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“Indicação Geográfica no Brasil: determinantes, limites e possibilidades”

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No mercado mundial, a Indicação Geográfica (IG) é um tipo de propriedade intelectual.
Mercadorias reconhecidas, nacional e internacionalmente, com este signo distintivo impedem
ou dificultam a aplicação de restrições sociais, ambientais, etnoculturais, e outras barreiras
não tarifárias sobre as tradable commodities e serviços, enquanto produtos territoriais. No
Brasil, a IG é um reconhecimento oficial, registrado no Instituto Nacional de Propriedade
Industrial (INPI). A Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO) são dois
tipos brasileiros de IG reconhecíveis. Esta tese cumpre dois objetivos. Primeiro, analisar, por
meio de estudo comparativo, as diversas experiências realizadas nos territórios reconhecidos
nacionalmente com uma IG. Segundo, construir, por meio dessa análise, uma tipologia que
identifique a relação entre IG e renda de monopólio. A aprovação depende de fatores
diversos, como apoio de parceiros institucionais, organização sócio-produtiva, que legitima a
técnica – o saber-fazer, com sua riqueza histórica e simbólica; depende também da capacidade
de articulação político-territorial dos produtores, de explorar as potencialidades locais,
consolidar sistemas de produção/atividade e sistemas agrários, além de valorizar produtos
territoriais georreferenciados. Inicialmente faz-se uma abordagem geográfico-histórica. O
estudo comparativo e a tipologia apoiam-se em dados secundários, principalmente do INPI, e
informações primárias, coletadas junto aos representantes de instituições que lideram pedidos
de registro. Objetivamente, a tipologia permite identificar casos bem ou mal sucedidos.
Permite ainda diagnosticar potencialidades e entraves em outros territórios, ainda
desprotegidos, embora potencialmente reconhecíveis. Essas informações são indispensáveis
para que os policy makers tenham uma visão totalizante do projeto socioeconômico, políticoinstitucional,
geoambiental, histórico-cultural e técnico-científico que fundamentam o pedido
de registro. Infelizmente, os estudos disponíveis reportam-se apenas a casos específicos.
Espera-se que a pesquisa contribua para aperfeiçoar um projeto nacional visando à
reestruturação sustentável dos sistemas agrários brasileiros enquanto territorialidades.
Entendendo-se os territórios como multifuncionais, o reconhecimento valoriza o produto ou
serviço objeto do pedido de reconhecimento. Valoriza também o respectivo espaço
reestruturado – a territorialidade emergente. Outros produtos e serviços dos territórios
reconhecidos, como transporte, hotelaria, restauração, artesanato e turismo, viabilizam a
inclusão socioeconômica de famílias pluriativas. Essas externalidades positivas contribuem
para reduzir o êxodo rural. No limite, a IG contribui para integrar, ao mercado global, a
produção familiar, patronal e integrada. O seu registro valoriza e protege produtos e serviços
territoriais, reconhecidos nas escalas nacional, macrorregional ou mundial, como parte de um
projeto mais amplo, objetivo e operacional de desenvolvimento territorial – sobre o que,
muito se tem apenas discutido, porém com pouca objetividade e nenhuma coragem crítica.
Palavras-chave: Indicação Geográfica. Indicação de Procedência. Denominação de Origem.
Renda de monopólio. Desenvolvimento territorial. / RÉSUMÉ
Sur le marché mondial, l'Indication Géographique (IG) est um signe de propriété
intellectuelle. Marchandises reconnues, nationalement et internationalement, avec ce signe
distinctif empêchent l'adoption de contraintes sociales, environnementales, ethnoculturelles et
autres barrières non tarifaires sur les produits et services échangeables, tandis que les produits
régionaux. Au Brésil, l'IG est une reconnaissance officielle, enregistrée à l'Institut National de
la Propriété Industrielle (INPI). L'Indication de Provenance (IP) et l'Appellation d'Origine
(DO) sont deux sortes d'IG reconnaissable brésilienne. Ce projet de recherche répond à deux
objectifs. Tout d'abord, analyser, par le moyen d'une étude comparative, les diverses
expériences menées dans les térritoires reconnus au niveau national avec une IG.
Deuxièmement, construire une typologie fondée sur la relation entre IG et rente de monopole.
Pour que l'INPI accorde une IG, il faut le soutien des partenaires institutionnels et
l'organisation socio-productive des producteurs, qui légitime leur savoir-faire, sa richesse
historique et symbolique; il faut aussi l'articulation politico-territoriale des producteurs pour
exploiter le potentiel local, et mieux structurer leurs systèmes agricoles et de production- activité et améliorer les produits territoriaux géoréférencées. La démarche de la recherche suit
une approche géographique-historique. L'étude et la typologie comparative sont fondées sur
des données secondaires et primmaires (recherche sur le terrain), recueillies auprès des
représentants des institutions qui ont présenté leurs projets de demande d’une IG.
Objectivement, ces études de cas (les types représentatifs) permettent vérifier soit la réussite,
soit l'échec des projets. Elles permettent également vérifier le potentiel et les contraintes dans
d'autres territoires, encore non protégés, bien que potentiellement reconnaissables. Cette
information est indispensable aux cadres décideurs pour qu'ils puissent avoir une vue
d'ensemble des projets. Ces projets doivent être à la fois socio-économiques, politiques et
institutionnels, géo-environnemental, historique-culturels et techno-scientifiques. Malheureusement, les quelques études disponibles ne concernent que certains cas spécifiques.
Il est à espérer que cette recherche, et bien d’autres, permettront de mettre au point un projet
national envisageant la réstructuration durable des systèmes agricoles en tant que térritoires.
Ces territoires sont tous multifonctionnels, ce qui met en valeur tous les actifs y compris les
produits et services objets des concertations autour des IG. La mise en valeur atteint aussi
l'espace restructuré – la territorialité. Autres produits et services dans les territoires reconnus,
tels que les services de transports, d'hébergement, de restauration, l'artisanat et le tourisme,
ouvrent la porte à l'inclusion socio-économique des familles pluriactives. Ces externalités
positives contribuent à réduire l'exode rural. À la limite, l'IG contribue à intégrer l'agriculture
familiale et patronale au marché mondial. En plus, l'IG protège les produits et les services
territoriaux, reconnus dans l'échelle nationale, macro-régionales ou mondiales, dans le cadre
d'un projet plus large, le développement territorial objectif et opérationnel – dont on a
beaucoup discuté, mais sans objectivité.
Mots-clés: Indication Géographique. Indication de Provenance. Rente monopoliste. Développement territorial.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/19772
Date12 1900
CreatorsREIS, Lívia Liberato De Matos
ContributorsCOUTO, Vitor de Athayde, Couto, Vitor de Athayde, Alencar, Cristina Maria Macêdo de, Nunes, Camila Xavier, Silva, Maria Auxiliadora da, Bittencourt, Gustavo Machado
Publishers, Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências, PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA, UFBA, brasil
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageFrench
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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