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Peneiras autopoiéticas : duplicação paródica do pensamento de Niklas Luhmann na escrita de Franz Kafka

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2008. / Submitted by Larissa Ferreira dos Angelos (ferreirangelos@gmail.com) on 2009-09-16T18:32:55Z
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Previous issue date: 2008-05 / A pesquisa analisa, a partir da literatura de Kafka, o funcionamento do sistema jurídico. A forma auto-referente como esse sistema se reproduz e o seu isolamento epistêmico são objeto de representação estética na obra de Kafka. Assim, sua literatura converte-se numa espécie de travestimento paródico do pensamento sistêmico de Niklas Luhmann. As teses e conceitos de Luhmann são confrontados com a literalidade das imagens de Kafka. Para Luhmann, o sistema jurídico deve ocupar-se de regular sua própria função preservando sua independência em relação aos outros sistemas através de sua clausura autoreferencial. Mas essa clausura não significa isolamento, e sim uma abertura do sistema jurídico para o seu meio. Como sistema autopoiético, todas as trocas do sistema jurídico com seu entorno são mediadas pelo seu código comunicativo – jurídico/não jurídico – através do qual são selecionadas as informações possíveis de reprodução a partir dessa lógica interna.
A escrita de Kafka, especialmente em O processo e O castelo, é compreendida como apropriações imagéticas desse discurso, revelando, pelo exagero e distorções, uma
versão desdenhada ou intangível pelo pensamento formal. A autopoiesis do sistema jurídico converte-se em um mecanismo narcísico e profilático. Pela mediação cômica de Kafka, o funcionamento auto-referente do sistema jurídico alcança o nível fundamental da ideologia, da fantasia ideológica que estrutura a própria realidade, desvelando o fundamento místico
de sua autoridade. A literatura kafkiana antecipa os sintomas da transição para um novo regime de poder, chamado Império, através do qual o capitalismo reinventa suas formas de controle e hegemonia. A passagem do panoptismo para uma sociedade de controle, a corrupção, o vazio ontológico, a comunicação, a diluição da dicotomia dentro/fora, público/privado encontram, como constantes dessa nova ordem, seus correspondentes na ficção de Kafka. Para construir uma relação dialógica com o pensamento de Luhmann e traçar alternativas nesse novo cenário ideológico, Kafka constrói um espaço adequado para as experimentações transversais do saber, como um rizoma deleuziano. O conto A toca é arquitetura estética dessa gnosiologia kafkiana. _______________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The research analyses, from the literature of Kafka, the functioning of the legal system. The self-reference reproduction and the espistemic isolation of the legal system
are objects of aesthetic representation in the Kafka’s literature. Thus, its literature becomes a kind of parody of systemic thinking of Niklas Luhmann. The theories and concepts of sociologist are confronted with the literally images of Kafka. For Luhmann, the legal system should deal with its own function to preserve the independence in relation to other systems through of closing self-referential. This closing does not mean isolation, but an opening of the legal system to its environment. As autopoietic system, all exchanges of the legal system with its environment are mediated by its own communicative code - legal/non-legal - to select the information possible to reproduce from that internal logic. The Kafka’s writing, especially The Trial and The Castle, is understood like a literary appropriations of this speech to show, by the exaggeration and distortion, a version
untouchable by formal reason. The autopoiesis of the legal system converts into a narcissistic and prophylactic mechanism. For the mediation of Kafka’s laugh, the operation self-referential of the legal system reaches the critical level of ideology, the ideological fantasy that structure reality, showing the mystical foundation of the judicial authority. Kafka’s literature anticipates the symptoms of transition to a new system of power, called Empire, by which capitalism reinvented its forms of control and hegemony.
The passage of panoptic for a society of control, corruption and the empty ontological, the communication, the disappearance of the dichotomies inside/outside, public/private have, as evidence of this new order, correspondents in the fiction of Kafka. To maintain a dialectical relationship with the thinking of Luhmann and propose alternatives in this new ideological context, Kafka build adequate space for transversal experimentation of knowledge, like a deleuziano rhizome. The story called The Hole is the aesthetics architecture of this kafkan’s theory of knowledge.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/5156
Date05 1900
CreatorsPedrosa, Pablo Galas
ContributorsNuto, João Vianney Cavalcanti
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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