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A cultura de autoajuda: um olhar crítico a partir de Howard Clinebell

O tema autoajuda tem invadido sem reservas a vida das pessoas no mundo atual. Esse
tema, como um desdobramento cultural da modernidade tardia, está presente na
literatura, na arte, na filosofia, nas discussões políticas e na administração de empresas.
Está presente na pluralidade religiosa, na teologia cristã e nos consultórios de
psicólogos e na psicanálise. O fenômeno cultural gigantesco não se limita a um
segmento, mas, como iremos notar, faz-se presente em várias camadas sociais, desde
as mais simples nas periferias das grandes cidades, até os moradores da zona rural nos
rincões do mundo, alcançando a classe média e, aparentemente, fazendo dela sua
promotora, interlocutora e reveladora. Uma vez que a cultura de autoajuda transita no
mundo das crenças, é plausível admitir que se trate de um fenômeno não somente de
natureza psico-física, ambiental ou de desenvolvimento, mas também de um fenômeno
metafísico. Autoajuda como cultura recebe e empresta influências no campo religioso.
Autoajuda serve a propósitos de filosofias que agrupam o conhecimento técnico em
algumas áreas, tais como a psicologia, a administração e a medicina, dentre outras com
as experiências transcendentais advindas das mais distintas religiões e crenças. Existe
uma inquietação no sentido de que essa cultura de autoajuda já faz parte da vida das
pessoas de comunidades cristãs que estão trocando o aconselhamento pastoral e a
poimênica por essas leituras. O resultado de tais leituras é um movimento em direção ao
individualismo, ao secularismo e pluralização que são desdobramentos dessa época em
que vivemos. Nessa pesquisa, vamos trabalhar com a hipótese que o aconselhamento
cristão é uma melhor resposta aos anseios das pessoas do que a cultura de autoajuda.
O tema do aconselhamento pastoral será pontuado a partir da obra de Howard Clinebell,
Aconselhamento pastoral: modelo centrado em libertação e crescimento. No primeiro
capítulo, vamos trazer algumas definições de autoajuda. A partir dessas definições,
vamos tentar nos aproximar de uma definição que traga os aportes que cumpram o
papel de delimitar uma compreensão de autoajuda. A fim de sustentar a compreensão
de autoajuda, trataremos, ainda nesse capítulo, da origem da literatura de autoajuda,
tanto de um ponto de vista histórico antigo e filosófico quanto de uma posição sobre sua
ascensão na cultura moderna. Esse capítulo vai tratar ainda da literatura de autoajuda e
sua relação com a autonomia do indivíduo. Para tanto, vamos utilizar os textos de
Francisco Ricardo Rüdiger, Auto-ajuda e individualismo. O capítulo dois trará uma
introdução a Howard Clinebell, sua metodologia, seus propósitos ao escrever
Aconselhamento pastoral: modelo centrado em libertação e crescimento.
Apresentaremos o atual desafio da poimênica e do aconselhamento pastoral; e um
modelo holístico centrado em cura e crescimento, bem como uma definição do trabalho
do conselheiro cristão. Também serão abordadas nesse capítulo as técnicas mais
usadas no aconselhamento pastoral. O ambiente do trabalho pastoral também será
apontado nesse capítulo. E, finalmente, apresentamos nesse capítulo os cuidados do
trabalho do conselheiro cristão. No capítulo três, faremos uma comparação entre o
aconselhamento pastoral segundo Clinebell e as propostas da cultura de autoajuda com
o conceito de vida plena e as seis dimensões da integralidade. Na conclusão do
trabalho, pretendemos responder a nossa inquietação sobre a utilização por membros
da comunidade cristã de literatura de autoajuda e responder a hipótese que o
aconselhamento cristão é uma melhor resposta aos anseios das pessoas do que a
cultura/literatura de autoajuda. / The theme of self-help has invaded without reservation the lives of people in the actual
world. This topic as a cultural offshoot of late modernity is present in literature, art,
philosophy, political discussions and in business administration. It is present in the
plurality of religion, in Christian theology, and the offices of psychologists and
psychoanalysis. The huge cultural phenomenon does not limits itself to one segment, but
according to our research, we will notice it is presence in various strata of society from
the simplest on the outskirts of large cities to the rural residents in the corners of the
world, reaching the middle class and apparently making the latter its promoter, partner
and developer. Since the culture of self-help transits in the world of beliefs it is
reasonable to assume that it is a phenomenon not only of psyco-physical nature,
environmental or development and industrial production and technology, but also a
metaphysical phenomenon. Self-help culture receives and borrows influences in the
religious field. Self-help serves the purposes of philosophies that combine the expertise
in some areas of psychophysical nature, management, medicine, and others with the
transcendent experience coming from the most diverse religions and beliefs. There is a
concern in the sense that this culture of self-help plays great role in the lives of the
Christian communities that are replacing the pastoral counseling and pastoral care to
these readings. The result of such readings is a movement towards individualism,
secularism and plurality that are developed in the present age. This research will work
with the hypothesis that Christian counseling is a better response to the expectation of
the people of that culture of self-help. The theme of pastoral counseling will be
approached based on the work of Howard Clinebell: Basic Types of Pastoral Care and
Counseling: Resources for the Ministry of Healing and Growth. The first chapter will bring
some definitions of self-help. It is expected that these definitions will bring the inputs to
delineate an understanding of self-help. In order to support the understanding of self-help
the chapter will point out also the origin of self-help literature, both from a historical point
of view and ancient philosophical as well as its position in the rise in modern culture. This
chapter will also address the self-help literature and its relation to individual autonomy.
For this the texts of Francisco Ricardo Rüdiger: Self-Help and Individualism will be used.
Chapter two will bring an introduction to Howard Clinebell, its methodology, its purpose in
writing Basic Types of Pastoral Care and Counseling: Resources for the Ministry of
Healing and Growth. We will present the actual challenge of pastoral care and pastoral
counseling, and a holistic model focusing on healing and growth, as well as defining the
work of the Christian counselor. We will also discuss the techniques used in pastoral
counseling. The work environment of this ministry will also be identified. And finally this
chapter will point out the care of the work of Christian counselor. In chapter three we will
do a comparison of pastoral counseling according to Clinebell and the proposals of the
culture of self-help within the concept of full life and the six dimensions of human
completeness. At the conclusion, we plan to respond to our concern about the members
of the Christian community and their use of self-help literature. We will also answer
hypothesis that "the Christian counseling is a better response to the expectation of the
people than that self-help culture / literature.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:est.edu.br:204
Date20 April 2010
CreatorsWadson Antonio da Cunha
ContributorsLothar Carlos Hoch, Roberto Ervino Zwetsch, Francisco Rüdiger
PublisherFaculdades EST, Programa de Teologia, EST, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do EST, instname:Faculdades EST, instacron:EST
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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