Resumo: O risco ambiental de contaminação de uma única lâmpada fluorescente (LF) pode ser dito como quase nulo. Entretanto, levando em consideração que no Brasil existe uma geração anual de resíduos de LF estimada em 206 milhões de unidades e que o uso vem aumentando significativamente, principalmente, devido à política de banimento das lâmpadas incandescentes, tem-se como consequência o surgimento de uma problemática ambiental relacionada à destinação pós-consumo destes produtos. Devem-se considerar os baixos índices de reciclagem atuais. Além disso, LF contém mercúrio, um metal pesado altamente tóxico. Apesar da quantidade contida em uma lâmpada apresentar-se em miligramas, caso ocorra o rompimento de milhares de unidades, ocorre contaminação do ar, do solo e da água, ocasionando impactos ambientais irreversíveis. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a importância da destinação adequada para LF usadas, apresentando processos de reciclagem e a estruturação da logística reversa, através de estudo comparativo entre Brasil e Alemanha. A metodologia consistiu em levantamento de dados de empresas e realização de análises para determinação do mercúrio em LF novas e usadas e em filtro de carvão ativado utilizado para reter vapor de mercúrio durante a reciclagem. Este filtro, após saturação, foi classificado como resíduo classe II. O Brasil não possui uma lei estabelecendo limites de mercúrio em LF novas. Comparando com o valor estabelecido pela diretiva da União Européia, a maioria dos resultados estaria fora dos padrões. No Brasil, a obrigatoriedade da logística reversa para LF foi instituída na Política Nacional de Resíduos Sólidos em 2010. Na Alemanha, a lei data de 2005 e inclui requisitos para recicladores, metas de reciclagem, critérios para o gerenciamento do sistema de retorno e limites de mercúrio por tipo de lâmpada. Atualmente existem quatro plantas recicladoras de LF na Alemanha e quatorze no Brasil, sendo o índice de reciclagem em relação à geração de resíduos estimado em 30% e 6%, respectivamente. As tecnologias de reciclagem de LF usadas conduzem a obtenção de frações com diferentes graus de pureza, o que impacta na destinação dos materiais obtidos. O vidro tem como principal destinação no Brasil à indústria de cerâmica e na Alemanha para a fabricação de novos tubos para lâmpadas. Outro diferencial consiste no envio do pó fluorescente para a recuperação dos elementos terras raras, atividade iniciada na Alemanha. O mercúrio tem diversos destinos, devido aos custos da purificação. O modelo proposto neste trabalho para a logística reversa de LF no Brasil contempla a criação de regulamentação federal específica definindo metas para coleta, reciclagem, critérios para o sistema de gestão, transporte, rotulagem ambiental, limites para o uso de mercúrio em lâmpadas e controle das destinações dos materiais. A estrutura do sistema constitui-se de uma associação para o gerenciamento da coleta, transporte e reciclagem, visando reduzir custos e a complexidade do sistema, bem como a fundação de entidade para registro das quantidades produzidas, importadas, coletadas e recicladas. Através da implantação da logística reversa com base nos fatores apresentados, possibilitaria elevar os índices de reciclagem, reduzir os impactos ambientais e promover a geração de novos negócios.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/28134 |
Date | 24 September 2012 |
Creators | Bacila, Danniele Miranda |
Contributors | Fischer, Klaus, Kolicheski, Monica Beatriz, Wiemes, Leandro, Universidade Federal do Paraná. Setor de Tecnologia. Programa de Mestrado profissional em Meio Ambiente Urbano e Industrial |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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