A tese busca compreender a expressão da pesca artesanal na Geografia brasileira, em que medida essas pesquisas geram significações no pensamento geográfico e quais as possibilidades de corresponderem às problemáticas apresentadas pelas comunidades e movimentos sociais de pescadores. Para isso, foram tomados aportes teóricos que expõem o movimento de renovação da Geografia e a expansão da pós-graduação; compreensões sobre a ecogênese territorial, territórios e territorialidades; crítica ao moderno, modernização e modernidade; e propostas de diálogos de saberes por meio da tradução intercultural e visibilidade dos Novos Movimentos Sociais. No campo metodológico, segue-se a proposta do pensamento complexo, por meio dos princípios da dialógica, recursivo organizacional, e hologramático. Em relação às inúmeras técnicas de pesquisa adotadas, destaca-se as análises de conteúdo e representações cartográficas. Foi possível mapear as áreas de pesquisa, bem como as instituições em que as mesmas foram realizadas e as que os pesquisadores estão vinculados. Observou-se a expansão de tais pesquisas a partir de 2005, em um movimento que acompanha a Política Nacional de Pós-Graduação. Isso permitiu a realização de pesquisas em diversas regiões, bem como em instituições que estão situadas fora das capitais, dando visibilidade a sujeitos (pesquisadores e pescadores) e problemáticas que até então eram marginalizados na pesquisa geográfica. A análise das abordagens teóricas, metodológicas e problemáticas, permitiram compreender que os geógrafos abordam prioritariamente a resistências das comunidades frente ao avanço de outras atividades econômicas. Para isso, associam os conceitos de ambiente e território, cuja relação pode ser compreendida em três perspectivas: Impactos Ambientais, Disputas no Território e Conflitos por Território. Partindo dessas propostas de análise da Geografia, abriu-se diálogo com os movimentos sociais, especialmente com as denúncias apresentadas pelo Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP). Nessa análise, observou-se que o movimento social denuncia a expressão das faces da modernização sobre os territórios tradicionais que evidenciam: Degradação, Sobre-exploração e Restrição ao Acesso, e Expropriação da Terra. Desta forma, a pesquisa permite compreender as Geografias da Pesca Artesanal Brasileira, suas tendências de expansão e diálogo intraregional, assim como lacunas devido ao desconhecimento sobre tais pesquisas. Acredita-se que a constituição de uma rede de pesquisadores favoreceria tais estudos. A pesquisa também permitiu discutir os conceitos território e territorialidade, no contexto analisado, e sob essa perspectiva ressignificar as noções de pesca artesanal, pescadores artesanais, saberes e comunidades tradicionais. Assim como discutir a gestão comunitária e compartilhada evidenciando instrumentos como Acordos de Pesca, Comitês Permanentes de Gestão (CPG), Reservas Extrativistas (RESEX), Termos de Autorização de Uso Sustentável (TAUS), e o projeto de Lei de Iniciativa Popular pelo Território Pesqueiro. Desta forma, a tese discute através das Geografias da Pesca, o pensamento geográfico crítico brasileiro no século XXI, que busca superar invisibilidade e promover Novos Movimentos Sociais, com a discussão das Geografias da Ausências e Geografias das Emergências, no âmbito da construção de outra Racionalidade Ambiental e na constituição de Epistemologias do Sul. / La tesis busca comprender la expresión de la pesca artesanal en la Geografía brasileña, en qué medida esas investigaciones generan significaciones en el pensamiento geográfico y cuáles son las posibilidades de corresponder a las problemáticas presentadas por las comunidades y movimientos sociales de los pescadores. Para ello, se tomaron aportes teóricos que exponen el movimiento de renovación de la geografía y la expansión del postgrado; comprensiones sobre la ecogénesis territorial, territorios y territorialidades; crítica al moderno, modernización y modernidad; y propuestas de diálogos de saber por medio de la traducción intercultural y la visibilidad de los Nuevos Movimientos Sociales. En el campo metodológico se sigue la propuesta del pensamiento complejo, por medio de los principios de la dialógica, recursivo organizacional, y hologramático. En relación a las innumerables técnicas de investigación adoptadas se destaca el análisis de contenido y representaciones cartográficas. Fue posible mapear las áreas de investigación, así como las instituciones en que las mismas fueron realizadas y las que los investigadores están vinculados. Se observó la expansión de tales investigaciones a partir de 2005, en un movimiento que acompaña la Política Nacional de Postgrado. Esto permitió la realización de investigaciones en diversas regiones, así como instituciones que están situadas fuera de las capitales, dando visibilidad a sujetos (investigadores y pescadores) y problemáticas que hasta entonces eran marginados en la investigación geográfica. El análisis de los enfoques teóricos, metodológicos y problemáticas, permitieron comprender que los geógrafos abordan con prioridad las resistencias de las comunidades frente al avance de otras actividades económicas. Para ello, asocian los conceptos de ambiente y territorio, cuya relación puede ser comprendida en tres perspectivas: Impactos Ambientales, Disputas en el Territorio y Conflictos por Territorio. A partir de esas propuestas de análisis de la Geografía, se abrió diálogo con los movimientos sociales, especialmente con las denuncias presentadas por el Movimiento de los Pescadores y Pescadoras Artesanales (MPP). En ese análisis se observó que el movimiento social denuncia la expresión de las caras de la modernización sobre los territorios tradicionales, que evidencian: Degradación, Sobreexplotación y Restricción al acceso, y Expropiación de la Tierra. De esta forma la investigación permite comprender las Geografías de la Pesca Artesanal Brasileña, sus tendencias de expansión y diálogo intraregional, así como lagunas debido al desconocimiento sobre tales investigaciones Se cree que la constitución de una red de investigadores favorecería tales estudios. La investigación también permitió discutir los conceptos territorio y territorialidad, en el contexto analizado, y bajo esa perspectiva resignificar las nociones de pesca artesanal, pescadores artesanales, saberes y comunidades tradicionales. Así como discutir la gestión comunitaria y compartida evidenciando instrumentos como Acuerdos de Pesca, Comités Permanentes de Gestión (CPG), Reservas Extractivas (RESEX), Términos de Autorización de Uso Sostenible (TAUS), y el proyecto de Ley de Iniciativa Popular por el Territorio Pesquero. De este modo la tesis discute a través de las Geografías de la Pesca, el pensamiento geográfico crítico brasileño en el siglo XXI, que busca superar invisibilidad y promover Nuevos Movimientos Sociales, con la discusión de las Geografías de las Ausencias y Geografías de las Emergencias, en el ámbito de la construcción de otra Racionalidad Ambiental y la constitución de Epistemologías del Sur.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume56.ufrgs.br:10183/178869 |
Date | January 2018 |
Creators | Paula, Cristiano Quaresma de |
Contributors | Suertegaray, Dirce Maria Antunes |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Spanish |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0098 seconds