Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção / Made available in DSpace on 2013-07-16T00:13:43Z (GMT). No. of bitstreams: 1
221291.pdf: 847004 bytes, checksum: 90e85004be953ecb6a9254af9ff1322b (MD5) / O estudo em questão é elucidado a partir do processo de transformação no mundo do trabalho, cuja base teórica teve como sustentação, o mundo do trabalho no contexto da implementação do projeto de desestatização da economia a partir de 1989. Tal política reflete o desmonte do setor público brasileiro entre as décadas de 80 e 90, de modo que sua reestruturação é elemento prioritário no Plano Nacional de Desestatização, do sistema econômico neoliberal, enfatizando a desregulamentação e privatização dos mercados e do Estado. O seu objetivo geral foi compreender as repercussões na qualidade de vida de trabalhadores que estão vivendo processo de (des)construção do seu mundo do trabalho, através de estudo de caso dos trabalhadores do Banco do Estado de Santa Catarina - Besc. A época atual condiciona a emergência de novas percepções e compreensão sobre o tempo, o corpo, o trabalho e o lazer, o que inclui a compreensão pela qualidade de vida do trabalhador. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho, sobretudo nos últimos três séculos, afirmam que as grandes indústrias modernas não substituíram efetivamente a forma arcaica de trabalho, se comparada à Idade Média, haja vista que o sistema moderno produziu uma relação social de conflitos que se contrapõe à sobrevivência e à liberdade dos indivíduos. As inovações tecnológicas, apesar da promessa de felicidade, não representaram a transformação do trabalho do homem, em função de sua liberdade, nem a manutenção do espaço social da espécie humana. O mundo do trabalho na sociedade contemporânea tem passado por profundas transformações que colocam desafios aos trabalhadores diante da centralidade do trabalho. A diminuição da força de trabalho é reflexo da política neoliberal, em que, entre tantas causas, a privatização, e conseqüentemente as demissões, aumentam a falta de emprego. A (des)construção do mundo do trabalho do ser humano é constituída de elementos de inconformação entre o velho e novo, por isso, é tratada como metáfora, para se ocupar do foco central do estudo, o trabalho. Assim, (des)construção não se ocupa do novo, mas do velho, do familiar; é um repensar do cotidiano. As reflexões sobre o saber teórico acerca do tema permitiram situar a questão do mundo do trabalho, enquanto para o dia-a-dia do ser humano. As explicações concretas sobre a questão do trabalho incorporam a ênfase ergonômica, juntamente com outras elaborações teóricas. A tese em questão começou a tomar forma através da preocupação com a qualidade de vida do trabalhador vivendo processo de privatização no mundo do trabalho, que ao começar a ser gestada na sociedade contemporânea, pode revelar um período difícil, expresso no processo de desemprego e suas conseqüências. Ao mesmo tempo, a abordagem qualitativa foi elemento metodológico prioritário, e o instrumento de coleta de dados adotado foi a entrevista semi-estruturada em profundidade, junto aos trabalhadores do Besc na cidade de Florianópolis, (SC), realizadas no período de Novembro de 2003 a Abril de 2004. A análise da realidade investigada trouxe como elemento prioritário a (des)construção do mundo do trabalho, as suas repercussões que redundaram em posições positivas e negativas diante das incertezas e conflitos do Programa de Demissão Incentivada (PDI). No plano da análise ergonômica do trabalho, não foi contemplado o estudo dos instrumentos metodológicos da AET, tendo em vista que a organização não constituiu objeto de investigação da pesquisa; o que indicou a recomendação de estudos específicos relativos a categoria saúde nos aspectos relacionados às questões de ordem física e mental no conteúdo da tarefa e às exigências organizacionais em relação ao processo de demissão através do Programa de Demissão Incentivada (PDI). Finalmente a análise dessa realidade mostrou que para alguns trabalhadores a subjetividade do trabalho significa partilhar a sua própria sobrevivência, (des)construindo-se o perigo e pressão do seu mundo do trabalho.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/102175 |
Date | January 2005 |
Creators | Lopes, Valter |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Fialho, Francisco Antonio Pereira |
Publisher | Florianópolis, SC |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 1 v.| il. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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