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O romance da urbanização

Orientador: Marisa Philbert Lajolo / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-22T07:59:40Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1997 / Resumo: O trabalho que desenvolvo sugere que, no bojo do que a crítica e a história literária brasileiras chamam de romance de 30, irá surgir um tipo específico de narrativa que identifico como romance da urbanização. Este romance problematizaria em diferentes níveis de sua construção formal os impasses e as contradições da transição - sempre inconclusa - do Brasil agrário, rural, para um país em vias de urbanização e industrialização. Tempo, espaço, enredo e personagens vão rearranjar-se no sentido em que a coexistência e/ou a justaposição de duas formações sociais distintas, no plano da representação ficcional, irão solapar, num determinado grau, a estrutura do romance brasileiro real-naturalista.
Trata-se, portanto, de um lado, de rediscutir a questão do romance enquanto gênero narrativo no contexto da história da literatura brasileira; de outro, paralelamente e por conseqüência, trata-se de analisar o romance da urbanização no contexto do Modernismo brasileiro e, no mesmo passo, reavaliar este período da nossa literatura à luz de certos pressupostos
históricos e estéticos a partir da configuração do conceito de romance da urbanização. A meu ver, o romance da urbanização põe em suspensão uma das premissas básicas do Modernismo brasileiro em suas diferentes perspectivas, em particular, e da literatura brasileira, de um modo geral, desde o Romantismo, que é a formulação de projetos e/ou de sínteses fundadoras de identidades brasileiras, que têm nas noções de progresso e modernidade um dos seus elementos-chave. A "História inacabada" "o inacabado'" e o "inacabável" de nosso desenvolvimento histórico-social, para se usar as expressões de um
sociólogo, vislumbrados na estruturação das obras que compõem o romance da urbanização, faz com que a História nacional deixe de ser vista como a "história da espera do progresso" elou como a formulação e concepção desse mesmo
progresso e modernidade. Para tanto, detenho-me na análise de três textos: Os ratos (1935), de Dyonélio Machado; Angústia (1936), de Graciliano Ramos; e O amanuense Be/miro (1937), de Cyro dos Anjos. Mostro que a elaboração destes
romances estiliza o impasse histórico, acima mencionado, que se formaliza com perspectivas, ainda que diferentes, complementares / Abstract: This work suggests that, within what the Brazilian criticism and literary history call nove I of the 30s', an specific type of narrative will appear, which I identify as the novel of urbanisation. In different levels of its formal construction, this novel would question the impasses and contradictions of the transition - always inconclusive - from agrarian Brazil to a country in process of
urbanization and industrialization. Time, space, plot and characters will be arranged in the sense that, on the levei of the fictional representation, the coexistence and/or juxtaposition of those two distinct social formations will undermine, to certain degree, the structure of the real-naturalistic Brazilian novel. The aim then is, on the one hand, to discuss the novel as a
narrative genre in the context of the Brazilian literary history and, on the other, to analise the novel of urbanisation-in context of Brazilian Modernism. Besides, this work evaluates this literary period in the light of certain historical and aesthetic presuppositions, generated from the configuration of novel of urbanisation concept. In my point of view, the novel of urbanisation questions one of the basic premises of Brazilian Modernism in its different perspectives, in particular, and of the Brazilian literature, in general, since Romanticism. This premise is the formulation of projects and/or founding syntheses of Brazilian identities, which have in progress and modernity one of its key-elements. The "unfinished History", "the unfinished" and "the unfinishable" of our historic-social development, to use the expressions of a sociologist, perceived in structure of the
works of the novel of urbanisation, prevents the national History from being 191 seen as the "history of the expectation of progress" and/or as the formulation and conceptíon of this progress and modernity. In order to demonstrate that, I analise three novels: Os ratos (1935), by Dyonélio Machado: Angústia (1936), by Graciliano Ramos; and O amanuense Belmiro (1937), by Cyro dos Anjos. I show that their construction stylises thehistorical impasse, previously mentioned, which is built with
complementary - even though different - perspectives / Doutorado / Doutor em Teoria Literaria

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/270109
Date10 June 1997
CreatorsGil, Fernando Cerisara, 1961-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Lajolo, Marisa, 1944-, Lajolo, Marisa Philbert, 1944-, Dias, Maria Eugenia da Gama Alves Boaventura, Prado, Antonio Arnoni, Zilberman, Regina, Ianni, Octávio
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format202f., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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