e71076289ba150e33b3052d80 (MD5) / A pesquisa se apoiou na hipótese central de que a incerteza vem sendo utilizada como uma técnica, um instrumento de poder do atual estágio do capitalismo especulativo, para produzir corpos dóceis sujeitos a uma mais intensa exploração do capital, na medida em que viver sob condições incertas produz uma clara sensação de medo do porvir. Medo, expressado na permanente ameaça de demissão, que as novas tecnologias de gestão do capital sabem bem explorar para submeter os trabalhadores a trabalho cujas jornadas são intensificadas, bem como estendidas em horas e horas a mais de trabalho não remunerado. O recorte analítico colocou em relevo a ameaça do desemprego experimentada pelos empregados ou desempregados que trabalham em Brasília, cujas subjetividades deixaram transparecer, ao analisarmos suas trajetórias profissionais. Verificou-se que a principal questão reveladora do medo que fragiliza o trabalhador de hoje está na contraposição entre o tempo de trabalho e tempo de não-trabalho. Essa fragilização se apresenta nos campos cultural, jurídico, econômico, político e social. No campo econômico, o processo de mundialização provoca impactos negativos nas relações de assalariamento a partir da lógica adotada pela gestão baseada em valor (VBM); no campo cultural, as especificidades culturais, como a prática do comportamento clientelista, determinam a forma de se conseguir emprego no Brasil; no campo jurídico, a flexibilização da lei trabalhista brasileira em favor do empregador trazem novas modalidades de contratação com prejuízo para a classe trabalhadora; e no campo político, o desmonte promovido no sistema sindical brasileiro deixa o empregado ainda mais desprotegido. Por fim, no campo social, podemos afirmar que a ditadura do ―mercado‖ nos coloca diante de um processo de flexibilização das relações de trabalho, bem como da vulnerabilidade da população economicamente ativa e da precarização social dos trabalhadores que inviabiliza a possibilidade de autonomia de si, promovendo com isso a intensificação da expropriação da mais valia. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The research was based on the assumption that the uncertainty has been used as a technique, an instrument of power of the current stage of speculative capitalism to manufacture a docile mass subject to the most intense exploitation of the capital, living under uncertain conditions that produce a strong sense of fear of the future. Fear, expressed in the permanent threat of dismissal, that the new technology for managing capital is well aware on how to exploit workers, submitting their working days to intensified and extended hours and hours of unpaid work. The analytical cut emphasized the threat of unemployment experienced by employees or unemployed people living in Brasilia, whose singularities become manifest while following their professional path. It was found that the main question which reveals the fear that weakens today‘s worker is the contrast between the working time and non-working time. This weakening is expressed in the culture, judicial, economic and social fields. In the economic field, the process of globalization causes negative impact on the wages relations from the adopted logic of value-based management (VBM), in the cultural field exclusive-customized-culture as the practice of favoritism behavior determines how to get a job in Brazil; in the legal field, relaxation of Brazilian labor law in favor of the employer brings new forms of hiring with enormous harm to the working class; in the political field, the disassembly carried out in the Brazilian Union level leave the employees even more unprotected. We face a process of relaxation of labor relations, and the vulnerability of the economically active population deteriorating social workers that precludes the possibility of autonomy of each other, promoting it with the intensification of expropriation of added value. ___________________________________________________________________________________ RÉSUMÉ / L‘étude s‘appui sur l‘hypothèse selon laquelle l'incertitude devient une technique, un instrument de pouvoir du capitalisme spéculatif présent, dont l‘objectif est la production de corps dociles soumis à l‘exploitation encore plus intense du capital, car vivre dans des conditions incertaines produit une claire sensation de peur de l‘avenir. La peur exprimée par la menace permanente de licenciement, que les nouvelles technologies de la gestion de capitaux savent bien exploiter, a fin de soumettre les employés à activités qui leurs obliges à des journées de travail intensifiées et étendues à des heures et des heures de plus travail non payé. La délimitation de l'analyse a placé l'accent sur la menace du chômage vécue par les salariés ou les chômeurs qui travaillent à Brasilia, dont les subjectivités nous dévoilent au moment de l‘analyse des trajectoires professionnelles. On vérifie que la question principale de l‘enquête, révélatrice de la peur qui fragilise celui qui travaille aujourd‘hui, se place au contrepoint entre le temps de travail et le temps de non travail. Cette fragilisation se présente dans les champs culturel, juridique, économique, politique et social. Dans le champs économique, le procès de mondialisation entraîne des effets négatifs aux relations du salariat à partir de la logique adoptée par la gestion basée sur la valeur (VBM) ; dans le champs culturel, les distinctions culturelles comme la pratique du comportement clientéliste déterminent la façon dont on obtient un emploi au Brésil; dans le champs juridique, la flexibilisation de la loi du travail brésilienne en faveur de l‘employeur amène à des nouvelles formes de recrutements en détriment de la classe ouvrière; et dans le champs politique, le démantèlement du système syndical brésilien laisse l‘employer encore plus démuni. Bref, la dictature du ―marché‖ nous laisse devant un processus de flexibilisation des relations de travail, de vulnérabilité de la population économiquement active et de précarisation sociale de tout ceux qui travaillent et non travaillent, les interdisant l‘autonomie de soi, fait qui amène à l‘intensification de l‘expropriation de la plus-value.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/8313
Date29 August 2008
CreatorsRego, Maria Isabel Pojo do
ContributorsNunes, Christiane Girard Ferreira
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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