O objetivo desta dissertação é problematizar o papel exercido pelas ideias da razão da formulação do conhecimento, isto é, mostrar como as ideias contribuem para que seja possível conceber a natureza como uma totalidade sistemática cognoscível, bem como para que seja possível uma experiência sistemática que confira sentido ao ato conceitualizador do entendimento e à atividade científica como um todo, algo que, conforme defendemos, depende inevitavelmente que seja possível pensar o mundo como algo organizável. Na Crítica da Razão Pura Kant afirma que o conhecimento começa com intuições, passa por conceitos e termina com ideias e ainda que toda ciência tem uma ideia por base, de forma que, o que fazemos na primeira parte do texto, é justamente aclarar a natureza mesma das ideias, de forma que não paire dúvida sobre o que são, bem como procuramos enfrentar as objeções de alguns comentadores sobre a necessidade do emprego das ideias para o estabelecimento de conhecimento seguro. Na segunda parte analisamos o primeiro momento do Apêndice, localizando ali a questão aqui travada e mostrando como Kant estabelece os usos adequados para as ideias da razão de forma que os velhos erros da metafísica não sejam ressuscitados e por fim, na terceira e última parte, buscamos mostrar o caráter específico que a ideia de um Deus criador e arquiteto exerce para assegurar a ordem necessária para o estabelecimento do conhecimento, isto é, legando a uma ideia da razão o papel de fiadora da possibilidade de se conceber a natureza de forma ordenada e, por conseguinte, cognoscível. / The aim of this dissertation is to problematize the role played by the ideas of reason in the process of unfolding of knowledge, namely, to show in which manner the ideas of reason contribute into turning possible to conceive nature (or the world) as a knowable systematic totality and also turning possible the sort of systematic experience that gives meaning to the conceptualizer act of the understanding and to the scientific activity as a whole either, something that, as we argue for, inevitably depends on the chance to think the world as something organized. In the Critique of Pure Reason Kant asserts that knowledge starts with intuitions, goes through concepts and ends up with ideas, and also that every science has an idea on its basis, given this, what we do in the first part of the text is exactly to clarify the nature of ideas in themselves, in such a way that there is no doubt about what they are; we also seek to face some objections made by commentators about the necessity of the employment of the ideas to the constitution of safe knowledge. In the second part we analyze the first part of the Appendix, finding there the issue investigated here and showing how Kant sets the proper uses of the ideas of reason in a way that the old errors of metaphysics are not restored. At last, in the third part, we aim to show the particular character that the idea of an architect and creator God plays to ensure the necessary order to the settlement of knowledge, i.e., the attribution to an idea of reason the condition of founder of the possibility to conceive nature in an ordered way and, thereafter, knowable.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-22122015-094310 |
Date | 06 November 2015 |
Creators | André Assi Barreto |
Contributors | Maurício Cardoso Keinert, Maria Lucia Mello e Oliveira Cacciola, Antonio Ianni Segatto |
Publisher | Universidade de São Paulo, Filosofia, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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