A presente dissertação de mestrado teve o propósito de pesquisar em que medida a estética multifacetada do rap pode ser utilizada nos processos de formação de adolescentes pobres e moradores das periferias, em sua maioria, afrodescendentes. Ao identificar no rap um potencial de ruptura e de resistência frente às formas atuais de discriminação racial - tanto em seus aspectos musicais, quanto narrativos - foram realizadas oficinas de música com ênfase no rap, envolvendo jovens entre treze e quinze anos. As oficinas foram realizadas entre os anos de 2011 e 2013 em dois momentos distintos. O primeiro ocorreu na ONG Casa do Zezinho, situada no Capão Redondo, zona sul da cidade de São Paulo; o segundo foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Amorim Lima, situada no Butantã, zona oeste da mesma cidade. As oficinas eram destinadas à promoção de atividades musicais, lúdicas e intelectuais, fundamentadas na estética do rap, tais como: improvisação musical livre com instrumentos de percussão, audições de rap e gêneros musicais de vanguarda, entre outras. Inicialmente, o objetivo da pesquisa norteou-se pela sensibilização de uma escuta musical que fosse propiciadora de uma ruptura com os modos de percepção homogeneizadores da indústria cultural. Inicialmente, a fundamentação teórica baseou-se nos autores Theodor W. Adorno, Friedrich Nietzsche e José Miguel Wisnik, entre outros. Posteriormente, foi necessário recorrer aos autores Stuart Hall, Gilles Lipovetsky, Oswaldo Giacoia, Paulo Arantes, Michel Maffesoli, Philippe Jeammet, Mônica do Amaral e Marc Lamont Hill na perspectiva de compreender o sentido trágico na vida dos jovens e de como as tensões sociais advindas com a pós-modernidade incidiam em seus comportamentos, interesses e escolhas. Os resultados obtidos nesses dois momentos distintos subsidiaram as análises que desenvolvi nessa dissertação. / This study aimed at searching to what extent the multifaceted aesthetics of rap can be used in the processual development of impecunious teenagers (most of them, African descents), living in the outskirts of a big city. Music workshops concerning rap were held involving teenagers aged thirteen to fifteen. An arising actual feeling of identification towards both rupture and resistance in face of diverse kinds of racial discrimination was detected and interventions took place from 2011 to 2013, divided into two stages. The first one occurred at the NGO Casa do Zezinho, in Capão Redondo, southern part of the city of São Paulo; the second one was held at Municipal Elementary School Amorim Lima, in Butantã, west zone of the same city. The workshops consisted of promoting musical, recreational and intellectual activities founded on the aesthetics of rap, such as: free musical improvisation using percussion instruments, listening to rap and other various genres, including avand-garde songs. Initially the goal of the research was guided by the awareness of some listening promoting means of opposition to ways of perception homogeneized by the cultural industry. Up to then, the theoretical foundation was based on Theodor W. Adorno, Friedrich Nietzche, José Miguel Wisnik and others. Subsequently, works of Stuart Hall, Gilles Lipovetsky, Oswaldo Giacoia, Paulo Arantes, Michel Maffesoli, Philippe Jeammet, Mônica do Amaral e Marc Lamont Hill were analysed in order to understand the tragic sense of life for these teenagers and making them recognize the range of the influence of post modern social tensions upon their behavior, interests and choices. The outcomes provided by the two phases subsidized the analyses developed along the research.
| Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-10122015-112405 |
| Date | 02 October 2015 |
| Creators | Martins, Raquel Mendonça |
| Contributors | Amaral, Monica Guimaraes Teixeira do |
| Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
| Source Sets | Universidade de São Paulo |
| Language | Portuguese |
| Detected Language | English |
| Type | Dissertação de Mestrado |
| Format | application/pdf |
| Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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