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Previous issue date: 2017 / Universidade Federal Fluminense. Hospital Universitário Antonio Pedro / A micobacteriose pós-cirúrgica (MPC) vem emergindo nos últimos anos no Brasil e no
mundo como uma infecção relacionada à assistência a saúde, representando um grave
problema de saúde pública. Em 2006, vários casos foram informados à Secretaria de Estado
de Saúde do Rio de Janeiro (SES/RJ). A partir de março daquele ano, teve início um trabalho
conjunto dessa Secretaria e do Ministério da Saúde, que definiu diretrizes para a confirmação
do surto/epidemia, para o levantamento das causas, para a identificação das espécies do
patógeno envolvido e para estabelecer medidas de prevenção e controle. Este estudo teve
como objetivo descrever os aspectos clínicos e sociodemográficos dos pacientes atendidos no
Serviço de Infectologia do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Universidade
Federal Fluminense, com diagnóstico de MPC no período 2006-2009. Casuística e métodos:
De abril de 2006 a junho de 2009 foram atendidos no Serviço de Infectologia do HUAP 125
pacientes encaminhados pela SES/RJ por serem casos suspeitos ou confirmados de
micobacteriose não tuberculosa adquirida após procedimentos cirúrgicos. Os pacientes
chegaram ao HUAP com a ficha própria de notificação de caso de MPC preenchida com os
dados da identificação, do procedimento relacionado à infecção, da abordagem diagnóstica e
da terapêutica prévia. O tratamento medicamentoso obedeceu às diretrizes estabelecidas pela
SES/RJ e pela Agência Nacional de Saúde. Os dados contidos nestas fichas, bem como outras
informações concernentes à evolução clínica, tratamento dispensado no HUAP e resposta
terapêutica, foram inseridos em um banco de dados especialmente desenvolvido para a
pesquisa. Resultados: A maior parte dos casos de MPC ocorreu em pacientes do sexo
feminino (77,6%) e a colecistectomia laparoscópica foi o procedimento cirúrgico mais
frequente (48,8%). A média do período de incubação foi de 41 dias e a mediana de 31 dias, O
sinal clínico mais comum foi a presença de secreção (86,5%), seguida da de nodulações
(65,6%). A maior parte dos casos apresentou lesões superficiais e múltiplas (44,8%). Em
45,6% dos casos foram colhidos suabes e tecido para cultura antes do início do tratamento e a
positividade deste material foi de 43,5%, valor significantemente maior que o observado
quando a coleta de material foi feita após o início do tratamento (16,7%). O tratamento com
três fármacos (claritromicina, etambutol e terizidona) foi feito em 90,4% (113/125) dos
pacientes, com duração média de 226 dias e mediana de 229 dias. Foram submetidos a pelo
menos uma abordagem cirúrgica 77,6% (97/125) dos casos, principalmente aqueles que
apresentavam lesões profundas (44/56). Efeitos adversos foram observados em 62,4%
(78/125) dos casos, sendo boca amarga o mais frequente. Conclusão: Apesar do longo tempo
de tratamento com múltiplos fármacos, a grande maioria dos pacientes aderiu ao tratamento e
evoluiu para a cura sem recidivas. / Post-surgical mycobacteriosis (PSM) is emerging as a serious public health problem in Brazil
and in the world. In 2006 a number of infections were reported to the Secretary of Health in
the Rio de Janeiro State. Starting in March of this year, a joint effort was initiated by this
Secretary and the Ministry of Health, in order to set up guidelines to confirm the
outbreak/epidemic, to identify its causes, to identify the species of the pathogen involved, and
to establish measures of prevention and control. The aim of this work was to describe the
clinical and sociodemographic findings of the patients treated at the Infectious Diseases
Service of Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Universidade Federal Fluminense,
who had PSM from 2006 to 2009. Patients and Methods: From April 2006 to June 2009, 125
patients were referred by the Secretary of Health of the Rio de Janeiro State to HUAP with
suspected or confirmed PSM. Each patient arrived at HUAP had a PSM case report form with
data on identification, infection-related procedures, diagnostic approaches, and previous
therapy. The treatment was defined by the Secretary of Health of the Rio de Janeiro State and
the Health National Agency. The data from these case report forms, as well as other
information associated with clinical evolution, treatment at HUAP, and therapeutic response
were inserted into a database specially developed for this research. Results: Most PSM cases
occurred in female patients (77.6%) and laparoscopic cholecystectomy was the most frequent
surgery (48.8%). The mean incubation period was 41 days (median: 31 days). The most
common presentation was drainage (86.5%) and nodules (65.6%). Most cases had multiple
and superficial lesions (44.8%). Swab and tissue cultures were performed before treatment in
45.6% of the patients and their positivity was 43.5%, value significantly higher than that
found when the specimens were obtained after the onset of treatment (16,7%). Most patients
(90.4% - 113/125) were treated with a combined therapy using 3 drugs (clarithromycin,
ethambutol and terizidone), with a mean duration of 226 days (median: 229 days). Surgical
debridement was performed in 77.6% (97/125) of the cases, mainly in those with deep tissues
lesions (44/56). Drug adverse effects occurred in 62.4% (78/125) of the cases, and bitter taste
was the most common. Conclusion: In spite of multiple-drug and long-term treatment, most
patients adhered to therapy and evolved to cure without relapses.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:https://app.uff.br/riuff:1/4582 |
Date | January 2017 |
Creators | Pinheiro, Patrícia Yvonne Maciel |
Contributors | Oliveira, Solange Artimos de |
Publisher | Niterói |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFF, instname:Universidade Federal Fluminense, instacron:UFF |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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