Introdução: As reações adversas a medicamentos (RAM) seguem constituindo um problema importante dentro do âmbito hospitalar. Na clínica médica, as reações adversas apresentam-se com alta frequência, pois os pacientes recebem maior número de medicamentos e apresentam maior número de comorbidades. Portanto, são necessárias abordagens que permitam a detecção precoce dos eventos, de maneira que possam ser propostas intervenções que minimizem o dano ao paciente. A busca ativa de rastreadores, sendo estes, resultados alterados de exames laboratoriais, administração de medicamentos específicos e certos acontecimentos, tem se mostrado aplicável e efetiva para o monitoramento das reações adversas a medicamentos. Objetivo: Identificar reações adversas a medicamentos na enfermaria da Clínica Médica de um hospital de nível secundário a partir de rastreadores. Métodos: Desenvolveu-se um estudo de coorte prospectiva na clínica médica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, sendo utilizada uma lista de 34 rastreadores. Pacientes maiores de 15 anos que permaneceram no mínimo 24 horas na enfermaria foram aleatorizados para compor a amostra. Em cada caso, foram coletadas, de forma cronológica, informações relacionadas aos medicamentos administrados, resultados de exames laboratoriais e a evolução médica. Todos os prontuários foram discutidos por profissionais de saúde, sendo avaliada a causalidade e a gravidade. Realizou-se uma análise univariada comparando pacientes com e sem RAM. Adicionalmente estudou-se o desempenho dos rastreadores usados. Resultados: No período de agosto de 2015 até abril de 2016 foram monitorados 116 pacientes. Identificaram-se reações adversas a medicamentos em 37,9 por cento dos pacientes, sendo achadas 47 suspeitas de RAM em cada 1000 paciente-dia. Pacientes que apresentaram RAMs foram internados mais vezes em leitos classificados como alta-dependência, apresentaram maior duração da internação, maior número de medicamentos usados e menor grau de escolaridade. Em relação ao nível de gravidade, a maioria das suspeitas de RAM (49 eventos, 89,1 por cento ) foram classificadas como moderadas e afetaram o sistema gastrointestinal. Foram identificados 429 rastreadores. Os rastreadores que apresentaram melhor desempenho foram menção da hipotensão, diminuição de plaquetas maior que 50 por cento , administração de glicose hipertônica em 25 ou 50 por cento e suspensão abrupta da medicação. Conclusão: A aplicação prospectiva do método de rastreadores a uma coorte aberta de pacientes da clínica médica permitiu a identificação de suspeitas de reações adversas, a caracterização dos pacientes, as suspeitas, os medicamentos envolvidos e o desempenho dos rastreadores. / Introduction: Adverse drug reactions (ADRs) continues to represent a major problem at hospitals. In internal medicine wards, adverse drug reactions present high frequencies, as patients receive more medicines and have higher number of comorbidities. Therefore, approaches are needed that allow early detection of events, so, interventions could be proposed to minimize harm to patients. The active surveillance using triggers, which are, abnormal laboratory values, administration of specific drugs and certain events, has been proven applicable and effective for monitoring adverse drug reactions. Objective: To identify adverse drug reactions in the internal medicine ward of a secondary university hospital using triggers. Methods: a prospective cohort study was developed in the teaching hospital of the University of São Paulo, using a list of 34 sentinel words. Patients aged 15 years or more, who were hospitalized at least 24 hours, were randomized for the sample. For each case, information related to administered drugs, laboratory results and progress notes were collected chronologically. All charts were discussed by health professionals, assessing causality and severity. A univariate analysis was developed comparing patients with and without ADRs. Additionally, the performance of each trigger was studied. Results: In the period from August 2015 to April 2016, 116 patients were monitored. Adverse drug reactions were identified in 37.9 per cent of patients, presenting a rate of 47 suspected ADRs per 1,000 patient-days. Patients who experience ADRs were frequently classified as nursing high dependency, had longer length of stay, lower education level and used larger number of medicines. Regarding to severity, most of the suspected ADRs (49 cases, 89.1 per cent ) was classified as mild and affected the gastrointestinal system. 429 triggers were identified. Triggers with high performances were \"mention of hypotension\", \"platelets decrease greater than 50 per cent ,\" \"administration of dextrose 25 or 50 per cent \" and \"abrupt medication stop\". Conclusion: The prospective surveillance using triggers in an open cohort of internal medicine inpatients allowed the identification of adverse drug reactions and the characterization of patients, drugs involved and triggers.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-10012017-095145 |
Date | 24 November 2016 |
Creators | Diana Carolina Cortes Salazar |
Contributors | Nicolina Silvana Romano Lieber, Fabiola Giordani, Eliane Ribeiro |
Publisher | Universidade de São Paulo, Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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