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O uso de antimicrobianos em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica / The use of antimicrobials in a Pediatric Intensive Care Unit.

Introdução: O uso de formas farmacêuticas inadequadas à pediatria, também conhecido como uso off-label, pode levar a uma terapia medicamentosa insegura. No ambiente hospitalar, em especial nas Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, há alta prevalência de prescrições com medicamentos não apropriados para crianças, entre eles os antimicrobianos, devido à gravidade das infecções, o estado crítico dos pacientes internados, a maior realização de procedimentos invasivos e uma maior incidência de bactérias resistentes. Em geral, o uso de antimicrobianos em crianças, bem como dos demais grupos farmacológicos, tem sido baseado principalmente em extrapolações e adaptações do uso em adultos, informações obtidas de raros estudos observacionais e consensos de especialistas na área. Devido ao estado crítico dos pacientes, as complexas terapias envolvendo antimicrobianos nem sempre são feitas de forma adequada, podendo trazer prejuízos à saúde dos pacientes e contribuir, ainda, para a resistência bacteriana. Objetivo: Avaliar a incidência do uso de antimicrobianos em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Método: Estudo do tipo transversal realizado na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do município de Rio Branco, Acre, no período de agosto de 2014 a julho de 2015. A amostra foi composta por 246 crianças de zero a onze anos de idade, internadas com quaisquer patologias. Foram analisadas as prescrições das primeiras 24 horas. Pesquisou-se o uso off label de antimicrobianos e potenciais interações medicamentosas com esses medicamentos. Resultados: Duzentas e trinta e uma crianças (93,9 por cento ) receberam a prescrição de pelo menos um antimicrobiano. O antimicrobiano mais prescrito foi a ceftriaxona. Em média, cada paciente recebeu dois antimicrobianos. Em 66,8 por cento dos casos, houve uso off-label, sendo a dose prescrita superior ao recomendado em 41 por cento , dos casos. Em 56 por cento das prescrições havia pelo menos uma potencial interação medicamentosa envolvendo antimicrobianos. Ampicilina e gentamicina foram os antibióticos que mais se envolveram em interações. Conclusões: a alta frequência do uso off-label e interações medicamentosas potenciais envolvendo antimicrobianos foi confirmada neste estudo. Tratar crianças como adultos pequenos pode expor esses pacientes a eventos adversos a medicamentos que comprometem a segurança desse grupo específico de pacientes. Isso aponta para a necessidade de equipes multidisciplinares trabalharem em conjunto e serem estimuladas a realizar mais estudos que garantam a segurança do uso de medicamentos na pediatria. / Introduction: The use of inadequate dosage forms for pediatrics, also known as off-label use, may lead to unsafe drug therapy. In the hospital environment, especially in Pediatric Intensive Care Units, there is a high prevalence of prescriptions with drugs not suitable for children, among them antimicrobial agents, due to the severity of the infections, the critical state of the hospitalized patients, more accomplishment of invasive procedures and a higher incidence of resistant bacteria. In general, the use of antimicrobials in children, as well as other pharmacological groups, has been based mainly on extrapolations and adaptations of the use in adults. This information was obtained from rare observational studies and consensus of specialists in the area. Due to the critical condition of patients, the complex therapies involving antimicrobial agents are not always adequately done, which may cause harm to the patients\' health and also contribute to bacterial resistance. Objective: To evaluate the incidence of antimicrobial use in patients hospitalized in a Pediatric Intensive Care Unit. Method: A cross-sectional study conducted at the Pediatric Intensive Care Unit of the municipality of Rio Branco, Acre, from August 2014 to July 2015. The sample consisted of 246 children from zero to eleven years old and hospitalized with any pathologies. The prescriptions of the first 24 hours were analyzed. The use of off-label antimicrobials and potential drug interactions with these drugs was investigated. Results: Two hundred and thirty-one children (93.9 per cent ) received the prescription of at least one antimicrobial. The most commonly prescribed antimicrobial agent was ceftriaxone. On average, each patient received two antimicrobials. In 66.8 per cent of cases, there was an off-label use, with the prescribed dose being higher than recommended in 41 per cent of the cases. In 56 per cent of prescriptions there was at least one potential drug interaction involving antimicrobials. Ampicillin and gentamicin were the antibiotics most involved in interactions. Conclusions: the high frequency of off-label use and potential drug interactions involving antimicrobials was confirmed in this study. Treating children as young adults may expose these patients to adverse drug events that compromise the safety of this particular group of patients. That points to the need for multidisciplinary teams to work together and be encouraged to carry out more studies that ensure the safety of use of medication in pediatrics.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-20022017-092823
Date23 November 2016
CreatorsFrancimar Leão Jucá
ContributorsNicolina Silvana Romano Lieber, Ionar Cilene de Oliveira Cosson, Aylene Emilia Moraes Bousquat, Marco Antonio Cianciarullo, Daniela Oliveira de Melo, Maria Angélica Sorgini Peterlini
PublisherUniversidade de São Paulo, Saúde Pública, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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