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Aspectos ecológicos da mirmecofauna em comunidades de restingas na Ilha de Santa Catarina, Sul do Brasil

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T07:43:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1
295646.pdf: 2065779 bytes, checksum: 98e16721ef13ff9417b8d4368eb3db08 (MD5) / As comunidades podem ser afetadas por fatores bióticos e abióticos que determinam muitas vezes a distribuição e abundância dos organismos nos ecossistemas. As restingas são formadas por um conjunto de ecossistemas situados na costa brasileira que apresentam algumas condições estressantes aos organismos, como a baixa retenção de água pelo solo arenoso e a influência da salinidade. As diferentes fitofisionomias encontradas nas restingas apresentam diferenças estruturais que refletem as diferentes condições micro-climáticas que são fundamentais para a distribuição das espécies animais. As formigas são consideradas um dos grupos animais mais exitosos e importantes em ecossistemas terrestres, no entanto existem poucos trabalhos que investigam a relação da mirmecofauna com as diferentes fisionomias vegetais que encontramos nas restingas. A hipótese da heterogeneidade ambiental prevê que hábitats mais complexos oferecem condições para a existência de um maior número de espécies. Nesse trabalho, essa hipótese foi testada investigando diferentes atributos ecológicos para a mirmecofauna epigéica em três fitofisionomias (herbácea, arbustiva, arbórea) de diferentes áreas de restingas da Ilha de Santa Catarina, ambiente para o qual já foi descrito um aumento gradativo da complexidade estrutural do hábitat, principalmente em relação à vegetação. Nesse estudo, dividido em três capítulos, comparamos a composição, densidade de espécies e influência de variáveis ambientais sobre a mirmecofauna epigéica nas diferentes fitofisionomias que encontramos em diferentes áreas de restinga na Ilha de Santa Catarina, sul do Brasil. No primeiro capítulo, foi testada a hipótese que a composição das espécies de formigas varia de acordo com as fisionomias, acompanhando diferenças estruturais que já são bem descritas na literatura, principalmente em relação à composição da vegetação. Armadilhas pitfall foram utilizadas para a coleta de 101 espécies pertencentes a 35 gêneros e oito subfamílias, ao longo das fisionomias vegetais. Nossa hipótese foi suportada por análises multivariadas que mostraram uma similaridade maior entre a mirmecofauna presente nas mesmas fisionomias, independentemente das áreas amostradas. As análises sugerem ainda que alguns gêneros de formigas possam estar associados a determinadas fitofisionomias, possivelmente como reflexo tanto das características estruturais desses hábitats, quanto das preferências por recursos e condições intrínsecas a cada espécie. No segundo capítulo, foi testada a hipótese de que na existência de diferenças na complexidade estrutural entre as três fitofisionomias (herbácea, arbustiva, arbórea), aquelas consideradas mais complexas suportariam maior densidade de espécies. A princípio, não foi encontrada diferença estatística significativa entre a densidade de espécies nas diferentes fitofisionomias; no entanto, foi observada uma tendência, já relatada em outros trabalhos, de que a fitofisionomia herbácea (menor complexidade) apresente densidades de espécies menores que as demais. Esse padrão pode não ter sido detectado devido a um viés inerente à metodologia de coleta, já que armadilhas pitfall sub amostram, principalmente, formigas relacionadas à serrapilheira, que é mais abundante nas fitofisionomias arbustivas e arbóreas. No terceiro capítulo, o objetivo foi caracterizar as diferentes fitofisionomias das restingas de acordo com algumas variáveis ambientais (profundidade de serrapilheira, cobertura do solo por serrapilheira e vegetação, abundância de bromélias e altura da vegetação) e avaliar como essas variáveis ambientais, ou conjunto de variáveis, presentes no micro-hábitat onde as formigas vivem, podem influenciar composição e densidade de espécies de formigas ao longo das diferentes fitofisionomias das restingas. Foi observado um gradiente de complexidade estrutural, com base nas variáveis mensuradas, que se refletem, principalmente, na composição da mirmecofauna encontrada nas diferentes fitofisionomias. As análises indicam que a presença e/ou volume de serrapilheira podem ter uma relação positiva com a densidade de espécies e, principalmente, atuar como uma estrutura chave na determinação da distribuição das espécies ao longo das fitofisionomias. Como um adendo, ainda são apresentadas informações complementares sobre as espécies de formigas que foram consideradas típicas das diferentes fitofisionomias estudadas, além de comentários sobre a viabilidade e consequências da utilização das armadilhas pitfall para a coleta de formigas epigéicas em restingas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95982
Date January 2011
CreatorsCereto, Carlos Eduardo
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Lopes, Benedito Cortês
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format141 p.| il., grafs., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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