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Geoquímica e Contexto Tectônico de Leucogranitos Peraluminosos do Batólito Bonito-Gameleira, Domínio Pernambuco-Alagoas, Província Borborema, NE do Brasil

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Previous issue date: 2007 / A área de estudo desta tese está situada a leste/sudeste do estado de
Pernambuco, abrangendo uma região com cerca de 4.000 Km2, que se extende por
vários municípios do agreste e zona da mata; desde Caruaru, Agrestina e Cupira no
oeste até Gravatá, Chã Grande, Ribeirão e Gameleira, no leste. Na região
pesquisada ocorrem rochas metamórficas Paleoproterozóicas e Mesoproterozóicas
encaixando rochas granitóides Neoproterozóicas que constituem um amplo batólito
com cerca de 2.500 Km2.
Foram realizadas atividades de mapeamento geológico com a confecção do
um Mapa Geológico na escala 1:100.000 (Anexo IV), bem como estudos
petrográficos, litoquímicos, de química mineral e de geoquímica isotópica. Os
resultados destes estudos estão sumarizados: no Quadro 1.1 (Síntese dos trabalhos
executados), na Figura 3.1 (Mapa geológico simplificado), na Tabela 6.2 (Resultados
das análises químicas efetuadas), na Tabela 8.2 (Síntese das litologias e dos dados
isotópicos); a Figura 9.1 (Contexto geológico-estrutural da área estudada) fornece
uma visão tectônica-estrutural da área de estudo. No final estão os Anexos I e II
(Descrições dos afloramentos estudados e das análises petrográficas), III (Análises e
cálculos de química mineral), além do Anexo IV (Mapa Geológico).
A área de pesquisa é delimita ao norte pelo Lineamento Pernambuco do qual
sofre forte influência tectono-estrutural. Foram mapeadas várias zonas de
cisalhamento transcorrentes secundárias, com direção NE-SW e geralmente
sinistrais, sendo algumas dextrais devido a esforços compensatórios. Ocorrem
também falhas rúpteis e fraturas relacionadas à fase final de acomodação e alívio de
tensões. Os estudos litológicos de lâminas delgadas mostraram texturas e extruturas
petrográficas indicativas de que os plútons de leucogranitos a duas-micas foram
formados em ambiência de uma tectônica rúptil-dúctil, e de profundidade
intermediária. Os alojamentos destes plútons foram controlados pelas várias zonas
de cisalhamento que definem o atual arcabouço estrutural da área de estudo.
A mega-suite granítica delimitada na área, foi estudada com maior detalhe,
tendo recebido a denominação de Batólito Bonito-Gameleira; o qual apresenta-se
constituído por dois distintos grupos de rochas, o primeiro compreende Hbl-bt
Granitos porfiríticos e Biotita-Granitos a granodioritos grossos com fácies
microporfiríticos; o segundo grupo compreende Leucogranitos peraluminosos,
constituído principalmente pelos Leucogranitos a duas-micas que são representados
por vários plútons e alguns stocks, distribuídos preferencialmente em torno do
batólito, e por um único plúton de Bt-Leucogranito, situado ao norte do pluton Chã
Grande. Algumas janelas tectônicas e/ou megaxenólitos de Ortognaisses ocorrem
no âmbito do Batólito Bonito-Gameleira; por vezes ocorrem também xenólitos de
granito porfirítico em plútons de Leucogranitos a duas-micas.
Os diagramas de elementos maiores de amostras dos plútons de
Leucogranitos a duas-micas, segundo as diferentes combinações dos vários autores,
clasificaram os mesmos como rochas cálcicas, sub-alcalinas, cálcio-alcalinas e
peraluminosas. Observa-se semelhança nos padrões de distribuição dos elementos
menores nas amostras dos vários plútons de leucogranitos a duas-micas estudados.
Ocorrem altos valores nos elementos relacionados a magmas félsicos (Rb, Th, U, La, Nd e Y), e anomalias negativas de Ba, Nb e Sr. Amostras de granitos porfiríticos
mostram que os mesmos semelhantemente aos leucogranitos a duas-micas
apresentam valores relativamente baixos de Ba, Nb, Sr, e Ti, o que pode indicar
magmatismo no interior de placa continental.
Análises de leucogranitos dos plútons apresentam fracionamento, com
elevados valores de Terras Raras Leves (ETRL), e baixos de Terras Raras Pesados
(ETRP), sendo observado a provável interação de granada e plagioclásio na rocha
fonte. Resultados obtidos de ortognaisses mostraram o mesmo padrão de terras
raras dos leucogranitos a duas-micas, com anomalias negativas de európio,
indicando uma possível participação de ortognaisses nos magmas parentais dos
leucogranitos a duas-micas.
O estudo da química mineral das biotitas permitiu estimar a natureza dos
magmas que deram origem aos plútons Batateira-Alto Bonito, Chã Grande e
Gameleira, bem como seus possíveis ambientes tectônicos de formação; as biotitas
cairam no campo das séries graníticas peraluminosas (colisionais e do tipo S),
formadas em ambientes tectônicos compressionais. Os K-feldspatos dos plútons
Gameleira e Chã Grande são ortoclásios, sem zonação da borda para o núcleo,
sugerindo processos de cristalização em equilíbrio na origem destes plútons. Os Kfeldspatos
de Batateira-Alto Bonito mostram zonação núcleo-borda, sugerindo reequilíbrio
com diminuição da temperatura durante a ascensão do plúton.
Foram realizados estudos de isótopos radiogênicos (Rb-Sr e Sm-Nd) e
análises de isótopos estáveis (δO18), em amostras de rochas pertencentes ao plúton
Batateira e em amostras híbridas das bordas do mesmo plúton; em amostras do
stock de leucogranito situado a NW da cidade de Bonito e ainda em quatro amostras
de granitóides porfiríticos. Os resultados das análises de Rb-Sr mostram que a
maioria das rochas analisadas exibem valores de ЄSr iniciais positivos, sugerindo
componente crustal. Os valores obtidos para o δO18 do magma calculados pelo
método de Valley et al. (1994), mostrou valores para os plútons de leucogranitos a
duas-micas geralmente menores que 9 , condizentes com os granitos tipo-S no
protólito das mesmas, exceto algumas amostras com valores superiores indicando
contaminação crustal.
Levando-se em consideração o modelo de orógeno intracontinental proposto
por Neves (2000) e Mariano et al. (2001) para a Província Borborema; verifica-se
que as diferentes assinaturas isotópicas dos leucogranitos a duas-micas podem
indicar que os reservatórios isotópicos de cada tipo granítico seja diferente; os
protólitos originais estariam situados a diferentes profundidades de uma crosta
continental zonada. Por outro lado examinando o modelo de terrenos tectonoestratigráficos
distintos (Santos, 1996, 1998, 2001); apresentamos uma possível
explicação para esta diversidade isotópica na área de pesquisa na geração dos
diversos tipos de leucogranitos a duas-micas, como seja os mesmos teriam sido
gerados em diferentes níveis de profundidade da crosta intermediária durante o
ápice da colisão Brasiliana. Em um plúton como o de Batateira, os diferentes pulsos
que contribuíram para sua evolução foram gerados em diferentes profundidades e
podem ter incorporado materiais retrabalhados nos ciclos orogenéticos anteriores

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/6044
Date January 2007
CreatorsGOMES, Hermanilton Azevedo
ContributorsFERREIRA, Valderez Pinto
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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