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Doenças periodontais na gravidez : curso clínico e resposta ao tratamento

A associação entre o período gestacional e o periodonto vem sendo relatada tendo diferentes plausibilidades biológicas. O periodonto é reconhecido como tecido alvo para a ação dos hormônios que têm seus níveis elevados ao longo da gestação. Uma alta prevalência de alterações periodontais tem sido relatada nesse período. Estudos recentes têm questionado a influência do período gestacional em produzir alterações significativas no periodonto. Atualmente, uma possível associação entre a presença de doenças periodontais na gestação e desfechos obstétricos tais como, o nascimento de bebês prematuros e/ou com baixo peso tem sido relatada na literatura. Para o planejamento de políticas de saúde que visem o bem estar das gestantes, bem como almejem a realização de procedimentos preventivos e terapêuticos é necessário o conhecimento de como esse período influência os diferentes órgãos, assim como diferentes condições sistêmicas e comportamentais podem interferir no curso fisiológico da gestação. Avaliar as alterações periodontais associadas a períodos com diferentes concentrações hormonais, tais como durante a gestação e no período pós-parto, assim como comparar a eficácia da terapia periodontal realizada durante a gestação com os resultados obtidos quando a mesma é executada após o parto foram os objetivos dessa tese. Gestantes com até 20 semanas de gestação realizando pré-natal no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, foram convidadas a participar do estudo e randomizadas em dois grupos (teste e controle). Exames clínicos avaliando a presença de placa (IPI), inflamação gengival (IG), presença de fatores retentivos de placa (FRP), profundidade de sondagem (PS), nível clínico de inserção(NIC), sangramento à sondagem (SS) e volume de fluido crevicular gengival (FCG) foram realizados no início do estudo e repetidos entre a 26-28ª semanas de gestação, 30 dias após o parto e 30 dias após a realização do tratamento periodontal para as mulheres randomizadas para o grupo controle. Após o exame inicial, as mulheres do grupo controle receberam somente 1 consulta de tratamento odontológico (padrão no hospital), tendo sido o tratamento completo realizado 30 dias após o parto. As mulheres pertencentes ao grupo teste receberam tratamento clínico e periodontal durante a gestação e foram examinadas nos mesmos momentos até 30 dias após o parto. Para as mulheres pertencentes ao grupo controle, alterações nos níveis de placa não foram observadas durante a gestação e 30 dias após o parto. Durante esse período observacional alterações estatisticamente significantes foram observadas para o IG, PS, NIC e SS. Profundidade de sondagem e SS tiveram comportamentos semelhantes, suas estimativas aumentaram durante a gestação(PS de 2.51 para 2.57mm) e (SS de 50.36 para 54.19%) e foram reduzidas após o parto (PS 2.52mm e SS 50.40%). O tratamento periodontal realizado nos dois períodos experimentais foi eficaz em restabelecer a saúde do periodonto. O percentual médio de SS após o tratamento no grupo teste foi de 11.10±7.84e no grupo controle de 8.07±5.21. Houve reduções estatisticamente significantes no IPI, IG, PS, SS e FCG nos dois grupos experimentais. Alterações no NIC não foram observadas. Entre os grupos as alterações clínicas observadas não foram estatisticamente significantes, com exceção no percentual médio de redução de SS em sítios que tinham inicialmente PS>=4mm. Pode ser concluído que durante o período gestacional alterações nos parâmetros inflamatórios relacionados ao periodonto foram observados no grupo controle. O significado clínico deve ser avaliado criticamente. A eficácia da terapia periodontal pode ser obtida de maneira similar quando o tratamento foi realizado durante a gestação ou no período pós-parto. / The association between gestational period and the periodontium has been related with different biological plausibilities. The periodontium is recognized as a target tissue for the action of the hormones whose levels increase during pregnancy. A high prevalence of periodontal alterations has been reported in that period. Recent studies recent have been questioning the influence of the gestational period in producing significant alterations in the periodontium. Currently, a possible association among the presence of periodontal diseases during pregnancy and negative obstetric outcomes such as preterm labor and/or low birth weight infants has been reported. For the planning of health policies that seek the well being of pregnant women, as well for achieving preventive and therapeutic measures it is necessary to know how this period influences different organs, as well as how different systemic and behavioral conditions may interfere in the physiologic course of pregnancy. To evaluate periodontal alterations associated periods with different hormonal concentrations such as during pregnancy and postpartum, as well comparing the efficacy of periodontal therapy performed during pregnancy with the results obtained when the same therapy is performed after delivery were the objectives this thesis. Pregnant women with up to 20 gestational weeks accomplishing prenatal care in the Hospital Materno Infantil Presidente Vargas were invited to participate in the study and randomized in two groups (test and control). Clinical examinations comprised the presence of plaque (PU), gingival inflammation(GI), presence of plaque retentive factors (FRP), probing depth(PD), clinical attchment levei (CAL), bleeding on probing (BOP) and gingival crevicular fluid(CGF) volume and was Rerformed at baseline and repeated between 26-28th gestational weeks, 30 days after delivery and 30 days after the completion of periodontal treatment for women randomized for the control group. After baseline examination, women of the control group received only 1 session of dental treatment (hospital patter), with the comprehensive periodontal care performed 30 days after delivery. Women belonging to the test group received clinical and periodontal treatment during pregnancy and were examined in the same moments up 30 days after delivery. For the women belonging to the control group, alterations in the plaque levels were not observed during pregnancy and 30 days after delivery. During the observational period, statistically significant alterations were observed for GI, PO, CAL and BOP. Probing depth and SS behaved similary, with their estimates increasing during pregnancy (PD from 2.51 to 2.57mm) and (BOP from 50.36 to 54.19%) and reducing after delivery after delivery (PD 2.52mm and BOP 50.40%). Periodontal performed in both groups was efficacious in reestablishing periodontal health. The mean percentage of BOP after the treatment in the test group was of 11.10±7.84and in the control group was of 8.07±5.21. Statistically significant differences in PU,GI, PD, BOP and GCF were observed in both groups. Alterations in CAL were not observed. Among groups, the clinical alterations observed were not statistically significant, with the exception in the mean percent reduction of BOP in with PD>=4mm at baseline. It may be concluded that alterations in the inflammatory parameters related to periodontium were observed during pregnancy in the control group. The clinical significance of this finding should be critically appraised. The efficacy of periodontal therapy can be obtained similarly if the treatment is performed during pregnancy or after the delivery.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/16930
Date January 2009
CreatorsMoreira, Carlos Heitor Cunha
ContributorsRösing, Cassiano Kuchenbecker
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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