Return to search

DESOSPITALIZAÇÃO PSIQUIÁTRICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE EM RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA / Phychiatric deprivation and health promotion in therapeutic residency

Submitted by Noeme Timbo (noeme.timbo@metodista.br) on 2017-06-01T18:20:13Z
No. of bitstreams: 1
Flávia Figueira de Andrade Porto.pdf: 933698 bytes, checksum: 54b857f57d2d2e816fad00c57178fa90 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-06-01T18:20:13Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Flávia Figueira de Andrade Porto.pdf: 933698 bytes, checksum: 54b857f57d2d2e816fad00c57178fa90 (MD5)
Previous issue date: 2017-03-15 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The de-hospitalization of people with a long-term history in psychiatric hospitals is a priority among public mental health policies in Brazil, which consider the rupture of family and social life aggravating the process of psychic illness. In order to provide care for these people outside the hospitals, health facilities were created, such as therapeutic residences, community-based housing with the assistance of daily caregivers. This work was the result of the professional experience of the psychologist accompanying the dehospitalization of thirty patients to three new therapeutic residences in the city of São José dos Campos / SP. Based on Winnicott's psychoanalysis, this research described and analyzed the experience of de-hospitalization and health promotion in this context, with emphasis on the group interactions and experiences of the residents in the hospital and residential space, in care and community relations. The instruments used were: participant observation and interview based on a previously elaborated script with the residents. The results indicated that the interactions and experiences in the therapeutic residency, for the most part, were kept rigid by rules and restrictions in the occupation of the home space, handling of personal belongings and circulation in the community; The care relationships demanded an active presence of the care agents, especially in the attention to the body, in the management of psychopathological symptoms and in the mediation of conflicts with the neighborhood and other people in the community. It was concluded that care relationships, even in de-hospitalization circumstances, can trap subjects and inhibit creative processes, as well as repercussions in the prevention of acute psychotic crisis and rehospitalization. The challenge in promoting health in therapeutic residency was to overcome situations that make it impossible for the residents to be in life with all their excesses, particularities and needs of attention and adapted care. / A desospitalização de pessoas com história de longa permanência em hospitais psiquiátricos é prioridade dentre as políticas públicas de saúde mental no Brasil, que consideram a ruptura do convívio familiar e social, agravantes no processo de adoecimento psíquico. Para dar conta do atendimento a essas pessoas fora dos hospitais, foram criados equipamentos de saúde como as residências terapêuticas, moradias localizadas na comunidade com assistência de agentes de cuidados diários. Este trabalho foi fruto da experiência profissional do psicólogo acompanhando a desospitalização de trinta pacientes para três novas residências terapêuticas na cidade de São José dos Campos/SP. A partir da psicanálise winnicottiana, esta pesquisa descreveu e analisou a experiência de desospitalização e de promoção da saúde neste contexto, com ênfase nas interações grupais e vivências dos moradores no espaço hospitalar e residencial, nas relações de cuidado e comunitárias. Os instrumentos utilizados foram: observação participante e entrevista com base em um roteiro previamente elaborado, com os moradores. Os resultados apontaram: as interações e vivências na residência terapêutica, em sua maioria, mantiveram-se enrijecidas por regras e restrições na ocupação do espaço da casa, manuseio de pertences pessoais e circulação na comunidade; as relações de cuidado demandaram uma presença ativa dos agentes de cuidado, especialmente, na atenção ao corpo, no manejo de sintomas psicopatológicos e na mediação de conflitos junto à vizinhança e demais pessoas da comunidade. Concluiu-se que as relações de cuidado, mesmo em circunstâncias da desospitalização, podem aprisionar os sujeitos e inibir processos criativos, como também repercutirem na prevenção de crises psicóticas agudas e da reinternação. O desafio na promoção da saúde em residência terapêutica, configurou-se na superação de situações que impossibilitem a seus moradores estarem na vida com todos os seus excessos, particularidades e necessidades de atenção e cuidado adaptado.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tahbit.umesp.edu.dti:tede/1643
Date15 March 2017
CreatorsPORTO, FLÁVIA FIGUEIRA DE ANDRADE
ContributorsRezende, Manoel Morgado, Gomes, Maria Benincasa, Motta, Ivonise Fernandes da
PublisherUniversidade Metodista de Sao Paulo, Psicologia da Saude, IMS, Brasil, Psicologia da Saude:Programa de Pos Graduacao em Psicologia da Saude
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da METODISTA, instname:Universidade Metodista de São Paulo, instacron:METODISTA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-4672244837269309201, 500, 500, 600, 600, 2855568957129657635, 3411867255817377423, 2075167498588264571, REFERÊNCIAS Amarante, P. (1995). Novos sujeitos, novos direitos: o debate em torno da reforma psiquiátrica. Cadernos de Saúde Pública, 11(3), 491-494. Recuperado em 02 setembro de 2015, de http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X1995000300024&script=sci_arttext Amarante, P. (2006). Rumo ao fim dos manicômios [online], Revista Mente e Cérebro. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/rumo_ao_fim_dos_manicomios.html Amarante, P., & Torre, G. E. H. (2011). Michel Foucault e a “História da loucura”: 50 anos transformando a história da psiquiatria. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental, 3(6), 41-64, Universidade Federal de Santa Catarina. Recuperado em 02 setembro, 2015, de http://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/1502/1725 Bachelard, G. (1993). A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes. Berlinck, M. T., Magtaz, A. C., & Teixeira, M. (2008, março). A reforma psiquiátrica brasileira: perspectivas e problemas. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 11(1), 21-27. Recuperado em 20 março, 2016, http://www.scielo.br/pdf/rlpf/v11n1/a03v11n1 Bezerra, J. B., & Amarante, P. (1992). Psiquiatria sem hospício: contribuições ao estudo da reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro: Relume Dumará. Brandão, R. C. (2007, janeiro). Reflexões sobre como fazer trabalho de campo. Sociedade e Cultura, 10(1), 11-27. Recuperado em 20 março, 2016, de http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=70310103 Brasil. Ministério da Saúde. (1992). Reestruturação da assistência em saúde mental no Brasil: modelo assistencial direito à cidadania. Anais da Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília, DF, Brasil, 2. Recuperado em 29 março, 2016, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0208IIcnsmr.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2004a). Legislação em Saúde Mental: 1900-2004 (5a ed.). Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde. Recuperado em 29 março, 2016, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/legislacao_saude_mental_1990_2004_5ed.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2004b). Residências terapêuticas: o que são, para que servem. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Recuperado em 05 agosto, 2015, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/120.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2005, novembro). Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. In Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. Brasília: Secretaria de Atenção à Saúde, DAPES, Coordenação Geral de Saúde Mental. Recuperado em 05 dezembro, 2015, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2011). Saúde Mental no SUS: as novas fronteiras da Reforma Psiquiátrica: Relatório de Gestão 2007-¬2010. Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. Recuperado em 05 dezembro, 2015, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_fronteiras_reforma_psiquiatrica.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2013). Saúde Mental: Cadernos de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Recuperado em 05 dezembro, 2015 de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/120.pdf Brasil. Ministério da Saúde. (2015). Caderno HumanizaSUS (Vol. 5). Brasília, D.F. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Recuperado em 05 dezembro, 2015, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf Cecílio, L. C. O. (2001). As necessidades de saúde como conceito estruturante na luta pela integralidade e equidade na atenção. In Pinheiro, R. E. & Mattos, R. A. Os sentidos da integralidade na atuação e no cuidado em saúde. (pp. 113-126). Rio de Janeiro: Abrasco. Costa, M. E. P. (2004, setembro). Pinel - a mania, o tratamento moral e os inícios da psiquiatria contemporânea. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 7(3), 113-116. Recuperado em 05 dezembro, 2016, de http://www.redalyc.org/pdf/2330/233017762010.pdf Conferência Nacional de Saúde Mental. (1992, dezembro). Brasília: Ministério da Saúde, 2. Recuperado em 29 março, 2016, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/0208IIcnsmr.pdf Dias, E. O. (1999). Sobre a confiabilidade: decorrências para a prática clínica. Natureza Humana, 1(2), 283-322. Recuperado em 04 janeiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24301999000200004&lng=pt&tlng=pt. Dias, E. O. (2002). Da sobrevivência do analista. Natureza Humana, 4(2), 341-362. Recuperado em 04 janeiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302002000200004&lng=pt&tlng=pt. Ferreira, A. B. de H. (2016). Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Recuperado em 20 março, 2016, de https://dicionariodoaurelio.com/ Furtado, J. P., & Miranda, L. (2006, setembro). O dispositivo "técnicos de referência" nos equipamentos substitutivos em saúde mental e o uso da psicanálise winnicottiana. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 9(3), 508- 524. Recuperado em 12 dezembro, 2016, de http://www.redalyc.org/pdf/2330/233017487010.pdf Foulcault, M. (1975). Doença mental e psicologia. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro. Foulcault, M. (2014). A história da loucura. São Paulo: Editora Perspectiva. Gastão, W. de S. C., & Gerrero, A. V. P. (2010). Manual de práticas de atenção básica - Saúde ampliada e compartilhada. [online], Cadernos de Saúde Pública, 27(4). Recuperado em 05 dezembro, 2016, de http://www.scielo.br/pdf/csp/v24n8/24.pdf Gofman, E. (2003). Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] (2010). Censo Demográfico: Polpulação residente. Recuperado em 10 março, 2015, de http://www.ibge.gov.br/webcart/default.php Lei de n. 10.216, de 06 abr. 2001. (2001). Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília, DF. Recuperado em 28 agosto, 2015, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm Loparic, Z. (1996). Winnicott: uma psicanálise não-edipiana. Revista Percurso, 9(17), 41-47. Mattos, R. A. (2004). A integralidade na prática (ou sobre a prática da integralidade). [online]. Cadernos de Saúde Pública, 20(5), 1411-1416. Recuperado em 03 fevereiro, 2016, de http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2004000500037 Mello, M. F., Mello, A. A. F., & Kohn, R. (Orgs). (2007). Epidemiologia da saúde mental no Brasil. Porto Alegre: Artmed. Minayo, M. C. S. (2006). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde (9a ed.). São Paulo: Hucitec. Parente, A. A. M. (2009). A casa e o holding: conversas entre Bachelard e Winnicott. Natureza Humana, 11(1), 73-100. Recuperado em 05 abril, 2016, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302009000100004&lng=pt&tlng=pt Portaria n. 3.090, de 23 de dezembro de 2011. (2011) Dispõe sobre o repasse de recursos de incentivo de custeio e custeio mensal para implantação e/ou implementação e funcionamento dos Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT). Brasília, DF. Recuperado em 03 dezembro 2016, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3090_23_12_2011_rep.html Rezende, A. M. (1994, janeiro). Bion formador de analistas. Percurso, 12, 27-32. 12 dezembro, 2016, de http://revistapercurso.uol.com.br/pdfs/p12_texto04.pdf Rezende, M. M., & Heleno, M. G. V. (2012). Psicologia e promoção de saúde em cenários contemporâneos. São Paulo: Vetor. Rey, P. M. (2012). O hospício de Pedro II e os alienados no Brasil (1875) [online], Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 15(2), 382-403. Recuperado em 10 agosto, 2015, de http://dx.doi.org/10.1590/S1415-47142012000200012. Santos, M. A. dos. (1999). A constituição do mundo psíquico na concepção winnicottiana: uma contribuição à clínica das psicoses [online], Psicologia: Reflexão e Crítica, 12(3). 03 novembro, 2016, de http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721999000300005. Silveira, M. F. A., & Santos, J. H. P. O. S. (Orgs.). (2011). Residências terapêuticas: pesquisa e prática nos processos de desinstitucionalização [online]. Campina Grande: EDUEPB. 09 dezembro 2015, de http://static.scielo.org/scielobooks/pgwpg/pdf/silveira-9788578791230 Torre, E. H. G., & Amarante, P. (2001). Protagonismo e subjetividade: a construção coletiva no campo da saúde mental. Ciência e Saúde Coletiva, 6(1), 73-85. Recuperado em 29 março, 2016, de http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232001000100006. Winnicott, D. W. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago. Winnicott, D. W. (1983) O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artes Médicas. Winnicott, D. W. (1988). Natureza humana. Rio de Janeiro: Imago. Winnicott, D. W. (1994). Explorações psicanalíticas. Porto Alegre: Artes Médicas Sul. Winnicott, D. W. (2011). Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes. Winnicott, D. W. (2014). Privação e delinquência. São Paulo: Martins Fontes.

Page generated in 0.0035 seconds