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Bilinguismo tardio, sem imersão e receptivo em tarefas de controle cognitivo : uma análise comportamental e eletrofisiológica

Orientadora: Profa. Dra. Maria Teresa Carthery-Goulart / Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do ABC, Programa de Pós-Graduação em Neurociência e Cognição, 2017. / Vantagens cognitivas do bilinguismo têm sido questionadas. Variáveis confundentes (i.e., idade, nível socioeconômico, imigração, etc.) e as múltiplas variáveis da experiência bilíngue poderiam explicar os diferentes achados da literatura. Neste estudo controlamos as variáveis confundentes e caracterizamos uma amostra bilíngue quanto à proficiência, balanceamento, idade e forma de aquisição, grau de imersão, frequência e padrão de uso da segunda língua (L2). Utilizamos o Paradigma Numérico de Stroop e avaliamos sob o ponto de vista comportamental e eletrofisiológico a influência do bilinguismo tardio, proficiente, não balanceado, sem imersão e receptivo em tarefas de controle inibitório (efeitos de interferência e Stroop) e flexibilidade mental (efeito de alternância ou custo local), dois aspectos centrais do controle cognitivo/funções executivas. Não encontramos vantagens quanto ao controle inibitório ou flexibilidade mental, observando apenas que bilíngues apresentaram no teste de Stroop, menores tempos de reação que monolíngues. Quanto à eletrofisiologia analisamos as componentes N200, N400 e P300, relacionadas de modo geral ao controle inibitório, processamento de conflitos e utilização de recursos atencionais, respectivamente. Não encontramos diferenças significantes entre os grupos. Nossos achados corroboram os de estudos realizados
com adultos de outras nacionalidades e falantes de outras línguas. Discutimos as peculiaridades de nossa amostra como possível fator responsável pela ausência das vantagens. Esses bilíngues, apesar de altamente proficientes, vivem em contexto no qual predomina a L1. Assim, a frequência de alternância entre as línguas é rara e o uso da L2 é dominantemente receptivo (leitura e compreensão oral), sendo diferentes da maioria dos bilíngues adultos jovens descritos nos estudos em que se encontraram vantagens no controle cognitivo. Nossos resultados apontam: (1) a necessidade de que as pesquisas caracterizem de forma mais detalhada a amostra bilíngue no sentido de determinar como diferentes populações podem produzir diferentes resultados, (2) a possível importância da frequência de alternância entre as línguas no fortalecimento das funções executivas e (3) a necessidade de novos estudos que avaliem como o uso receptivo da L2 pode afetar a experiência bilíngue. / Cognitive advantages of bilingualism have been questioned. Confounding variables (i.e., age, socioeconomic level, immigration, etc.) and the multiple variables of bilingual experience could explain the different findings in the literature. In this study we controlled the confounding variables and characterized the bilingual sample regarding proficiency, balance, age and context of acquisition, immersion degree, frequency and pattern of L2 use. We used the Numerical Stroop Paradigm for evaluating the influence of late, proficient, non balanced, without immersion and receptive bilingualism in tasks of inhibitory control (interference and Stroop effects) and mental flexibility (local switching cost), two central aspects of cognitive control / executive functions. We did not find any advantages in inhibitory control or mental flexibility,only observing that bilinguals were faster than monolinguals in the Stroop test. Regarding electrophysiology, we analyzed N200, N400 and P300 components, related generally to inhibitory control, conflict processing and use of attentional resources, respectively. We did not find significant differences between groups. Our findings corroborate those of studies conducted with adults of other nationalities and speakers of other languages. We discuss the peculiarities of our sample as a possible factor responsible for the absence of advantages. These bilinguals, although highly proficient, live in a context in which L1 predominates. Thus, the frequency of language alternation is rare and the use of L2 is predominantly receptive (reading and listening comprehension), being different from most of the young adult bilinguals described in the studies that found advantages in cognitive control. Our results point out: (1) the need for studies to characterize the bilingual sample as broadly as possible to determine how different populations can produce different results; (2) the possible importance of frequency of switching between languages and (3) the need for further studies that assess how receptive L2 use may affect bilingual experience.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:BDTD:106168
Date January 2017
CreatorsTorresi, Elaine Cristina de Barros
ContributorsCarthery-Goulart, Maria Teresa, Cravo, André Mascioli
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageInglês
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf, 114 f. : il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFABC, instname:Universidade Federal do ABC, instacron:UFABC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relationhttp://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=106168&midiaext=74348, http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=106168&midiaext=74347, Cover: http://biblioteca.ufabc.edu.brphp/capa.php?obra=106168

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