O objetivo desta investigação é demonstrar a identidade de origem entre alma do mundo e almas individuais, ressaltando a igualdade de patamar em que se encontram. Procura-se, com isso, combater uma visão persistente até os dias de hoje junto a alguns comentadores, segundo a qual as almas individuais seriam derivadas da alma do mundo. Nossa estratégia baseia-se em dois eixos centrais: em primeiro lugar, procuramos observar o que Plotino tem a dizer a respeito da questão, para, em seguida, observar a necessidade desta fraternidade entre as almas para a coerência da doutrina plotiniana da alma. Notamos, assim, a origem do problema no tratado IV 9 [8], demonstrando em seguida a posição de Plotino, através da análise dos oito capítulos iniciais do tratado IV 3 [27]. É aí que o filósofo enuncia claramente a fraternidade entre almas individuais e alma do mundo. A seguir, observamos as repercussões desta doutrina para o restante da teoria plotiniana da alma, em especial no que tange à autonomia da alma humana. Neste segundo momento de nosso exame, notamos, inicialmente, o caráter duplo do homem: por um lado, alma superior e divina, e, por outro lado, composto animado, pertencente à natureza. Em seguida, por meio do tratado III 1 [3], observamos a postulação das almas individuais como princípios causais, ao lado da alma do mundo. Com isto, o filósofo procura dar conta da possibilidade de liberdade humana e de atribuição de responsabilidade pessoal. A exigência de Plotino, porém, é a purificação da alma, com a qual sua verdadeira natureza é recuperada: essência inteligível. Somente assim é possível o pleno exercício da faculdade intelectiva. Deste modo, a alma individual, tendo sua fonte na Hipóstase Alma, é capaz de voltar-se para o superior e assimilar-se a Deus. Ao equiparar a alma individual a princípio causal garantidor da liberdade humana, Plotino impede que abdiquemos de nosso caráter divino. Embora seja dupla a constituição do homem, tal duplicidade não deve nos iludir quanto à nossa verdadeira identidade, residente no alto. / Le but de cette recherche est de démontrer l\'identité d´origine entre l\'âme du monde et les âmes individuelles, soulignant leur égalité de niveaux. On cherche, avec cela, combattre une vision persistante jusqu\' à aujourd\'hui chez quelques commentateurs, selon laquelle les âmes individuelles procéderaient de l\'âme du monde. Notre stratégie repose sur deux piliers: d\'abord, nous avons essayé d\'observer ce que Plotin a à dire sur la question, pour ensuite observer la nécessité de cette fraternité des âmes à la cohérence de la doctrine de l\'âme plotinienne. Nous avons remarqué, ainsi, l\'origine du problème au traité IV 9 [8], démontrant, après, la position de Plotin, à travers l\'analyse des huit premiers chapitres du traité IV 3 [27]. C\'est là que le philosophe énonce clairement la fraternité entre les âmes individuelles et l\'âme du monde. Ensuite, nous avons examiné les implications de cette doctrine pour le reste de la théorie plotinienne de l\'âme, en particulier en ce qui concerne l\'autonomie de l\'âme humaine. Au cours de cette deuxième partie de notre vérification, nous avons d\'abord remarqué le caractère double de l\'homme : d´une part, âme supérieure et divine, d\'autre part, composé animé, appartenant à la nature. Ensuite, à travers la consideration du traité III 1 [3], nous avons observé la postulation des âmes individuelles en tant que principes de causalité, à côté de l\'âme du monde. Avec ceci, le philosophe essaye de rendre compte de la possibilité de la liberté humaine et de l\'attribution de la responsabilité personnelle. L\'exigence de Plotin, cependant, est la purification de l\'âme, avec laquelle sa vraie nature est récupérée: essence intelligible. C\'est seulement à ce moment que le plein exercice des facultés intellectuelles est possible. Ainsi, l\'âme individuelle, ayant sa source dans l\'hypostase Âme, est en mesure de retourner vers le supérieur et de s\'assimiler à Dieu. En considérant l\'âme individuelle comme principe causal de la liberté humaine, Plotin empêche l´abdication de notre nature divine. Bien que ce soit double la constitution de l\'homme, une telle duplicité ne doit pas se faire d\'illusions sur notre véritable identité, demeurant au sommet.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-24082010-144425 |
Date | 28 July 2010 |
Creators | Oliveira, Maria Eduarda Martins de |
Contributors | Bolzani Filho, Roberto |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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