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Previous issue date: 2007 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Esta Dissertação apresenta um estudo sobre o cotidiano e as estratégias de resistência
escrava entre 1871 e 1888, tendo como ponto de partida os desdobramentos da Lei do Ventre
Livre. A partir desta lei os senhores de escravos ficavam obrigados a matricular todas as suas
posses num prazo determinado, caso contrário perderia o direito sobre estas. Tais cativos eram
incluídos numa matrícula especial, intitulada de Classificação dos Escravos para serem
Libertados pelo Fundo de Emancipação . Este fundo não alcançou os resultados esperados,
considerado por muitos um verdadeiro fracasso. No entanto, o mesmo possibilitou a produção
de um importante documento para o estudo da escravidão nestes últimos anos da instituição.
A Lista de Classificação dos Escravos vem a ser a base deste estudo, por trazer subsídios
quase inesgotáveis, tais como: nome do escravo, idade, cor, estado civil, profissão, aptidão
para o trabalho, pessoas da família, moralidade, valor e o nome do senhor. Além destas
informações, a lista traz também uma coluna especial destinada a Observações,
possibilitando-nos adentrar ainda mais no universo do cotidiano. É importante destacarmos
que com o advento da República, teve início a destruição destes documentos referentes a
escravidão, que poderiam legitimar a ação de antigos senhores. Contudo, as listas referentes a
Olinda Rui Barbosa não queimou . Quatro listas chegaram aos dias atuais, produzidas entre
1873 e 1876. Devido a quantidade de informações e por estas trazerem dados repetidos, nos
concentramos na última, por considerarmos o fechamento de todas as outras. A partir deste
documento foi possível traçarmos o perfil da escravidão no município, dividindo a população
por idade e sexo, na qual observamos que a instituição apesar de não alcançar grande
representatividade numérica ainda se fazia presente, numa cidade fora do modelo agroexportador.
O trabalho escravo persistia nos diversos espaços desta localidade, desde os
serviços domésticos, passando pelo ganho até a agricultura. Pequenos proprietários maioria
entre os senhores de Olinda preservaram suas posses até não mais conseguirem se beneficiar
de suas forças. A posse de um escravo poderia alcançar significados imensuráveis aos olhos
atuais, explicando, talvez, como senhores de pequeno porte numa conjuntura de crise da
mão-de-obra persistiram até os últimos momentos da abolição. Isso se evidencia também
pela presença de crianças em diversos plantéis, muitas vezes majoritárias entre as posses de
alguns proprietários. A exemplo disto estavam os ingênuos , que poderiam ser considerados
como potenciais trabalhadores até pelo menos completarem 21 anos de idade, exercendo
atividades como qualquer outro cativo. Mas não apenas os mais jovens tinham seu valor
nestes tempos difíceis, já que os mais velhos garantiram o sustento de muitos senhores até que
não mais suportassem as agruras do cativeiro. As mulheres também ganharam destaque em
nossas discussões, devido ao importante papel que desempenhavam nos vários ramos da vida
cotidiano. Ao tratarmos deste cotidiano de violência e incertezas, não poderíamos deixar de
abordar a família escrava, que contribuiu de forma marcante a reelaboração de estratégias de
resistência no decorrer dos anos, podendo ser considerada como principal elemento na
formação dos laços de solidariedade de então
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7326 |
Date | January 2007 |
Creators | Pedrosa Costa, Robson |
Contributors | Joaquim Maciel de Carvalho, Marcus |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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