Return to search

O tocador pelo pincel: o sonoro, o visual e a sensorialidade, do Modernismo à Era Vargas / The player by the brush: audio, visual and sensoriality from modernism to the Vargas Era

Foram investigadas neste trabalho algumas das conexões entre a produção artística e intelectual brasileira e o mundo dos sentidos, especialmente entre as décadas de 1920 e 1940. Tomado como motivo político e estético, o sensorium foi matéria-prima no delineamento de propostas para a identidade artística e cultural do país, conectando-se de forma visceral à própria idéia de cultura popular, que passa por variações significativas no período compreendido entre os primórdios do Modernismo e a Era Vargas. Foram privilegiadas as relações entre os universos visual e sonoro, sobretudo em suas manifestações pictórica e escrita, analisadas a partir dos diálogos com a música. Esta última emerge como representante de um nacionalismo de base sensorial que se afirma ao longo da década de 1920, mas que pode ser mapeado já desde meados do século anterior, caracterizando a percepção acerca da cultura popular nas formas eruditas de expressão. O mundo dos sentidos, representado em grande medida pela dimensão sonora, funcionou ora como tema estruturador dos debates ideológicos, ora como veículo de divulgação e inserção internacional do país pela via da cultura, ou ainda, como instrumento político de intervenção social. A inclusão desta problemática na interpretação do Modernismo brasileiro fortalece os laços entre arte, cultura e política ao problematizar o impacto de suas formulações estéticas nas ações empreendidas na sequência pelo Estado Novo. Nesse cenário, a pintura, a literatura, a crítica e a produção intelectual serviram como plataforma de observação, através da qual se pode visualizar o alcance do problema, dando a ver a articulação entre a invenção artístico-intelectual e as querelas político-culturais de então. / This research deals with the connections between the Brazilian artistic and intellectual production and the world of the senses during the decades of 1920-1940. Taken as a political and aesthetic motive, the sensorium was the raw material of the proposals for the artistic and cultural identity, connected to the ideal of popular culture, which undergoes significant changes from the beginnings of modernism to the Vargas Era. The relations between visual and audio worlds were privileged, especially in its written and pictorial demonstrations and its dialogues with music. This last emerges as representative of a nationalism based on sensorial materials that asserts itself throughout the 1920s. And it can also be mapped as early as a mid-century earlier, characterizing the perception of popular culture in the forms of scholarly expression. The world of the senses, represented largely by sound dimension, worked as part of ideological debates and as a political tool for social intervention. The inclusion of this issue in the interpretation of Brazilian modernism strengthens the ties between art, culture and politics by questioning the impact of their aesthetic formulations on the actions taken following the Estado Novo. In this scenario, painting, literature, criticism and intellectual production served as a viewing platform through which we can see the scope of the problem, highlighting the link between artistic and intellectual invention and the quarrels of cultural and political field of the time.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-19092012-093322
Date05 March 2012
CreatorsTéo, Marcelo Róbson
ContributorsMeneses, Ulpiano Toledo Bezerra de
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

Page generated in 0.0157 seconds