O século XXI iniciou para a Federação Russa marcado por sensíveis mudanças, tanto no âmbito doméstico como na política externa adotada pelo país, muitas delas implementadas com o intuito de reverter os efeitos perversos de escolhas feitas durante o Governo Yeltsin (1991-1999). No plano externo, o objetivo principal da Rússia passou a ser a retomada do posto de grande potência no sistema internacional. A fim de atingir tal meta, a política externa do primeiro Governo Putin (2000-2008) e do Governo Medvedev (2008-2012) foi pautada pelas seguintes características: defesa da multipolaridade, eurasianismo, pragmatismo, a utilização da geoeconomia na política externa e maior assertividade. Nos primeiros anos do século XXI, a multipolaridade defendida por Moscou vai se tornando realidade. Com vistas a ser um dos polos desta nova configuração sistêmica de poder, o segundo Governo Putin (2012-) investe no projeto da União Eurasiana, uma organização regional que abrigará preferencialmente países do espaço pós-soviético e tem como alicerce os avanços da União Aduaneira e do Espaço Econômico Comum, organizações formadas por Rússia, Cazaquistão e Bielorrússia. A criação da União Eurasiana indica a revalorização do multilateralismo, o que em alguma extensão modifica a política externa russa, pois a ela acresce uma nova característica. Diante de tal cenário, surge a dúvida: por que o segundo Governo Putin investe na União Eurasiana e no multilateralismo? A hipótese adotada é a de que a resposta ao questionamento proposto é encontrada na análise das conjunturas regional e sistêmica nas quais a Federação Russa está inserida no início dos anos 2010. / The 21st century brought significant changes to the Russian Federation, both in the domestic and the foreign policies of the country. Most of the policies were implemented with the goal of reversing the perverse effects of the policies implemented during the Yeltsin years (1991-1999). In relation to foreign affairs, the main goal of Russia was to regain the position of a great power in the international system. In this sense, the foreign policies of the first Putin mandate (2000-2008) and of the Medvedev government (2008-2012) were guided by advocating multipolarity, eurasianism, pragmatism, economization of the foreign policy and assertiveness. In the early 21st century, the multipolarity advocated by Moscow begins to take shape. With the goal of becoming one of the poles of the new systemic configuration of power, the second Putin government (2012-) investes in the Eurasian Union project. The goal is to establish a regional organization encompassing mainly the post-soviet space countries. The organization, in turn, is based on the advancements of the Customs Union and the Common Economic Space. These two organizations include the Russian Federation, Kazakhstan and Belarus. The creation of the Eurasian Union represents the rebirth of multilateralism, which, to some extent, changes Russia’s foreign policy by adding a new trait to it. Thus, the following question arises: why does the Putin government invest in the Eurasian Union and in multilateralism? The hypothesis of the present dissertation is that the answer may be in the evaluation of the regional and systemic situations in which the Russian Federation has been inserted in the early 2010s.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/114398 |
Date | January 2013 |
Creators | Adam, Gabriel Pessin |
Contributors | Vizentini, Paulo Gilberto Fagundes |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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