Orientador: Arley Ramos Moreno / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-07-25T05:56:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1999 / Resumo: Nosso objeto é a gramática das cores na obra de Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Dirigimo-nos, portanto, às relações internas entre cores e não às relações externas entre pigmentos, raios luminosos, processos retinianos, que interessariam precipuamente a físicos, fisiólogos ou psicólogos. Desse modo, enquanto estudo sobre uma investigação filosófico-gramatical, nossa atenção se volta para o uso normativo de palavras descritivas da experiência cromática, perfazendo tal uso uma tarefa característica de uma fenomenologia, na medida em que seu alvo são as condições de sentido e não a verdade da percepção. O modo original de Wittgenstein de tratar a identidade da cor logra definir-se apenas em um percurso extenso, cujos pólos são, por um lado, a tentativa de resolver, de 1929 a 1932, um impasse contido no Tractatus (explicitamente, no aforismo 6.3751) e, por outro, a sofisticada composição final das Bemerkungen über die Farben, em 1950. Para enfrentar a tarefa de análise desses momentos, foi necessário o acesso a fontes bem mais extensas que as editadas e mesmo o restabelecimento de parte do corpus wittgensteiniano, mas isso comportou a vantagem de permitirnos acompanhar o andamento da obra, o movimento de suas teses, recusando, na evidente e abundante reiteração, a rubrica fácil da latênda, uma vez que a solução de certas questões (como a de um possível tratamento uniforme da incompatibilidade ampla e da restrita) resulta sobretudo de uma inflexão autoterapêutica da obra, com a introdução concorrente de novos recursos e conceitos, e não de um desdobramento. Recusamos porém o discurso da latência e a continuidade não se toma por isso menos eloqüente, de modo que talvez nossa aventura com as cores possa ser assim sintetizada. Em resumo, mostramos por que Wittgenstein acreditou enfim necessário explorar o espaço das cores e como ele o fez extensa mas distintamente sobretudo nesses dois momentos: quando do período inicial de seu retomo a Cambridge e em seus últimos anos de vida. Mas o percurso mesmo e, sobretudo, o detalhe desses seus momentos contrapostos são o fundamental. Assim, a tese evidencia seu modo enfim não fenomenológico de tratar de problemas fenomenológicos, de descrever relações internas dispostas à visão, e o sentido dessa sua negação de uma fenomenologia, cifrada no enunciado do paradoxo de Goethe. O tema das cores coincide com a trama mais profunda da obra, tendo inclusive servido à maturação ou introdução de conceitos que lhe são essenciais. E, sem dúvida, os resultados específicos dessa investigação gramatical podem iluminar questões centrais da filosofia de Wittgenstein, como a natureza das relações internas e da necessidade, a autonomia da gramática e a relação entre jogos de linguagem e formas de vida. Assim, mais que uma alegoria, a cor é exemplo (e privilegiado) do movimento da obra inteira / Abstract: The object of study of this thesis is the grammar of colours in the work of Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Thought is given, therefore, to the internal relationships between colours and not to the external relationships between pigments, light rays, retinian processes, which would be of interest mainly to physicists, physiologists or psychologists. Thus, as this study focuses on a philosophical-grammatieal investigation, attention is turned to the normative use of descriptive words of the chromatie experience. Such use makes up a characteristic task of a phenomenology, as it aims at the conditions of the meaning and not of the truth of perception. Wittgenstein's original way to deal with the identity of colours manages to define itself only along an extensive trajectory, whose poles are, on the one side, the attempt to solve, from 1929 to 1932, an impasse existing in the Tractatus (explicitly in the aphorism 6.3751), and, on the other side, in 1950, the final sophistieated composi~ion of the Bemerkungen über die Farben. To face the task of analysing those moments, it was necessary !to have access to many more extensive sources than to the ones already published. It was even necessary to restore part of the wittgensteinian corpus, but that had the advantage of allowing the reader to follow the progress of the work, the movementof his theses, refusing, in the evident and abundant reiteration, the easy rubrie of latency, since the solution to certain issues (like the issue of a possible uniform treatment of the ample and the restriet incompatibility) results, especially, from an autotherapeutic inflexion of the work, with the concurrent introduction of new resources and concepts, and not from an evolution. However, the discourse of lactence has been refused, but that does not make the continuity less eloquent, sb that this adventure with colours might be thus summarised. In short, it has been shown why Wittgenstein finally believed it necessary to explore the space of colours and how he did it, extensively but distinctively, especially at those two moments: at the early period of his return to Cambridge and in his last years of life. But the trajectory itself and, above ali, the detail of those opposed moments of that trajectory are the fundamentaIs. Thus, this thesis shows his ultimately non-phenomenological way to deal with phenomenological problems (to describe internal relationships exposed to the sight) and it also shows the sense of his negation of a phenomenology, underlying the statement of Goethe's paradoxo. The theme of colours coincides with the deepest frame of the work and it has even served to the maturation or introduction of concepts which are essential to it. And, undoubtedly, the specific results of this grammatical investigation may enlighten central issues of the philosophy of Wittgenstein, such as the nature of the internal relationships and the nature of necessity, the grammar autonomy and the relationship between language games and ways of life. Thus, more than an, allegory, the colour is an example (and a privileged one) of the movement of the whole work / Doutorado / Doutor em Filosofia
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/280190 |
Date | 25 July 2018 |
Creators | Silva, João Carlos Salles Pires da |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Moreno, Arley Ramos, 1943-, Junior, Bento Prado de Almeida Ferraz, Moura, Carlos Alberto Ribeiro de, Junior, Oswaldo Giacora, Pinto, Paulo Roberto Margutti |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 2v. : il., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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